Debates sobre eleições dominam Reunião Ordinária de
Plenário
O processo eleitoral nas cidades do interior e na
capital mineira dominou os debates na Reunião Ordinária de Plenário
da Assembléia Legislativa de Minas Gerais na tarde desta
quinta-feira (9/10/08). Representantes do PMDB, PT e PSDB divergiram
principalmente em relação à campanha em Belo Horizonte, enquanto o
deputado Paulo Guedes (PT) fez críticas a policiais militares que,
segundo ele, agiram com violência durante o pleito, no Norte de
Minas.
O deputado Getúlio Neiva (PMDB), que perdeu a
eleição para a Prefeitura de Teófilo Otoni para Maria José Haueisen
(PT), reclamou da proibição da participação do governador Aécio
Neves em um comício na cidade. Ele também se disse injustiçado com a
proibição de sua propaganda volante às vésperas da votação e
indignado com a promessa de empregos à população feita pela
adversária. "O que aconteceu em Teófilo Otoni foi um crime
eleitoral", afirmou.
O deputado Antônio Júlio (PMDB) concordou com o
colega e ainda questionou a eficiência das urnas eletrônicas. "Meu
irmão votou e teve problemas, assim como outras pessoas. O número de
votos nulos tem sido enorme. Quem garante que o sistema eletrônico
realmente funciona? Se fosse assim tão seguro, outros países teriam
adotado o modelo brasileiro", afirmou.
O deputado Domingos Sávio (PSDB) elogiou o fim dos
showmícios e da distribuição de brindes por parte dos candidatos.
"Mas ainda temos que avançar. Ainda há o uso da máquina pública, a
falta de clareza da legislação eleitoral e a interferência da
imprensa", opinou. Domingos Sávio ainda criticou os parlamentares
que fazem uso da tribuna como palanque para criticar o governador
Aécio Neves.
Polícia Militar - O
deputado Paulo Guedes denunciou a violência e arbitrariedade
cometidas por policiais militares em cidades do Norte de Minas. O
parlamentar narrou que, em Monte Verde, um tenente prendeu,
desrespeitando a Lei Eleitoral, quatro candidatos a vereador. Em
Manga, ele presenciou a agressão de um soldado a um candidato.
"Depois de algemado e no chão, o militar pisou-lhe na cabeça. Fui
interferir e tive uma arma apontada no peito", contou.
Paulo Guedes criticou ainda o coronel Hely José
Gonçalves, comandante do 11º Batalhão da Polícia Militar de Montes
Claros. Segundo o parlamentar, além de não tomar providências para
punir seus comandados, ele ainda teria publicado um texto informando
que o deputado havia sido preso. "Não sei de onde ele tirou isso.
Registro aqui o protesto. E vou pedir providências às Comissões de
Direitos Humanos e de Segurança Pública. Esses fatos não podem ficar
impunes. Graças a Deus, a ditadura foi banida do País".
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