| Deputado cobra do Judiciário solução para o caso 
            Fumec Representantes dos ex-professores da Fundação 
            Mineira de Educação e Cultura (Fumec), em Belo Horizonte, estiveram 
            novamente na Assembléia Legislativa de Minas Gerais nesta 
            quarta-feira (24/9/08), para denunciar a arbitrariedade das mais de 
            100 demissões ocorridas em 2007 e atitudes recentes de intimidação 
            de dirigentes da universidade contra ex-professores e alunos. Na 
            reunião da Comissão de Direitos Humanos, o presidente, deputado 
            Durval Ângelo (PT), criticou decisão da Justiça de não afastar os 
            dirigentes em resposta a uma solicitação do Ministério Público. Ele 
            disse esperar que a medida seja revista pelo Superior Tribunal de 
            Justiça (STJ). O promotor Marcelo Oliveira Costa, da Promotoria de 
            Tutela de Fundações, enviou à comissão cópia de recurso à Justiça 
            (agravo de instrumento) apresentado pelo Ministério Público em 
            julho. No recurso, ele se refere à ilegalidade das demissões e ao 
            regime policialesco implantado na Fumec. No ofício à ALMG, o 
            promotor ressalta que a situação é "por demais grave e está, de 
            fato, a demandar o acompanhamento atento de todos os Poderes". Ele 
            justificou sua ausência alegando receio de que o comparecimento à 
            reunião poderia ser usado pelos dirigentes da fundação como 
            indicativo de quebra da imparcialidade. Corre na Justiça processo 
            pedindo intervenção judicial na universidade. O presidente da Fumec, Emerson Tardieu de Aguiar 
            Pereira Júnior, não compareceu ao debate nem mandou representante. 
            Sua ausência, e a de representantes do Conselho Estadual de Educação 
            (CEE), foi criticada pelo deputado Durval Ângelo. Na avaliação do 
            parlamentar, o conselho está inerte quando deveria ter uma ação 
            propositiva sobre o assunto. O deputado reafirmou que o papel da 
            comissão tem sido alertar a sociedade e a comunidade acadêmica sobre 
            os fatos e buscar a sensibilização do Judiciário. A ALMG já promoveu 
            vários debates sobre o assunto. Demitidos e sindicatos reafirmam denúncias; 
            auditoria é questionada O ex-professor e ex-presidente do Conselho de 
            Curadores da Fumec, Antônio Pereira dos Santos, leu texto de sua 
            autoria intitulado "Relato de uma violência pedagógica". Nele, 
            reafirma ter sido demitido sem justa causa ou justificativa, um dia 
            antes de começar a semana das provas finais do semestre; questiona a 
            ausência de provas das irregularidades que teria cometido, segundo a 
            direção da Fumec, quando foi presidente em 2001 e 2002; e cobra 
            punição pelas difamações e perseguição política. Ele informou estar 
            sendo processado pelas denúncias feitas nas audiências da ALMG.  Santos também critica relatório de auditoria feita 
            pela Ernst & Young, empresa contratada pela Fumec, e que teria 
            servido de base para as demissões. De acordo com Santos, o relatório 
            foi desconsiderado pela Promotoria. O professor informou à comissão 
            que foi acusado de irregularidades na construção da capela de 
            Macacos. Explicou que o que houve foi uma reforma, viabilizada por 
            convênio com o Ministério da Cultura, e que a documentação sobre as 
            obras foi encaminhada ao Ministério Público, mas nenhuma 
            irregularidade foi constatada. A auditoria também foi questionada por Renata 
            Guerra, ex-aluna e ex-professora da Fumec. Segundo ela, o trabalho 
            não teve rigor técnico ou imparcialidade, baseando-se apenas em 
            conversas de corredor, sem ouvir os professores acusados e, 
            portanto, sem o contraditório. "É preciso discutir a qualidade das 
            auditorias que estão sendo feitas", disse. Ela cobrou que prevaleça 
            o direito "à nossa verdade, à nossa honra e à nossa memória".  Sobre o assunto, o deputado João Leite (PSDB) 
            ponderou ter crença nas auditorias, mas naquelas com fé pública, 
            feitas por servidores públicos e com direito à ampla defesa. Na 
            opinião dele, as auditorias em fundações como a Fumec deveriam 
            ocorrer dessa forma. Sindicatos apóiam - Dois 
            dirigentes sindicais apoiaram os ex-professores. O presidente do 
            Sindicato dos Professores da Rede Privada (Sinpro), Gilson Reis, e 
            Valéria Said Tótaro, diretora do Sindicato dos Jornalistas 
            Profissionais de Minas Gerais, ressaltaram que a qualidade das 
            instituições de ensino está diretamente ligada à profissionalização 
            e à qualificação do corpo docente. Para Valéria, as demissões na 
            Fumec foram arbitrárias e sem apresentação de critérios acadêmicos. 
            Dos 30 professores da área de Comunicação Social demitidos, 14 são 
            jornalistas. Gilson Reis fez duras críticas ao Conselho Estadual 
            de Educação, afirmando que o órgão é omisso e formado apenas por 
            proprietários de escolas ou pessoas ligadas a eles. Alertou que, em 
            recentes decisões, o Tribunal Regional do Trabalho tem considerado 
            assédio moral a demissão de professores ao longo do período letivo, 
            como ocorreu na Fumec. Greve - A greve na rede 
            estadual de ensino, que já dura quase 30 dias, também foi objeto de 
            debates. Gilson Reis criticou o governo por não querer conversar com 
            os professores e pediu que os deputados intercedam para viabilizar a 
            negociação. Em resposta, o deputado Durval Ângelo informou que, a 
            partir de intervenção da Presidência da ALMG, o comando de greve se 
            reuniria, no final da manhã desta quarta (24), com o secretário de 
            Estado de Governo, Danilo de Castro. Sobre a tentativa de ocupação da sede da ALMG na 
            terça-feira (23) por manifestantes que participavam de assembléia 
            dos servidores da educação, Durval Ângelo informou que professores 
            teriam dito que os danos patrimoniais à Casa teriam sido causados 
            por pessoas alheias ao movimento. Os agentes de segurança da 
            Assembléia contaram com o auxílio da PM para conter a ocupação. De 
            acordo com Durval Ângelo, a comissão vai buscar informações sobre o 
            que ocorreu. Pinga-fogo - Na fase do 
            "pinga-fogo", quando a palavra é franqueada às pessoas que 
            acompanham as reuniões, os temas abordados foram a campanha 
            eleitoral em Sabará e propostas para alterar o Código de Trânsito 
            Brasileiro, com críticas ao aumento do valor das multas como forma 
            de diminuir a violência. Requerimentos - A comissão 
            aprovou os seguintes requerimentos: * Do deputado Durval Ângelo, de audiência pública 
            para discutir a criação de um fundo de assistência judiciária 
            gratuita aos legalmente necessitados em Minas, a exemplo de São 
            Paulo; e de envio das notas taquigráficas da reunião do último dia 
            16 à presidência da Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais 
            (Cohab). Na reunião, o sindicalista Milton Mendes de Araújo, da Liga 
            Operária, denunciou perseguições na empresa. * Do deputado Padre João (PT), de audiência para 
            discutir a violência contra os idosos, em especial em Mercês e 
            região; e para ouvir as professoras Márcia Ferreira Pinto e Rosana 
            Gonçalves sobre denúncias de arbitrariedades que teriam sido 
            cometidas por dirigentes da Escola Estadual Padre Afonso de Lemos, 
            no distrito de Cachoeira do Campo, em Ouro Preto. * Do deputado Paulo Guedes (PT), de providências 
            para a revisão criminal de sentença condenatória contra Darlan Dias 
            da Silva, preso em Janaúba. Presenças - Deputados 
            Durval Ângelo (PT), presidente; Luiz Tadeu Leite (PMDB), vice; João 
            Leite (PSDB) e Gil Pereira (PP).   
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