Excesso de líquido em frango congelado é tema de
reunião
Uma fraude antiga praticada nos balcões
frigoríficos do varejo em todo o País é tema de audiência pública a
ser realizada na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, nesta
quinta-feira (30/10/08), às 10 horas. A Comissão de Defesa do
Consumidor e do Contribuinte receberá convidados para debater o
excesso de líquido injetado em frangos congelados. O evento
acontecerá no Plenarinho I.
O requerimento para realização da reunião é de
presidente da comissão, deputado Délio Malheiros (PV). De acordo com
o parlamentar, regulamentos do Ministério da Agricultura permitem um
máximo de 6% de água nos cortes de frango congelados vendidos ao
consumidor, assim como na ave inteira, também congelada. "Em 40
marcas investigadas, todas apresentaram fraude. Encontrou-se até 25%
do peso total em água e gelo", afirmou o parlamentar.
Além do excesso de água e gelo, o frango congelado
também apresenta outros problemas. "A fraude é muito maior do que se
pensa. Muitos produtores, ao cortar o peito de frango, por exemplo,
incluem um pedaço de costela. Isso lesa o consumidor e prejudica
produtores honestos, que não conseguem competir", afirmou Délio
Malheiros. O deputado afirmou que problemas semelhantes acontecem
com outros tipos de carnes, mas o debate priorizará o frango.
Casos ainda mais escandalosos foram noticiados pela
imprensa mineira. Em abril, o jornal Estado de Minas
registrou denúncia de uma consumidora que disse ter encontrado até
48% de água, ao descongelar um pacote de filé de peito de frango. No
caixa do supermercado, o produto pesou 1,7 kg, mas, uma vez
descongelada, a carne minguou para 870 gramas. Em testes
acompanhados pela reportagem, a água descongelada representou entre
22,6% e 30,3% do peso total, o que, em alguns casos, significou mais
de meio litro de água. Além do prejuízo, o consumidor enfrenta o
risco muito maior de doenças, já que a possibilidade de contaminação
aumenta com o excesso de líquido.
Estão convidados a participar da discussão sobre o
problema o fiscal do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Antônio Arantes Pereira; o diretor-geral do Ipem/MG,
Tadeu José Mendonça; a procuradora Valéria Dupim Lustosa, secretária
executiva do Procon Estadual; o coordenador do Procon Assembléia,
Marcelo Rodrigo Barbosa; o presidente da Associação dos Avicultores
de Minas Gerais, Tarcísio Franco do Amaral; o presidente do
Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Belo
Horizonte, Airton Gomes Salim; e o representante do Laboratório de
Inspeção Sanitária da UFMG, Wagner Luís Moreira dos Santos.
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