Conquistas no meio ambiente são atribuídas à luta da Amda

A solenidade de homenagem aos 30 anos da Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda), realizada pela Assembléia L...

04/09/2008 - 00:01
 

Conquistas no meio ambiente são atribuídas à luta da Amda

A solenidade de homenagem aos 30 anos da Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda), realizada pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais, nesta quinta-feira (4/9/08), foi marcada pelo reconhecimento ao trabalho prestado pela entidade na mudança de postura das empresas e órgãos oficiais mineiros em relação à preservação ambiental. Esta foi a tônica dos pronunciamentos dos deputados Fábio Avelar (PSC), que solicitou a Reunião Especial e Lafayette de Andrada (PSDB), que representou o presidente da ALMG, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), na reunião.

Para o deputado Fábio Avelar, a história da Amda se confunde com a história do ambientalismo mineiro. Ele destacou as dificuldades que a entidade enfrentou desde sua criação em 1978, por um grupo de estudantes da UFMG, como a incompreensão por parte da sociedade, o confronto com órgãos diversos e a falta de infra-estrutura.

Pode ser considerada uma vitória das ações da Amda, segundo o deputado, a nova postura do empresariado mineiro que passou a respeitar mais a legislação, adequando suas atividades às exigências da sociedade e dos movimentos ambientalistas. Fábio Avelar considera que a Amda é uma entidade essencial na defesa do ambiente. "O seus valores são permanentes e têm tudo a ver com a conciliação entre a proteção ambiental e as atividades econômicas: respeito à biodiversidade, independência político-partidária, defesa do bem comum e consumo consciente são pilares que sustentam o pensamento da associação", afirmou.

Entre as grandes campanhas em que a Amda esteve envolvida, o deputado destacou: a defesa da Amazônica; a luta contra o acordo nuclear Brasil-Alemanha; a revisão da Lei Florestal mineira; a luta contra o consumo ilegal de carvão por industrias siderúrgicas; a defesa do Parque Estadual do Rio Doce; a consolidação da APA-Sul; a luta contra a transposição do Rio São Francisco e a lista suja.

Em seu pronunciamento, o deputado Lafayette de Andrada destacou que os 30 anos de atividades da Amda, influenciando políticas públicas e privadas, tem sido essencial na conciliação entre desenvolvimento econômico e a sustentabilidade. Para ele, esta luta pertence também à Assembléia Legislativa, "por meio da atuação e vigilância constantes da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais, e por meio dos fóruns, audiências públicas, seminários, o que tem gerado um modelo de parceria e convivência entre governo, ONGs e empresas".

Lafayette de Andrada lembrou o desafio de se encontrar fontes alternativas de energia, entre outras lutas, destacando que a reversão da atual condição climática não deve ser vista como um delírio, mas um objetivo a ser perseguido por toda a sociedade. "Para garantir a vida não há outro caminho que não a defesa do ambiente", disse o deputado

História é marcada por momentos trágicos e cômicos

De uma forma descontraída, arrancando risos dos presentes ao Plenário, a superintendente executiva da Amda, Maria Dalce Ricas, destacou os fatos e pessoas mais marcantes na história da entidade. Os primeiros passos, desde sua criação por um grupo de estudantes, vistos pelos próprios colegas como visionários e românticos, até o envolvimento com os órgãos de repressão da ditadura ou a polícia, em manifestações posteriores.

Maria Dalce, que recebeu a placa de homenagem em nome da entidade, lembrou os tempos em que a Amda compartilhava uma sede com o movimento de bandeirantes, versão feminina dos escoteiros, bem como os problemas financeiros, que faziam seus membros venderem material em sinais de trânsito. E as dificuldades de reconhecimento da ONG como órgão sério e não de estudantes malucos.

Para ela, a mudança de postura da Amda, passando de um movimento radical, sempre em confronto com as empresas e os órgãos oficiais, para um movimento reconhecido, começa com o assento no Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam). "Foi a partir daí que começou nosso diálogo com o Estado e as empresas. Nossa maior contribuição foi incorporar a agenda ambiental nas discussões de políticas públicas e privadas", acrescentou Maria Dalce.

Mesmo reconhecendo que houve muitas mudanças ambientais positivas em todo o mundo, "essas mudanças ainda estão aquém do que deveriam estar. O efeito estufa está aí para nos provar isso. Enquanto o consumo for nosso deus, não conseguiremos resolver esta situação", enfatizou. Ela agradeceu o deputado Fábio Avelar e todos os que assinaram o requerimento pela homenagem e também agradeceu um a um todos os que passaram pela associação e que estavam na platéia, lembrando que "a Amda foi feita por pessoas e esta homenagem é para todas elas".

Representando o governador do Estado Aécio Neves, o vice-governador, Antônio Augusto Anastasia, também enalteceu a luta da Amda e a liderança de sua superintendente.

Além dos citados, a Mesa foi composta também: pelo secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Renováveis, José Carlos de Carvalho, pelo presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Cláudio Junqueira; pelo presidente da Sociedade Mineira de Engenheiros Florestais, Márcio Gomes Carneiro e pelos representantes do Sindiaçúcar e Sindiextra.

No início da solenidade foi apresentado um vídeo institucional sobre a Amda, com diversos depoimentos.

 

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