Mineração e participação pautaram eventos no 1º semestre de 2008

O Expresso Cidadania, projeto para estimular a participação política e o exercício consciente do voto dos jovens de 1...

17/07/2008 - 00:01
 

Mineração e participação pautaram eventos no 1º semestre de 2008

O Expresso Cidadania, projeto para estimular a participação política e o exercício consciente do voto dos jovens de 16 e 17 anos, e o Seminário Legislativo Minas de Minas, que debateu propostas para a elaboração de uma política minerária para o Estado e o País, foram os dois principais eventos institucionais desenvolvidos pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais no primeiro semestre de 2008. Os dois projetos, realizados pelo Legislativo em cidades do interior e na Capital, mobilizaram e reuniram mais de 20 mil pessoas, que participaram ativamente de debates, reuniões e oficinas em torno dos temas propostos.

Somando-se a outras instituições que buscaram estimular a participação política da juventude mineira, particularmente dos estudantes do ensino médio, o Legislativo realizou o Expresso Cidadania em março e abril deste ano, mobilizando 19.475 adolescentes em 13 cidades do interior de Minas e em Belo Horizonte, onde o projeto foi realizado com a participação de estudantes da Capital e da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Nessa maratona cidadã, viabilizada pela parceria com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MG) e a Secretaria de Estado da Educação, foram emitidos, ao todo, 4.814 títulos de eleitor e 3.393 carteiras de identidade, e oferecidas oficinas de vídeo, web e fotografia, que alimentaram um blog, onde os estudantes expressaram suas opiniões sobre a importância do voto, da consciência e da participação política.

Seminário elabora propostas de política minerária

O Seminário Legislativo Minas de Minas foi o maior evento institucional do semestre, com uma participação expressiva de representantes de diversos segmentos envolvidos na cadeia produtiva da mineração. O evento final foi realizado entre 9 e 12 de junho, no Plenário da Assembléia, em Belo Horizonte, e precedido de um processo de interiorização, com reuniões em 11 cidades. Nessas reuniões, foram apresentadas 364 propostas e eleitos 226 delegados, que votaram o documento final em Belo Horizonte, com a síntese de propostas para a elaboração de política minerária para o Estado e o País. O evento em Belo Horizonte teve cerca de 600 inscritos, representando 101 municípios. Participaram representantes de empresários, da sociedade civil, trabalhadores, acadêmicos e ambientalistas.

O presidente da Assembléia, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), ao receber o documento-síntese do seminário, destacou que ele é, de forma simbólica, "o produto dos minerais do rico subsolo, após lapidados e trabalhados de maneira plural, democrática e com a participação ativa de todos os segmentos da sociedade". Entre as 50 propostas aprovadas, destaca-se a de alterar a base de cálculo da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) e elevar o percentual repassado aos municípios.

Também foi aprovada a sugestão de se elaborar um programa de orientação aos municípios mineradores para aplicação e fiscalização dos recursos do royalty, promovendo-se inclusive palestras para a sociedade civil. Outra proposta aprovada foi a de criar uma caução para os empreendedores como garantia da recuperação ambiental durante o fechamento das minas. O presidente Alberto Pinto Coelho avaliou como positiva a proposta de criação, na Assembléia, de uma comissão permanente de Minas, Energia e Metalurgia, também apresentada.

Uma comissão de representação acompanha os desdobramentos do seminário. Ela é formada por representantes de todos os segmentos participantes do seminário. No último dia 15 de julho, foi lançada uma publicação com os resultados do seminário (propostas aprovadas e rejeitadas), as entidades integrantes da comissão de representação e as entidades de apoio. O presidente Alberto Pinto Coelho afirmou, durante o lançamento, que cabe à Assembléia o papel de discutir com a sociedade, de forma ampliada, os temas relevantes para os mineiros. "Tais debates antecedem o voto derradeiro no Plenário. É um erro histórico a avaliação do parlamento pela quantidade de leis aprovadas e não pela qualidade das discussões", disse ele. "Tenho certeza que as propostas vão ajudar no aprimoramento da gestão minerária no Estado, assim como em outros entes federados", completou ele, que elogiou os participantes de todo o processo.

Saiba quais foram os outros eventos institucionais

* Licenciamento ambiental e desenvolvimento sustentável: ciclo de debates realizado nos dias 10 e 11 de março, no Plenário Juscelino Kubitschek, em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). O objetivo foi avaliar a eficiência e a eficácia do licenciamento e das autorizações e outorgas de natureza ambiental, com a apresentação de experiências de órgãos gestores e de empreendedores. Produtores rurais lotaram o Plenário e reivindicaram a suspensão do Decreto 44.309, de 2006, que tipificava e classificava as infrações. Eles se queixaram da fiscalização exacerbada e da aplicação de multas de alto valor. O decreto já foi revogado, e agora está em vigor outro decreto, o de nº 44.844, de 2008.

* Revitalização do Rio das Velhas - Meta 2010: realizado no dia 26 de março, também no Plenário da Assembléia, este ciclo de debates integrou a programação do 7º Fórum das Águas, que ocorreu em diversos locais de Belo Horizonte, numa parceria da Assembléia de Minas com o governo do Estado. A "Meta 2010" é um projeto de prefeituras da Região Metropolitana e governo estadual para despoluir o Rio das Velhas, que prevê investimentos de mais de R$ 1 bilhão até 2010.

* Parlamento Jovem: dirigido aos jovens estudantes, o projeto é uma das mais bem-sucedidas iniciativas de Educação Para a Cidadania da Assembléia, desenvolvido pela Escola do Legislativo em parceria com a PUC Minas, com alunos do curso de Ciências Sociais. Seu objetivo é estimular a participação política e ampliar o conhecimento de estudantes universitários e do ensino médio sobre o Legislativo. O Parlamento Jovem está em sua quinta edição e abordou o tema Jovem e violência: provocador ou vítima?.

Foi mais de um semestre de muito estudo, pesquisa e debates, com a participação de estudantes de sete escolas públicas e particulares da Capital e os estudantes da PUC atuando como monitores. Reproduzindo a dinâmica de um seminário legislativo, o PJ reuniu em Plenário cerca de 120 jovens, que votaram um documento final. As propostas aprovadas serão analisadas, agora, pela Comissão de Participação Popular.

Entre elas, está a ampliação do programa Poupança Jovem, do Governo do Estado, para todas as escolas de ensino médio. O programa garante a alunos de baixa renda uma bolsa de R$ 1 mil para cada ano do ensino médio, a fim de ajudar na continuidade dos estudos. O benefício depende da freqüência e rendimento escolar. Houve também diversas propostas envolvendo projetos culturais voltados para jovens e programas de incentivo a estágios e empregos para jovens. Foi derrotada, na plenária final, proposta de redução da maioridade penal.

 

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