Anac descarta volta de aviões de grande porte ao Aeroporto da
Pampulha
Apesar de ainda não haver uma resposta oficial da
Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), a chance de que os pedidos
da TAM e da Gol para operarem com aviões de grande porte no
Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, sejam aprovados, é
praticamente nula. Essa informação foi passada nesta quarta-feira
(17/9/08) pelo superintendente de Infra-Estrutura Aeroportuária da
Agência, Anderson Ribeiro Correia, aos deputados da Comissão
Especial dos Aeroportos da Assembléia Legislativa de Minas
Gerais.
A capacidade operacional da Pampulha hoje, informou
Correia, está no limite da saturação, com uma média de 12 vôos e 400
passageiros por hora. "O objetivo da Anac é respeitar essa
capacidade", garantiu, acrescentando que não existe qualquer projeto
de investimentos da Infraero no sentido de ampliá-la.
A fala do representante da Anac tranqüilizou os
dirigentes de associações de moradores presentes à reunião. Juliana
Renault Vaz (Pró-Civitas), Flávio Marcus Ribeiro de Campos
(Associação dos Amigos da Pampulha - Apam) e Edilson de Almeida
Júpiter (Associação Comunitária dos Bairros Aeroporto, Jaraguá e
Adjacências) haviam manifestado preocupação com o possível retorno
de aviões de grande porte ao terminal da Pampulha, alegando riscos
para a segurança dos moradores, aumento do trânsito na região e
poluição sonora.
Também presentes à reunião, representantes da Gol e
da TAM confirmaram que as empresas pediram autorização para utilizar
o Aeroporto da Pampulha. A Gol pediu para operar dez vôos, em
Boeings 737, com destino a Brasília e ao Aeroporto Santos Dumont, no
Rio de Janeiro. Já a TAM solicitou autorização para operar nove vôos
em aeronaves Airbus A-319 para os aeroportos Santos Dumont,
Congonhas (SP) e de Brasília. Além dessas solicitações, a Anac
confirmou ainda a existência de um pedido da Ocean Air, que
utilizaria aviões Fokker 100, mas não revelou os destinos.
Preocupação é com ação da Azul nos
bastidores
O deputado Fábio Avelar (PSC), presidente da
comissão, abriu a reunião citando a informação de que uma nova
empresa que vai operar no Brasil, a Azul Linhas Aéreas, teria
encomendado vários aviões à Embraer (de acordo com notícias
veiculadas pela imprensa, trata-se de 16 aeronaves modelo 190, com
capacidade para 106 passageiros) e, em contrapartida, receberia
autorização para realizar pousos e decolagens na Pampulha. Por isso,
disse ele, Gol e TAM, por questões de competitividade, se
anteciparam e pediram o mesmo direito.
Respondendo ao questionamento do advogado da Apam e
da Pró-Civitas, Ricardo Alvarenga, que quis saber se a Azul chegou a
solicitar autorização para operar na Pampulha, o representante da
Anac disse que, no que diz respeito à questão da infra-estrutura,
não existe nenhum pedido, até porque a Azul ainda não obteve o
Certificado de Homologação de Transporte Aéreo (Cheta), documento
que garante que a empresa cumpre normas, requisitos e padrões
estabelecidos pela Anac, além de qualidade e eficiência. No entanto,
ele não soube dizer se existem negociações de bastidores entre a
Azul e os órgãos que regulam a aviação no Brasil.
O coordenador de Comércio Exterior da Secretaria de
Estado de Desenvolvimento Econômico, Acácio Santos, e o presidente
do Sindicato das Empresas de Turismo de Minas Gerais, José Eugênio
Aguiar, também compareceram à reunião para manifestar suas posições
contrárias ao retorno de vôos de Confins para a Pampulha. Já o
deputado Gustavo Valadares (DEM) defendeu investimentos não na
ampliação, mas na revitalização do Aeroporto da Pampulha, uma vez
que 60 aeroportos regionais no Estado estão tendo suas capacidades
ampliadas e isso deve gerar aumento no fluxo de passageiros na
Pampulha.
Presenças - Deputados
Fábio Avelar (PSC), presidente; GustavoValadares (DEM), vice;
Vanderlei Jangrossi (PP) e Célio Moreira (PSDB). A Gol foi
representada pelo seu assessor de Infra-Estrutura Aeroportuária,
Issac Miguel Ferrarezi, e a TAM pelo gerente de vendas Terci
Rodrigues.
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