Investimentos do governo em 2009 chegam a R$ 11 bilhões

Já estão na Assembléia Legislativa de Minas Gerais os projetos do Orçamento do Estado para 2009 e da primeira revisão...

30/09/2008 - 00:03
 

Investimentos do governo em 2009 chegam a R$ 11 bilhões

Já estão na Assembléia Legislativa de Minas Gerais os projetos do Orçamento do Estado para 2009 e da primeira revisão do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2008-2011. O presidente da ALMG, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), recebeu as duas proposições da secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, no início da tarde desta terça-feira (30/9/08), no Salão Nobre. Nesses projetos, o governo explicita como e onde pretende aplicar os recursos públicos. O término do ano legislativo está condicionado à aprovação das duas propostas pelo Plenário. Depois, elas precisam da sanção do Executivo para virar leis.

De acordo com o Executivo, a soma de todos os investimentos orçados para 2009 é de R$ 11 bilhões, ou seja, 207% de crescimento em relação a 2004, quando o volume era de R$ 5,6 bilhões. O total de recursos previstos para os 57 projetos estruturadores discriminados no PPAG é de R$ 4,97 bilhões, o que representa aumento de R$ 824,2 milhões em relação a 2008. Em 2009, serão destinados R$ 3,8 bilhões do Orçamento Fiscal para investimentos, dos quais 66% referem-se aos estruturadores (aumento de 40% em relação a 2007 e de 157% em relação a 2004). Os projetos estruturadores são aqueles considerados prioritários pelo governo e, por isso, não estão sujeitos a contingenciamento.

Ao receber os dois projetos de planejamento orçamentário, o presidente destacou que eles não são mais "peças de ficção" e sim formulados com competência e ampla discussão, com a apresentação de políticas públicas efetivas. Ele elogiou a alocação de mais R$ 600 milhões no sistema estadual de saúde em 2009. Esse volume é 39% superior à previsão orçamentária para 2008 e, segundo o Executivo, contempla a possível regulamentação da Emenda Constitucional 29, de 2000, que estipula a destinação mínima de recursos orçamentários para a área da saúde. Na avaliação do presidente, a medida é salutar e contribui para eliminar discussões demagógicas sobre o tema.

Ao comentar a participação do Legislativo estadual no debate do Orçamento e do PPAG, o presidente lembrou a riqueza desse processo, implementado em parceria com o Executivo e aberto à intervenção popular por meio de audiências públicas. Como já é tradição na ALMG desde 2003 e seguindo norma legal, a aprovação do PPAG e dos seus projetos anuais de revisão acontece sempre de forma participativa. Para 2008, estão previstas audiências em Itaobim, no Vale do Jequitinhonha, em 23/10; Ituiutaba, no Triângulo, em 28/10; Barbacena, na Região Central, em 29/10; e, em Belo Horizonte, de 5 a 7/11.

A revisão tem o objetivo de avaliar se o que foi programado foi cumprido, mas também é o momento em que parlamentares e destinatários das políticas públicas têm a oportunidade de sugerir mudanças nos programas de governo. O presidente Alberto Pinto Coelho disse esperar efetiva participação social nesse processo, com a incorporação de propostas substantivas ao texto do PPAG.

Deputados comentam - Também participaram da audiência no Salão Nobre os deputados Sebastião Helvécio (PDT), integrante da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária; Vanderlei Miranda (PMDB), presidente da Comissão de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo, e Gil Pereira (PP). Sebastião Helvécio destacou que os parlamentares mineiros entenderam que o PPAG é uma peça que supera a lei orçamentária, sendo uma "conquista de todos", referindo-se à sua elaboração e revisão participativas. Para Gil Pereira, os dois projetos atendem, com eqüidade, as diferentes regiões de Minas. Já o deputado Vanderlei Miranda elogiou a destinação maior de recursos para a saúde.

Receita prevista para 2009 cresce 10%; Orçamento é de R$ 38,98 bilhões

A secretária Renata Vilhena apresentou números positivos sobre o Orçamento para 2009 e o projeto de revisão do PPAG. O Orçamento Fiscal estima a receita e fixa a despesa em R$ 38,98 bilhões. Em relação ao Orçamento de 2008, a receita apresenta crescimento de 10%. A principal fonte de receita estadual continua sendo o ICMS, que tem arrecadação estimada em R$ 23,6 bilhões, representando 84% da receita tributária. No Orçamento para 2008, a previsão de receita do ICMS era de R$ 19,8 bilhões.

Do total da receita prevista para o exercício de 2009, 94% correspondem às receitas correntes, com a receita tributária participando com 67%; e 6% às receitas de capital (R$ 2,4 bilhões). Entre as receitas de capital, a maior participação refere-se às receitas de operação de crédito, com 61% (R$ 1,4 bilhão), tendo crescido 570% em relação a 2004, viabilizando, segundo o Executivo, "os principais investimentos do governo e a solidez da gestão fiscal".

Do total de despesas previstas para 2009, 84% são despesas correntes, 15% despesas de capital e 1% destinado à reserva de contingência. A despesa de pessoal do Executivo é de R$ 12,3 bilhões (46,03% da Receita Corrente Líquida do Estado). O limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal é de 46,55% e o máximo, de 49%. As despesas de pessoal e encargos sociais possuem a maior representatividade no Orçamento, correspondendo a 40% do total da despesa fiscal e a 48% das despesas correntes.

Os investimentos realizados pelo Estado são divididos em três grupos: investimentos do Orçamento Fiscal (R$ 3,8 bilhões); inversões financeiras (R$ 1,2 bilhão) e os investimentos das empresas controladas pelo Estado (R$ 5,8 bilhões). O Orçamento Fiscal inclui administração direta e indireta e as empresas dependentes (Rádio Inconfidência, Epamig e Emater). Já as empresas controladas pelo Estado são Cemig, Copasa, BDMG, Codemig, Gasmig, Cohab, Prodemge, Prominas, Indi, MGS, MGI e Trem Metropolitano de Belo Horizonte.

Municípios - Serão repassados aos municípios, a título de transferências obrigatórias, R$ 7,2 bilhões, um crescimento de 19% (R$ 1,125 bilhão) com relação a 2008.

Governo destaca principais ações das 13 áreas de resultados

O PPAG 2008-2011, que agora terá sua primeira revisão, prevê 13 áreas de resultados, e cada uma delas possui um conjunto de objetivos estratégicos, indicadores finalísticos, projetos estruturadores, agenda setorial do Choque de Gestão e metas de desempenho setorial que materializam a estratégia de Minas para o período 2007-2023.

As áreas de resultados são as seguintes: Educação de Qualidade; Protagonismo Juvenil; Investimento e Valor Agregado da Produção; Inovação, Tecnologia e Qualidade; Desenvolvimento do Norte de Minas e Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce; Logística de Integração e Desenvolvimento; Rede de Cidades e Serviços; Vida Saudável; Defesa Social; Redução da Pobreza e Inclusão Produtiva; Qualidade e Inovação na Gestão Pública; Qualidade Ambiental; e Qualidade Fiscal.

Entre as ações que o governo pretende implementar em 2009, em cada área de resultado, destacam-se: a ampliação do número de alunos do ensino integral, passando de 89 mil em 2006 para 130 mil estudantes em 2009; a construção e a reforma de 462 escolas rurais, com investimentos de R$ 64,7 milhões em 2009; e o atendimento de mais 8.971 alunos no programa Poupança Jovem. Para atender ao Norte, Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce, o governo pretende investir em aceleração da aprendizagem, integrando mais de 180 mil alunos à série adequada à sua idade, chegando a um total de 250 mil estudantes atendidos desde 2008, quando teve início o programa.

Outras ações listadas pela secretária Renata Vilhena são as seguintes: conclusão de mais 31 acessos pavimentados a municípios, atingindo 98% dos municípios mineiros por meio do Pró-Acesso; inauguração das unidades prisionais de Itajubá, Pouso Alegre, Oliveira e anexos das unidades de Patrocínio, Uberaba e Penitenciária Industrial Estevão Pinto, em Belo Horizonte, oferecendo um total de 1.552 novas vagas; e expansão de cinco para 33 municípios atendidos pelo Projeto Travessia, com atuação governamental nas áreas de saneamento, saúde, educação, assistência social e renda.

Saiba mais sobre o PPAG e a tramitação dos projetos de planejamento orçamentário

O PPAG é um plano de médio prazo, de caráter estratégico, com eficácia dependente do Orçamento anual. Ele estabelece de forma regionalizada, em harmonia com o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI), as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública, com a discriminação dos recursos para sua execução. É ele que dá visibilidade às políticas que o governo se compromete a implantar nos quatro anos de mandato, estabelecendo metas e estratégias gerenciais e de captação de recursos. O PPAG 2008-2011 está detalhado na Lei 17.347, de 2008.

Duas comissões da Assembléia estão envolvidas mais diretamente com o processo de revisão participativa do PPAG. A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO), atualmente presidida pelo deputado Zé Maia (PSDB), examina e emite parecer sobre o projeto, com a participação de membros das demais comissões. Já a Comissão de Participação Popular, presidida pelo deputado André Quintão (PT), tem como uma de suas atribuições discutir as leis orçamentárias, inclusive o plano plurianual e suas revisões. Portanto, cabe a ela acatar as propostas populares de modificação e encaminhá-las à FFO. Depois que essa comissão aprova seu parecer, o projeto de revisão do PPAG está em condições de ser discutido e votado pelo Plenário em turno único.

Tramitação - A tramitação do projeto do PPAG, assim como do Orçamento e das demais matérias de natureza financeira e orçamentária, é definida no artigo 204 do Regimento Interno. Depois de recebido em Plenário, o projeto é distribuído, em avulso (cópia), aos deputados e às comissões permanentes a que estiver afeto e encaminhado à FFO para, em 60 dias, receber parecer. Da discussão e votação do parecer nessa comissão poderão participar, com direito a voz e voto, dois membros de cada uma das comissões permanentes às quais tenha sido distribuído o projeto.

Nos primeiros 20 dias da tramitação poderão ser apresentadas emendas ao projeto. Dois dias depois de vencido esse prazo, o presidente da FFO proferirá despacho de recebimento das emendas, que serão numeradas e publicadas. Em seguida, o projeto será encaminhado ao relator, designado pelo presidente da comissão, para receber parecer. O parecer será, então, encaminhado à Mesa da Assembléia e publicado. O projeto será incluído na Ordem do Dia do Plenário para discussão e votação em turno único.

Presenças - Também participaram da solenidade no Salão Nobre o secretário adjunto de Planejamento e Gestão, Bernardo Tavares de Almeida; o subsecretário de Planejamento e Orçamento da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Thiago Coelho Toscano; o superintendente de Planejamento e Programação Orçamentária, André Abreu Reis; o secretário-geral da Mesa, José Geraldo de Oliveira Prado; o diretor-geral da ALMG, Eduardo Vieira Moreira; e técnicos de várias áreas da Assembléia, como da Diretoria de Comunicação Institucional e das Gerências-Gerais de Consultoria Temática e de Projetos Institucionais.

 

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