Comissão dos Aeroportos conclui etapa de audiências com convidados

A Comissão Especial dos Aeroportos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais realizou, na tarde desta quarta-feira (1...

15/10/2008 - 00:02
 

Comissão dos Aeroportos conclui etapa de audiências com convidados

A Comissão Especial dos Aeroportos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais realizou, na tarde desta quarta-feira (15/10/08), sua última reunião com convidados para colher subsídios antes da apresentação do relatório final, marcada para 19 de novembro. Dois temas dominaram a reunião: a questão de acessibilidade e dos problemas ambientais no entorno do Aeroporto da Pampulha e os investimentos para fortalecer a aviação regional. A comissão ouviu autoridades e lideranças comunitárias dos bairros ao redor do aeroporto.

Para Luiz Antônio Athayde Vasconcelos, subsecretário de Estado de Assuntos Internacionais, a vocação do Aeroporto da Pampulha é exatamente atender a malha aérea regional, já que suas condições operacionais são limitadas e sua capacidade está próxima do limite. Ele informou que a capacidade estrutural do aeroporto urbano é de 1,3 milhão de passageiros/ano e atualmente está com 800 mil. Confins, por sua vez, fechará o ano de 2008 com 5,4 milhões, tem previsão de atender 6,8 milhões em 2009 e chegar a 8 milhões em 2010.

"Para isso serão necessários R$ 10 milhões para obras emergenciais e R$ 140 milhões para intervenções maiores. Isso sem falar nos investimentos necessários para atingir sua capacidade plena, de atender 20 milhões de passageiros/ano, com um novo terminal e uma segunda pista. O momento para planejar essa ampliação é já. Não podemos esperar 2010 e ficar sem tempo de concluí-la antes da Copa de 2014", disse Athayde Vasconcelos.

Quanto à aviação regional, o subsecretário afirmou que em breve haverá linhas aéreas atendendo 20 cidades, como Poços de Caldas, Nanuque, Paracatu e Pirapora. Disse que Nanuque e Almenara já estariam em condições de receber o sistema ATR 50 de controle de vôos. O deputado Getúlio Neiva (PMDB) pediu linhas aéreas e modernização dos aeroportos de Teófilo Otoni, Almenara, Nanuque e Araçuaí. Segundo ele, a ação de vândalos e a omissão da prefeitura em fazer vigilância impede pousos e decolagens noturnos em Teófilo Otoni. O deputado Gustavo Valadares (DEM) trouxe à discussão a necessidade de levar linhas de metrô até a Pampulha e Confins, ou pelo menos um transporte de massa eficiente.

Deputado alerta para 'manobras despretensiosas' das companhias aéreas

O presidente da comissão, deputado Fábio Avelar (PSC), fez um resumo das contribuições já recebidas e determinou que a assessoria fizesse um comparativo com as conclusões da comissão homônima encerrada em 2004. "O esvaziamento de Confins e a saturação da Pampulha começaram despretensiosamente, como as companhias aéreas tentam fazer agora. Desta vez estaremos atentos para não permitir nenhuma manobra e vamos reagir imediatamente contra qualquer tentativa de voltar com os grandes jatos para a Pampulha", alertou Avelar.

Hélio Geraldo Rodrigues Costa Filho, representante da BHTrans, admitiu que a situação do trânsito na região está próxima do congestionamento, que seria atingido caso as empresas aéreas consigam transferir vôos de grande porte para a Pampulha. "O trânsito melhorou muito com a ida dos vôos para Confins. A área de circulação e de embarque e desembarque na Pampulha é muito pequena, o estacionamento é reduzido e não havia agilidade para tomar um táxi", disse ele.

A própria Avenida Antônio Carlos, segundo Costa Filho, pode ficar congestionada rapidamente após a duplicação, devido ao grande número de veículos em circulação. A BHTrans planeja criar um corredor central com ônibus rápidos que poderiam alcançar os dois aeroportos mais rápido que um automóvel.

Flávia Mourão Amaral, secretária adjunta de Meio Ambiente de Belo Horizonte, disse que a prefeitura adota a legislação federal de controle de ruídos e que as restrições a determinados vôos ou aeronaves seria feita através dela. Lembrou que o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, já enfrenta restrições de horários para pousos de grandes jatos. Ela espera concluir, num prazo de dois meses, o licenciamento ambiental para o Aeroporto da Pampulha.

Lideranças comunitárias querem assegurar a tranqüilidade dos moradores

Os representantes comunitários presentes foram Maria de Fátima Bosco Neri, da Associação dos Moradores da Região do Jaraguá; Flávio Marcus Ribeiro de Campos, da Associação Amigos da Pampulha; e Osvaldo Dias da Silva, da Associação Comunitária dos Bairros Aeroporto, Jaraguá e Adjacências. Eles concordaram que o aeroporto chegou à situação ideal de tranqüilidade com a transferência dos grandes jatos para Confins e não admitem um retrocesso que venha a comprometer a segurança de suas residências.

Também o trade turístico apóia a destinação da Pampulha a vôos regionais. José Eugênio de Aguiar, presidente do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de Minas Gerais (Sindetur), opinou que a decisão está dando certo e que é preciso reservar o espaço ocioso da Pampulha para o desenvolvimento da aviação regional. Ele criticou que a taxa de embarque de R$ 17,62 cobrada de cada passageiro em Confins não se reverte em melhorias para os usuários. "Os banheiros estão em péssimo estado, as torneiras soltando, e não há agilidade no serviço de entrega de bagagens. O passageiro que vem de São Paulo tem que esperar às vezes 40 minutos para pegar sua mala", denunciou.

Presenças - Deputados Fábio Avelar (PSC), presidente; Gustavo Valares (DEM) e Getúlio Neiva (PMDB).

 

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