Ministério do Trabalho revê posição sobre cooperativas médicas

O ministro Carlos Lupi aceitou rever o posicionamento do Ministério do Trabalho e Emprego, que vinha autuando hospita...

02/09/2008 - 00:01
 

Ministério do Trabalho revê posição sobre cooperativas médicas

O ministro Carlos Lupi aceitou rever o posicionamento do Ministério do Trabalho e Emprego, que vinha autuando hospitais de Minas Gerais que terceirizam a contratação de médicos por meio de cooperativas funcionais. O assunto foi discutido nesta terça-feira (2/9/08) em Brasília, onde o ministro recebeu integrantes da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, da Federação da Cooperativas Médicas, da Associação dos Hospitais de Minas Gerais, do Sindicato dos Médicos do Estado e do Conselho Regional de Medicina. A audiência foi solicitada pelo deputado Carlos Pimenta (PDT). Também participaram os deputados Hely Tarqüínio (PV) e Carlos Mosconi (PSDB), presidente da Comissão de Saúde.

Por decisão do ministro, uma nova reunião deverá acontecer em Belo Horizonte para tratar do assunto, em cerca de uma semana, com a participação de representantes do Ministério Público do Trabalho, da Delegacia Regional do Trabalho e dos auditores trabalhistas. De acordo com Carlos Pimenta, esse novo encontro tratará da elaboração de um termo de ajuste de conduta e da revisão das punições determinadas aos hospitais. "Os hospitais já entraram com recursos contra as autuações e elas devem ser revistas, caso a caso. As multas não podem ser aplicadas de forma generalizada. O ministro entendeu que é preciso respeitar a opção do médico em cada caso", afirmou Pimenta.

O deputado Carlos Mosconi disse que o ministro Carlos Lupi compreendeu que as cooperativas médicas são uma iniciativa dos próprios profissionais para que possam trabalhar com mais garantias, e não uma forma dos hospitais burlarem as leis trabalhistas. "Além da reunião em Minas Gerais, também está para ser votado no Congresso um projeto de lei para regulamentar o cooperativismo na área médica. Isso deverá resolver o problema", afirmou Mosconi.

Médicos defendem cooperativas

A polêmica sobre as cooperativas médicas foi tema de audiência pública conjunta das Comissões de Saúde e do Trabalho no dia 18 de junho, na Assembléia Legislativa. Naquela reunião, médicos e representantes de cooperativas e hospitais reclamaram de como a fiscalização e as autuações estavam sendo feitas pelo Ministério do Trabalho, para quem a contratação via cooperativas seria, na verdade, uma substituição do vínculo trabalhista entre profissionais e hospitais.

Um dos que se manifestou na ocasião foi o presidente da Federação Nacional das Cooperativas Médicas, José Augusto Ferreira. Ele explicou que a formação das cooperativas - que na Região Metropolitana de Belo Horizonte representaria 90% da classe médica - foi uma forma que a categoria encontrou para obter uma série de conquistas e se fortalecer contra a pressão de grandes operadoras de plano de saúde para reduzir custos e honorários. "As cooperativas são legítimas, regulares e funcionam. Têm força de negociação e de contratação", afirmou ele, à época.

Na mesma oportunidade, o representante do Ministério do Trabalho, o auditor Airton Marinho da Silva, que também participou da audiência pública, explicou que fatores como plantão fixo em hospital, subordinação, impessoalidade e remuneração são características que configuram vínculo trabalhista e são proibidas pela legislação que rege as cooperativas, que muitas vezes têm suas funções desvirtuadas. Segundo ele, o médico é um trabalhador como outro qualquer no País, apesar de ser alvo de inúmeros descumprimentos da legislação trabalhista.

 

 

 

 

 

 

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