Presidente recebe propostas para melhorar alimentação escolar

O termo "merenda escolar" com ênfase nos alunos carentes deve ser substituído pela expressão "alimentação escolar", c...

29/10/2008 - 00:01
 

Presidente recebe propostas para melhorar alimentação escolar

O termo "merenda escolar" com ênfase nos alunos carentes deve ser substituído pela expressão "alimentação escolar", com a profissionalização das cantineiras e supervisão de nutricionistas que dêem ênfase ao valor nutricional dos alimentos e à cultura alimentar de cada comunidade. Esta foi uma das principais reivindicações apresentadas numa solenidade realizada no Salão Nobre da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, na tarde desta quarta-feira (29/10/08). Na ocasião foi entregue ao presidente Alberto Pinto Coelho (PP) um documento contendo as propostas elaboradas no Ciclo de Debates Alimentação Escolar como Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional, realizado no ano passado

O presidente determinou à Secretaria Geral da Mesa que verifique quais das 81 propostas do documento poderiam ser incluídas já na revisão do Plano Plurianual de Ação Governamental e na proposta orçamentária. Considerou que o ciclo de debates foi um exemplo bem-sucedido de democracia participativa que a Assembléia busca estimular ao criar canais de interlocução com a sociedade.

O presidente da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática, Deiró Marra (PR), pediu apoio aos demais deputados para apressar a tramitação de um projeto de lei de sua autoria que prevê a contratação de um nutricionista para cada uma das mais de 40 superintendências de ensino de Minas Gerais. "No Norte de Minas há grandes desigualdades de teor nutricional na merenda escolar. A merenda servida para Pouso Alegre não é adequada para o Norte", disse.

Os dois deputados autores do requerimento que deu origem ao ciclo de debates estavam presentes: João Leite (PSDB) e André Quintão (PT). Leite agradeceu sua indicação como representante do Parlamento no Conselho Estadual de Alimentação Escolar e disse que 93% das crianças e jovens de Minas estão na escola pública, e portanto podem receber os benefícios de uma alimentação adequada.

Nutricionistas podem utilizar melhor o dinheiro da merenda

Quintão destacou a ampla participação de jovens, estudantes, profissionais, técnicos e militantes da segurança alimentar no ciclo de debates. Ele lembrou que em Minas há 4 mil escolas públicas e apenas um nutricionista para supervisionar cardápios destinados a quase 2 milhões de alunos. "Alimentação escolar não pode ser vista mais como quebra-galho do aluno mais pobre, mas uma política pública que garanta as necessidades nutricionais de todos os alunos da rede pública. Por essa razão, o grande norte é que a alimentação escolar seja estratégica na implantação das políticas de segurança alimentar", disse o deputado, esclarecendo que um quadro de nutricionistas poderá utilizar melhor o recurso destinado às escolas, comprando da agricultura familiar, equipando as cozinhas e estendendo o benefício ao aluno do ensino médio, que também precisa de nutrição adequada.

Beatriz Leandro de Carvalho, representando o Conselho Estadual de Segurança Alimentar, lembrou que desde 2006 os militantes tentam realizar esse evento, que acabou fechando em 81 proposições, entre elas diretrizes, gestão e mecanismos de controle social. Ao final, 16 entidades foram eleitas para compor a comissão de representação que produziu o documento entregue ao presidente da Assembléia.

Élido Bonomo, presidente do Conselho Estadual de Nutricionistas, lembrou que a luta deles começou através do ex-deputado Edson Rezende, que foi presidente da Ceasa-MG. Disse que o programa do Governo Federal tem R$ 2 bilhões para atingir 22 milhões de alunos, o que lhe daria as características de maior programa de alimentação escolar do mundo. Bonomo criticou "a famigerada cantina", com sua oferta de alimentos gordurosos, com excesso de açúcar e sal, na contramão da saúde e instalando doenças cardiovasculares precoces, como diabetes e obesidade.

 

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