Comissão de Cultura debate projeto sobre raves na quarta (5)

O Projeto de Lei (PL) 1.874/07, do deputado Sargento Rodrigues (PDT), que trata da realização de eventos de música el...

04/11/2008 - 00:01
 

Comissão de Cultura debate projeto sobre raves na quarta (5)

O Projeto de Lei (PL) 1.874/07, do deputado Sargento Rodrigues (PDT), que trata da realização de eventos de música eletrônica (raves) no Estado, será discutido em audiência pública da Comissão de Cultura da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, nesta quarta-feira (5/11/08). A reunião foi solicitada pelo deputado Carlin Moura (PCdoB) e será realizada no Auditório, às 15 horas. Originalmente, o projeto prevê a proibição das raves, mas modificações sugeridas pelas comissões durante a tramitação alteram o texto, que passa a disciplinar a realização desses eventos.

Carlin Moura solicitou a realização da audiência pública por considerar que o projeto contém vícios de constitucionalidade. Durante reunião da Comissão de Cultura sobre o assunto, o deputado alegou que a proibição dos eventos é inconstitucional, pois a liberdade de expressão e reunião é garantida pela Constituição Federal. Outro elemento destacado por ele é o fato de já existirem regulamentações que tratam de eventos que reúnem público, não sendo necessário criar uma nova norma.

O parlamentar também se mostrou preocupado com o perigo de se transmitir a idéia de que as raves e os bailes funk estariam diretamente vinculados ao consumo de drogas ilícitas. "A questão das drogas é um problema da modernidade, pois elas são consumidas em todos os lugares, refletindo a falência do Estado. Não podemos transferir o problema para esses eventos, trata-se de um equívoco", afirmou Carlin Moura.

Tramitação - O projeto já está pronto para ser incluído na pauta do Plenário, em 1° turno. A Comissão de Constituição e Justiça foi a primeira a apreciar a proposição e opinou pela aprovação do projeto na forma do substitutivo n° 1, que apresentou. A comissão considerou que o texto original, que proibia a realização das raves, feria o princípio constitucional da liberdade individual. Com o substitutivo, o projeto passa a disciplinar a realização das raves, dos bailes funk e de eventos similares, com o objetivo de garantir a segurança nesses eventos.

Entre as determinações do novo texto sugerido pela comissão está a obrigação de os organizadores das festas pedirem, por escrito, policiamento nas proximidades do evento, além de instalar detectores de metal. Na ocasião, o autor do projeto, deputado Sargento Rodrigues, afirmou que está aberto ao diálogo, para que modificações sejam feitas ao texto original. Ele lembrou que o objetivo da proposição é coibir o consumo de drogas e os excessos que podem acontecer nesses eventos.

O PL 1.874/07 foi então encaminhado à Comissão de Cultura que opinou pela aprovação do projeto na forma do substitutivo n° 2, que apresentou. O substitutivo n° 2 aprimorou o substitutivo n° 1, principalmente em relação ao bem-estar e à proteção da criança e do adolescente. Assim, incluiu determinações que garantam a realização dos eventos por organizadores responsáveis e legalmente constituídos, com infra-estrutura adequada e prévia ciência dos órgãos públicos pertinentes.

A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária foi a última a apreciar a proposição. Ela opinou pela aprovação da matéria na forma do substitutivo no 2, da Comissão de Cultura, com as emendas nº 1 e 2, que apresentou. A emenda no 1 obriga os organizadores a disponibilizarem, no mínimo, um bebedouro, um sanitário masculino e um sanitário feminino para cada 50 participantes; e a no 2 fala da oferta de atendimento médico de emergência, com uma ambulância de plantão e uma ambulância a mais para cada 10 mil participantes das festas.

Convidados - Foram convidados para a reunião o subsecretário de Estado de Políticas Antidrogas, Cloves Eduardo Benevides; o presidente do Conselho Estadual Antidrogas, Aluísio Andrade de Freitas; a conselheira municipal Antidrogas, Ana Regina Machado; o capitão da Polícia Militar Eduardo Chagas Ribeiro; o presidente da Associação Brasileira de Música Eletrônica, Rubens César Pereira de Campos Vergueiro; o presidente da ONG Viva BH Viva, Luiz Felipe Barreto Perez; e o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Eventos, Lúcio dos Santos Oliveira.

 

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