Comissão de Direitos Humanos quer ouvir o jornalista José Cleves

O jornalista José Cleves da Silva, absolvido da acusação de assassinato da esposa, morta em 2000, deve ser ouvido pel...

10/09/2008 - 00:02
 

Comissão de Direitos Humanos quer ouvir o jornalista José Cleves

O jornalista José Cleves da Silva, absolvido da acusação de assassinato da esposa, morta em 2000, deve ser ouvido pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais na próxima quarta-feira (17). A decisão do Superior Tribunal de Justiça sobre o caso foi anunciada no último dia 27 e o processo foi arquivado. Conhecido por denunciar a corrupção policial em suas reportagens, o jornalista alegou ter sido vítima de uma armação da polícia. O requerimento dos deputados Durval Ângelo (PT) e João Leite (PSDB) para a audiência foi um dos seis aprovados durante a reunião desta quarta (10/9/08).

Os deputados também querem a realização de uma reunião conjunta com a Comissão de Saúde para conhecer a situação do Hospital da Polícia Civil, em Belo Horizonte. Segundo denúncias dos usuários, a unidade não teria condições de funcionamento. Outro assunto que deve ser tratado pela comissão são as possíveis perseguições por parte da diretoria da Fundação Mineira de Educação e Cultura (Fumec) a ex-professores e ex-alunos da instituição. A data provável da audiência, que atende a requerimento do deputado Durval Ângelo, é o próximo dia 24.

O deputado Durval Ângelo apresentou requerimento de providências da Corregedoria da Polícia Militar, do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Direitos Humanos e da Ouvidoria de Polícia na apuração do possível envolvimento de policiais militares no desaparecimento de dois menores no último sábado (8), em Contagem. Uma menor também teria sofrido ameaças verbais e abusos pelos mesmos policiais e sido liberada após a chegada de sua mãe ao local.

Um outro requerimento do deputado Durval Ângelo é para o envio de relato de denúncias sobre possíveis ilegalidades e práticas criminosas ocorridas no interior do Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, à Secretaria Especial de Direitos Humanos, à entidade "Ação dos Cristãos para a Abolição da Tortura", à Ouvidoria do Sistema Prisional do Estado e ao secretário de Estado de Defesa Social. O deputado também solicita que sejam tomadas providências urgentes quanto aos relatos de ocorrência de tortura, maus tratos, castigos cruéis e tratamento desumano dispensado aos sentenciados por agentes penitenciários.

Grilagem de terras - Ao final da reunião, Maria das Graças Dantas denunciou que seu pai foi vítima de grilagem de terras pelo ex-governador Newton Cardoso em 1975. Ela disse que o corregedor de Justiça afirmou que "não há mais o que fazer", mas o processo ainda não foi julgado. A denunciante esteve no Conselho Nacional de Justiça, em Brasília, e já passou por 12 advogados. Ela mostrou a escritura das terras e, desesperada, questionou: "Para que vale a escritura se não há justiça?".

O deputado Durval Ângelo apresentou então requerimento para o envio das notas taquigráficas do depoimento de Maria das Graças Dantas com as denúncias contra a juíza de Taoibeiras, responsável pelo processo, ao Conselho Nacional de Justiça.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; João Leite (PSDB), Ruy Muniz (DEM), Vanderlei Miranda (PMDB) e Zé Maia (PSDB).

 

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