Polícia quer ir a São Paulo prender acusados de crime no Sul de
Minas
O apoio para a realização de diligência em São
Paulo com o objetivo de prender os suspeitos do assassinato do
fazendeiro José Oscar Pereira Paiva em Conceição do Rio Verde (Sul
de Minas) foi garantido pelo chefe da Polícia Civil, Marco Antônio
Monteiro de Castro. Esse apoio foi solicitado por delegados da
região e a informação foi trazida pelo deputado Dalmo Ribeiro Silva
(PSDB) em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da
Assembléia Legislativa de Minas Gerais realizada nesta quarta-feira
(29/10/08) em Conceição do Rio Verde.
Requerida por Dalmo Ribeiro Silva, a reunião teve
como objetivo contribuir com as investigações do crime. José Oscar
Pereira Paiva foi assassinado no dia 3 de março durante assalto a
uma casa lotérica localizada na área central de Conceição do Rio
Verde. Ele era irmão do dono da lotérica e estava nos fundos da
agência quando homens armados invadiram a loja. José Oscar Pereira
Paiva reagiu e os homens atiraram nele.
O delegado de Conceição do Rio Verde, José Ronaldo
Kneipp, afirmou que a Polícia Civil está tomando todas as medidas
possíveis para a prisão dos acusados de cometer o crime, que
estariam morando em São Paulo. Segundo ele, três já foram
identificados pela polícia, faltando apenas a identificação de um
deles. Kneipp informou que já foi realizada diligência em São Paulo
com o objetivo de tentar prender os acusados, mas não foi bem
sucedida. "Encaminhamos então o mandado de prisão para São Paulo e
estamos pensando em fazer uma nova diligência", considerou.
O delegado regional de Três Corações, Marco Aurélio
Chauke Piovezan, pediu ajuda da comissão para que atuem junto à
Polícia Civil em Belo Horizonte com o objetivo de unir esforços para
a realização de outra diligência no Estado vizinho. "Queremos ir
novamente a São Paulo para prender os três homens e possibilitar a
realização do seu julgamento, mas precisamos de apoio e pessoal",
disse. O juiz da comarca de Conceição do Rio Verde, Daiton Alves de
Almeida, lembrou que o mandado de prisão foi expedido no dia 11 de
março e até hoje não foi cumprido.
Já o promotor Hamilton Vieira Santiago sugeriu que
se encaminhem informações para a Comissão de Direitos Humanos da
Assembléia Legislativa de São Paulo e se solicite ajuda dos
parlamentares paulistas para que os mandados de prisão sejam
cumpridos. Ele explicou que assim que a polícia fornecer todos os
dados ao Ministério Público será apresentada a denúncia do crime à
Justiça.
Familiares e comunidade cobram prisão dos
bandidos
O irmão da vítima, Antônio Sérgio Pereira Paiva,
explicou que os homens chegaram em Conceição do Rio Verde um mês
antes do crime e fugiram para São Paulo logo depois do assassinato
de José Oscar Pereira Paiva. "A polícia sabe quem eles são e onde
eles estão. Por que eles não são presos?", questionou. Para ele, os
criminosos podem estar cometendo outros crimes enquanto estão
soltos. "Temos medo que eles retornem à nossa cidade", afirmou.
O advogado Evandro Costa afirmou que o crime
aterrorizou a população do município, que se sente insegura desde
então. Para ele, a burocracia estaria impedindo a prisão dos
assassinos. Evandro Costa considerou ainda que seria importante
aumentar o número de policiais em Conceição do Rio Verde, pois a
população teme que novos bandidos cheguem à cidade. De acordo com
ele, atualmente existe apenas uma viatura da polícia no
município.
O subcomandante da Polícia Militar de São Lourenço,
capitão Paulo Márcio de Assis Jacinto, explicou que, logo após o
crime, policiais da região foram deslocados para tentar localizar os
acusados do crime. Ele afirmou que atualmente não existem
ocorrências de crimes violentos em Conceição do Rio Verde e defendeu
a organização da sociedade com o objetivo de auxiliar a polícia
prevenção dos crimes. Nesse sentido, o presidente da comissão,
deputado Durval Ângelo (PT), lembrou que as estatísticas indicam que
90% dos crimes solucionados contaram com a participação da
sociedade. "Atualmente existem vários mecanismos que possibilitam a
participação da sociedade, como o disque-denúncia e a garantia do
anonimato", afirmou.
Providências - O deputado
Durval Ângelo afirmou que a Comissão de Direitos Humanos vai
acompanhar todos os desdobramentos da reunião e a prisão e o
julgamento dos acusados pelo crime. Os parlamentares apresentaram
vários requerimentos que serão aprovados na próxima reunião, entre
eles o pedido de expedição de cartazes com as fotos dos suspeitos do
crime, o envio de pedido de apoio à Comissão de Direitos Humanos de
São Paulo e o envio de cópia do inquérito e de todas as informações
necessárias para a realização da diligência.
Presenças - Deputados
Durval Ângelo (PT), presidente; e Dalmo Ribeiro Silva (PSDB). Também
participaram da reunião o delegado seccional de Caxambu, Luiz
Fernando Alves; o gerente-geral da agência da Caixa Econômica
Federal, Amaury Nagib Abrãao; e a consultora regional de Loterias,
Sandra Carvalho Pezzo Ladeira.
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