Projeto sobre raves recebe substitutivo na Comissão de Cultura

O Projeto de Lei (PL) 1.874/07, do deputado Sargento Rodrigues (PDT), que proíbe a realização de festas "rave", baile...

10/09/2008 - 00:01
 

Projeto sobre raves recebe substitutivo na Comissão de Cultura

O Projeto de Lei (PL) 1.874/07, do deputado Sargento Rodrigues (PDT), que proíbe a realização de festas "rave", bailes funk e similares no Estado, ainda deverá ser tema de uma audiência pública antes de ser votado em 1º turno pelo Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. A Comissão de Cultura aprovou, nesta quarta-feira (10/9/08), parecer favorável ao projeto, porém na forma do substitutivo nº 2, apresentado pela relatora, deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM).

O substitutivo, em vez de proibir, regulamenta a realização dos eventos em Minas Gerais. Entre as determinações previstas estão a exigência de que os organizadores peçam autorização à Secretaria de Estado de Defesa Social, por escrito e com antecedência mínima de 30 dias úteis. Além disso, devem apresentar uma série de documentos e providenciar, entre outros, sanitários, detectores de metal, segurança interna e ambulância. Além disso, deverão informar os horários de início e término dos eventos, bem como encaminhar cópia da autorização ao juizado de menores da comarca onde se realiza a festa.

Durante a discussão do parecer, o deputado Carlin Moura (PCdoB) manifestou sua preocupação com o projeto, que segundo ele traz dois "vícios gravíssimos". O primeiro é que ele propõe a proibição dos eventos. "A liberdade de expressão e reunião é plena, prevista pela Constituição Federal", explicou. Em segundo lugar, Carlin apontou a improcedência de se transmitir, mesmo de forma subliminar, a idéia de que as raves e os bailes funk estariam diretamente vinculados ao consumo de drogas ilícitas. "A questão das drogas é um problema da modernidade, pois elas são consumidas em todos os lugares, refletindo a falência do Estado. Não podemos transferir o problema para esses eventos, trata-se de um equívoco", disse o parlamentar, que defendeu a rejeição do projeto.

A presidente da comissão, deputada Gláucia Brandão (PPS), concordou com os argumentos de Carlin Moura, mas ponderou que a proposição tramita ainda em 1º turno, e que por isso ainda há muito tempo para que ele seja aperfeiçoado e atenda aos anseios da sociedade. Ela lembrou que a audiência pública, solicitada pelo próprio Carlin Moura no dia 10 de junho, deverá ser realizada "o mais breve possível".

Futura lei pode ser inócua, alerta deputado

Outro questionamento do deputado Carlin Moura foi em relação à possibilidade de que a futura lei seja inócua. Segundo ele, eventos que reúnem público já estão sujeitos a uma série de procedimentos legais. "Não há, portanto, necessidade de se regulamentar o que já está regulamentado", destacou. O deputado Chico Uejo (PSB) reforçou as palavras do colega e acrescentou que a própria conceituação de festa rave é controversa. A definição "evento animado com música eletrônica e de longa duração", segundo ele, pode fazer com que juízes e promotores tenham interpretações diferentes. "Ligar o som do carro em um sítio será considerado festa rave?", questionou Uejo.

A relatora da proposição, deputada Maria Lúcia Mendonça, disse que não é contra a realização de festas rave ou bailes funk. "Há produtores comprometidos com a juventude, mas também há os que extrapolam. As festas mal organizadas têm propiciado o uso de drogas ilícitas", disse ela, defendendo uma regulamentação mais clara desses eventos.

Presenças - Deputadas Gláucia Brandão (PPS), presidente; e Maria Lúcia Mendonça (DEM), e deputados Chico Uejo (PSB) e Carlin Moura (PCdoB).

 

 

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715