Políticas para a juventude são destaque na revisão do PPAG

Quatro grupos de trabalho que discutem a revisão do PPAG 2008-2011 reuniram-se na manhã desta quinta-feira (6/11/08),...

06/11/2008 - 00:02
 

Políticas para a juventude são destaque na revisão do PPAG

Quatro grupos de trabalho que discutem a revisão do PPAG 2008-2011 reuniram-se na manhã desta quinta-feira (6/11/08), na Escola do Legislativo da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, tendo apresentado 58 propostas. Entre estas, 31 vieram do grupo responsável pela discussão de políticas para a juventude. As sugestões serão incluídas no documento a ser apresentado na plenária final desta sexta (7) e posteriormente encaminhadas às Comissões de Participação Popular e de Fiscalização Financeira e Orçamentária, encarregadas de emitir parecer sobre elas.

Para os coordenadores dos Grupos 6 e 7, deputados Délio Malheiros (PV) e Carlos Mosconi (PSDB), as reuniões foram muito positivas. "As discussões são em cima da realidade das comunidades, já que aqui, no grupo do Vida Saudável, há representantes dos conselhos municipais de saúde de quase todas as cidades, o que democratiza muito a discussão", enfatizou Mosconi. Ele manifestou a certeza de que as sugestões são oportunas e concretas, e por isso, devem ser aprovadas pelas Comissões de Participação Popular e de Fiscalização Financeira. Segundo Délio, a sociedade está bem representada nas audiências, destacando, no grupo de Defesa Social, a preocupação dos participantes de aproximar a polícia do cidadão.

Participantes dos Grupos 6 e 7, que discutem a revisão das ações nas áreas de resultado de Defesa Social e Vida Saudável, acompanharam apresentações dos gerentes responsáveis por cada projeto estruturador. Da Defesa Social, foram três os projetos estruturadores analisados: Gestão Integrada de Ações e Informações de Defesa Social; Avaliação de Qualidade da Atuação dos Órgãos de Defesa Social; e Expansão e Modernização do Sistema Prisional. À tarde, outro grupo discutiria o Atendimento às Medidas Socieducativas, a Prevenção Social à Criminalidade e a Escola Viva e Comunidade Ativa. Na área de resultados Vida Saudável, o Grupo 7 analisou os projetos Viva Vida, Saúde em Casa e Regionalização - Urgência e Emergência. À tarde, outro grupo discutiu Vida no Vale - Copanor; e Saneamento Básico: Mais Saúde para Todos.

Segurança - Na área de Defesa Social, entre os principais objetivos estratégicos estão buscar a redução da violência nas áreas urbanas e rurais; pacificar as comunidades de risco; melhorar a qualidade da ação policial; e modernizar o sistema prisional. Os temas foram discutidos pelo Grupo 6. As metas são reduzir a taxa de homicídios total e entre jovens de 15 a 24 anos; reduzir as taxas de crimes violentos contra o patrimônio; e reduzir a reincidência criminal.

Para isso, o Estado pretende investir recursos em programas como o Cinturão de Segurança, que visa estruturar as delegacias em municípios limítrofes com outros Estados. Para este programa estão previstos para o próximo ano R$ 15 milhões para infra-estrutura e ações diversas. Uma das principais discussões do grupo foi sobre a expansão e modernização do sistema prisional. Segundo o gerente do projeto estruturador e subsecretário de Estado de Administração Penitenciária, Genilson Ribeiro Zeferino, o investimento é de R$ 114,9 milhões para 2009. Os recursos referem-se à construção de novas unidades e à transferência de custódia dos presos condenados e provisórios da Polícia Civil para a Administração Penitenciária. Todos os projetos da área de Defesa Social têm recursos anunciados de R$ 524,3 milhões para 2009.

Em relação ao que foi aprovado para o ano de 2009 no PPAG, houve um acréscimo de R$ 14 milhões para a área de Modernização Prisional, um crescimento de 2,5% na revisão que ora é discutida. Na área de resultados Vida Saudável, o investimento previsto é de R$ 1,5 bilhão para 2009, mas o governo aumentou esse valor para R$ 2,1 bilhões na revisão do PPAG, o que representa um crescimento de 40,6%. Uma das principais ênfases é na Regionalização da Atenção à Saúde Básica, que tem recursos originais previstos de R$ 255,9 milhões, e que na proposta de revisão do governo passou para R$ 966,8 milhões, um crescimento de 277%.

Juventude - O Grupo 5, que analisou a área de resultados Protagonismo Juvenil, apresentou 31 propostas de revisão ao PPAG. As previsões realizadas em 2007 sugeriam investimentos de R$ 164,4 milhões nesses programas; a proposta do governo com a revisão do PPAG é elevar para R$ 249,2 milhões, um acréscimo de 51,56%. Em síntese, as propostas apresentadas visam o monitoramento externo do programa Poupança Jovem, para assegurar a eficiência do projeto, e a ampliação do acesso e permanência de jovens no ensino médio. A coordenadora do grupo, deputada Gláucia Brandão (PPS), se surpreendeu com a mobilização e participação dos jovens. Segundo ela, os estudantes cobraram dos representantes do governo maior participação da comunidade na elaboração e gestão dos projetos. "Querem mais controle social", explicou a deputada.

Também presente na reunião, o deputado André Quintão (PT), presidente da Comissão de Participação Popular, reclamou da exclusão de um dos projetos do PPAG que foi fruto de emenda popular aprovada no ano passado. Trata-se da implantação de acompanhamento social nas escolas públicas do programa Poupança Jovem, com suporte às famílias dos alunos atendidos. De acordo com o deputado, a emenda se transformou na Lei 16.683, de 2007, mas ainda não foi implantada.

Saúde - O Grupo 7, voltado para a área da saúde, foi coordenado pelo deputado Carlos Mosconi com a participação do deputado Doutor Ronaldo (PSB). Foram 75 inscritos, que apresentaram 11 propostas e cinco sugestões. Entre elas estão a construção, aparelhamento e reaparelhamento de Centros de Referência da Mulher e a ampliação do programa Mais Vida, destinado à atenção à saúde do idoso, para garantir a assistência aos residentes em instituições de longa permanência.

Investimento e produção - A área de resultados Investimento e Valor Agregado da Produção foi analisada pelo Grupo 8. A previsão para 2009 é de investimentos de R$ 566,6 milhões, e o governo propõe aumentar para R$ 957,5 milhões (crescimento de 68,99%). Foram apresentadas três novas propostas, duas delas da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). A instituição sugere que seja implantado o Portal Minas para Investidores - um espaço na internet que reúna todas as informações sobre o Estado, como infra-estrutura, disponibilidade de mão-de-obra, serviços e empresas, para atrair mais investimentos.

A outra proposta da Fiemg é de ampliação do programa Empresa Mineira Competitiva, para que passe a promover a capacitação, qualificação e certificação de micro, pequenas e médias empresas como fornecedoras das grandes organizações. O objetivo é evitar que serviços e produtos sejam adquiridos fora do Estado. A terceira e última proposta, apresentada pela organização não-governamental Clarosofia Núcleo Mundial, sugere a criação de um fundo de incentivo à capacitação profissional.

Reuniões da tarde envolvem três setores

No período da tarde, reuniram-se os grupos de trabalho 9 (Defesa Social), 10 (Vida Saudável) e 11 (Investimento e Valor Agregado da Produção), coordenados respectivamente pelos deputados Durval Ângelo (PT), Gil Pereira (PP) e Fábio Avelar (PSC). Participaram dos trabalhos do Grupo 9, o mais numeroso, também as deputadas Elisa Costa (PT) e Gláucia Brandão (PPS). Cada uma apresentou reivindicações e analisou as propostas do Governo para suas regiões.

Alderico Carvalho Jr, da Secretaria de Defesa Social, expôs as propostas do Governo para o PPAG. O promotor de Justiça Márcio Rogério criticou a falta de unidade de detenção de adolescentes femininas e a falta de profissionais de Psicologia e Serviço Social nas equipes sócio-educativas compostas apenas por agentes penitenciários. Também considerou irrisória a quantia de R$ 500 mil reservada para atender emergências nas 26 unidades prisionais do Estado. Uma das onze propostas recebidas nesse grupo foi de Márcio Rogério: a implantação de medidas de semi-liberdade para adolescentes infratores.

O grupo tratou ainda da Prevenção Social da Criminalidade, com exposição de Fabiana Lima Leite, e dos temas Escola Viva e Comunidade Ativa, expostos por Maria Cristina Pinheiro de Pinho Machado, coordenadora executiva das Ações Institucionais da Secretaria de Educação.

Ações da Copasa e da Copanor - O Grupo 10 tratou das iniciativas das companhias de saneamento para melhorar a qualidade de vida das populações, expostas pelo diretor financeiro da Copasa, Ricardo Augusto Simões Campos, e pelo diretor da Copanor, Márcio Kangussu. Segundo ele, as estações de tratamento de esgotos do Arrudas e do Onça já permitiram o ressurgimento dos peixes no rio das Velhas até Santa Luzia. Foi discutida a questão dos hidrômetros com eliminador de ar e os hidrômetros individuais nos prédios.

Kangussu disse que a Copanor não tem objetivo de lucro e que está começando a atender comunidades de 200 a 5 mil habitantes com fornecimento de água tratada, coleta e tratamento de esgotos, além de um projeto de unidades sanitárias compostas de uma pia, um vaso sanitário, um chuveiro e um tanque externo. A proposta acolhida no grupo foi a de construção de 500 unidades dessas, por ano, para as comunidades quilombolas.

Gás natural, eletricidade e PPPs - O Grupo 11 ouviu do presidente da Gasmig, José Carlos de Mattos, os planos da empresa de expansão da oferta de gás natural em direção a Belo Oriente, no Vale do Aço, atendendo grandes indústrias como Alcan, Arcelor, Usiminas e Cenibra. Ele disse que o Vale do Aço é hoje a região que mais demanda energia no Brasil. Uma das recomendações recebidas pelo grupo pede co-responsabilidade da Vale e da Vallourec na preservação da Serra do Rola-Moça. Foi recebida uma proposta de ações sócio-ambientais voltadas para esclarecer a população rural ao longo dos gasodutos sobre os riscos de acidentes.

Amauri Oliveira, superintendente do Projeto CresceMinas, revelou que serão contemplados com melhoria na oferta de eletricidade 241 municípios, com 1,1 milhão de consumidores. Segundo ele, no pólo calçadista de Nova Serrana a demanda de eletricidade cresce no mesmo ritmo da China, 15% a 20% ao ano. Oliveira afirmou que a Cemig encontra dificuldades para responder ao desafio. As parcerias público-privadas que o Governo pretende estabelecer no projeto "Parcerias para Provisão de Serviços de Interesse Público" foram explicadas por Marco Aurélio Silva, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

 

 

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