Procurador-geral de Belo Horizonte defende rodoviária no Calafate

O procurador-geral do município de Belo Horizonte, Marco Antônio Resende Teixeira, defendeu, em audiência pública da ...

17/07/2008 - 00:01
 

Procurador-geral de Belo Horizonte defende rodoviária no Calafate

O procurador-geral do município de Belo Horizonte, Marco Antônio Resende Teixeira, defendeu, em audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, o projeto de transferência do terminal rodoviário da Capital para o Bairro Calafate, na Zona Oeste da cidade. As declarações foram dadas na reunião desta quinta-feira (17/7/08), solicitada pelos deputados Délio Malheiros (PV), presidente da comissão, e Célio Moreira (PSDB), que recebeu também representantes da BHtrans, OAB e de vereadores e moradores da região.

De acordo com o procurador, a definição do local para a nova rodoviária é fruto da discussão dos últimos planos diretores da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) com a população. Para ele, sempre houve transparência no processo, que não trará ônus para a região. "A imagem da rodoviária está prejudicada pela situação do entorno do atual terminal, mas a transferência será benéfica para a população", disse. Marco Antônio lembrou ainda que o trânsito da região central será desafogado, uma vez que a rodoviária estará mais próxima ao Anel Rodoviário, evitando, assim, que os carros circulem pelos corredores que levam ao Centro. "Certamente os períodos que antecedem os feriados prolongados serão bem menos tumultuados e o edital de licitação para a obra levará tudo isso em consideração", salientou.

Taxa de embarque - Questionado sobre o aumento das taxas de embarque, hoje as mais altas do País, segundo o deputado Délio Malheiros, o procurador explicou que houve uma readequação dos valores, tendo em vista a distância percorrida pelo passageiro. O assessor da Presidência da BHTrans, Ricardo Lott, completou a informação, ao afirmar que antes o valor era único e agora ele varia de acordo com o tempo da viagem. Em sua fala, Lott lembrou ainda que será realizada uma audiência pública no próximo 24 de julho, na BHtrans, para apresentar e detalhar à população o projeto de mudança da rodoviária.

Moradores consideram nova rodoviária transferência de problemas

O presidente do SOS Bairros, Guilherme Neves, alegou que há irregularidades jurídicas no projeto, além de toda a insatisfação popular. Segundo ele, o Plano Diretor do município é ineficaz por desconsiderar pontos negativos a serem trazidos pela transferência da rodoviária. "Haverá desequilíbio ao comércio do Centro, aumento da insegurança no Calafate, caos no trânsito da região e excesso de desapropriações. Enfim, os problemas apenas sairão de uma região comercial para uma região residencial", alertou. Para evitar que o projeto tenha seqüência, Neves afirmou já ter denunciados as supostas irregularidades ao Ministério Público e à Procuradoria-geral da União.

O presidente da Associação Comunitária, Social, Cultural e Esportiva dos Bairros Nova Suíça, Gameleira e Adjacências, Ernani Ferreira Leandro, considerou que o Estatuto das Cidades está sendo ferido, uma vez que a população não tem sido ouvida. Para ele, não houve estudo de impacto com a vizinhança e a discussão deveria ser ampliada. "É preciso que a audiência pública do próximo dia 24 de julho seja adiada pelo menos para o mês de agosto, em local e horário mais apropriado", pediu.

A arquiteta Mária Josefina Cruz também alertou para o fato do Estatuto das Cidades não estar sendo cumprido. Segundo ela, a PBH não está cumprindo a sua função social, no que se refere à qualidade de vida da população e indo contra o desenho urbano da cidade, que não traria mudanças positivas para a população.

Terminais setorizados - O vereador Alberto Rodrigues, que se declarou contrário ao projeto, propôs a criação de pelo menos quatro terminais rodoviários na cidade para que o trânsito não fique concentrado e a população seja atendida em toda a sua totalidade. "Isso não acontece porque não gera lucro às empresas privadas que controlarão a rodoviária. Infelizmente o desejo da população ficará, mais uma vez, em segundo plano", lamentou.

O deputado Fábio Avelar (PSC) afirmou que o momento não é propício para a realização do projeto, tendo em vista que a execução das obras ficará a cargo da nova administração municipal. Para ele, é preciso ampliar o debate, em respeito aos anseios dos moradores. Em conseqüência da proposta de Avelar, o deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT) sugeriu ainda a realização de um debate com os candidatos a prefeito de Belo Horizonte, para que sejam ouvidas as propostas de cada um para a nova rodoviária no Calafate.

Requerimentos - Durante a reunião, foram aprovados três requerimentos, sendo dois relacionados à audiência pública. O deputado Délio Malheiros solicitou o envio de ofício à PBH para que a audiência pública agendada para o dia 24 de julho, na BHtrans, para apresentar o projeto à população, seja remarcada para o mês de agosto; e o envio de ofício ao DER convocando representantes do órgão para que prestem esclarecimentos à comissão sobre o projeto de transferência da rodoviária.

O terceiro requerimento foi de autoria do deputado Fábio Avelar, solicitando a realização de audiência pública para debater assuntos ligados a desapropriações na região do Córrego Poderoso, na cidade de Santa Luzia.

Presenças - Deputados Délio Malheiros (PV), presidente; Walter Tosta (PMN); Célio Moreira (PSDB); Fábio Avelar (PSC); e Alencar da Silveira Jr. (PDT).

 

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