Projeto da LDO está pronto para votação em Plenário

Está pronto para votação em turno único no Plenário o Projeto de Lei (PL) 2.392/08, do governador, que contém as dire...

15/07/2008 - 00:02
 

Projeto da LDO está pronto para votação em Plenário

Está pronto para votação em turno único no Plenário o Projeto de Lei (PL) 2.392/08, do governador, que contém as diretrizes para a elaboração do Orçamento do Estado de 2009. O parecer da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) foi aprovado nesta terça-feira (15/7/08) pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, ampliada com a participação de membros das demais comissões permanentes. O relator foi o deputado Sebastião Helvécio (PDT), que opinou pela manutenção de 43 das 155 emendas apresentadas ao projeto. Também foram incluídas outras três emendas do relator, que contemplam algumas das emendas prejudicadas.

"Parte expressiva das emendas é de cunho alocativo, ou seja, estabelece que a lei orçamentária deverá conter dotações para o custeio de ações específicas ou genéricas", argumentou o relator, explicando que o instrumento adequado para criar os programas e as ações é o Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG). "O Orçamento, por sua vez, estabelece as dotações orçamentárias para as ações criadas no PPAG para um determinado exercício. Dessa forma, entendemos que as matérias relativas à alocação de recursos para ações e programas do Estado devem ser tratadas durante a discussão do PPAG e do Orçamento, cujos projetos iniciarão sua tramitação nesta Casa até 30 de setembro", afirmou Helvécio.

Números - O projeto estima a receita e a despesa do Estado em R$ 39,5 bilhões, cerca de R$ 4 bilhões superior ao valor estabelecido pela Lei Orçamentária de 2008 (R$ 35,5 bilhões). Esse crescimento previsto se deve, segundo o Executivo, ao crescimento anual estimado em 5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro entre os anos de 2008 e 2011, além de uma inflação de 4,5% ao ano. Além disso, a proposição prevê uma meta de superávit primário de 0,05% do PIB nacional em 2009. A principal fonte de arrecadação tributária será o ICMS (R$ 23,1 bilhões), com um crescimento previsto de 16,8% em relação a 2008.

Está previsto no projeto que a receita primária do Estado deverá situar-se em torno de 1,2% do PIB em 2009. Para alcançar a meta estabelecida, o Estado deverá buscar eficiência na exploração adequada dos recursos arrecadados, em especial do ICMS. A receita total estimada pelo projeto - R$ 39,5 bilhões - está dividida entre receitas correntes (R$ 37,7 bilhões), que incluem as receitas tributárias, as receitas de contribuições sociais e patrimonial, as transferências, entre outras; e as receitas de capital (R$ 1,8 bilhão), que incluem operações de crédito, amortizações de empréstimos e alienações de bens, entre outros.

Relator acata 43 das 155 emendas apresentadas ao projeto

Foram mantidas as emendas nºs 3, 8, 22, 53, 92, 94 e 99, apresentadas por parlamentares; as subemendas nº 1 às emendas nºs 6, 13, 60, 91, 96, 100, 104, 109, 110, 111, 113 e 135, e apresentadas as emendas nºs 156, 157 e 158. As outras emendas, que não aparecem em sua forma original, são contempladas no conteúdo das emendas mantidas.

Entre as propostas acatadas estão a destinação de, no mínimo, 25% dos recursos da Fapemig para financiamento de projetos de pesquisa desenvolvidos por instituições estaduais; a incorporação do termo "agricultura familiar" em artigo da lei que dispõe sobre a Política Estadual de Apoio à Agricultura Urbana; e a publicação e manutenção de páginas na internet com relatório trimestral dos investimentos realizados pelas empresas controladas pelo Estado. Também estão incluídas: proposta de não-contingenciamento de recursos destinados ao Fundo para a Infância e a Adolescência (FIA), ao Fundo Estadual de Assistência Social (Feas) e aos programas de segurança pública; e proposta de adoção, de forma prioritária, do sistema de compra direta de produtos regionais da agricultura familiar e de cooperativas de pequenos produtores para a merenda escolar nas escolas de tempo integral.

Emendas do relator - As emendas 156 a 158 apresentadas pelo relator são as seguintes:

* A emenda 156 dá nova redação ao artigo 5º, que ficaria assim redigido: "O Orçamento Fiscal compreenderá a programação dos Poderes do Estado, do Ministério Público, da Defensoria Pública e do Tribunal de Contas, bem como de seus fundos, órgãos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes."

* A emenda 157 acrescenta que a lei orçamentária conterá recursos para: instalação de campi regionais de ensino, pesquisa e extensão da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg); construção, reformas e obras de melhoramentos em parques de exposições ou estabelecimentos comunitários rurais; atividades direcionadas às Apaes; estabelecimento de parcerias com entidades da sociedade civil que atuam na recuperação de dependentes químicos e de crianças e adolescentes de rua; exame diagnóstico de hemoglobinopatias, conforme prevê a Lei 15.296, de 2004; melhorias no acesso dos portadores de deficiência física e dos idosos aos edifícios do poder público estadual, em cumprimento aos dispositivos da Lei 11.666, de 1994; assistência hospitalar em Governador Valadares, para atendimento a crianças e adolescentes; finalização das obras do Aeroporto Regional da Zona da Mata; apoio à construção da Rede de Educação do Campo no Vale do Rio Doce; implantação do parque tecnológico de Juiz de Fora.

* A emenda 158 acrescenta ao parágrafo 1º do artigo 24, sobre "transferência voluntária de recursos para município em virtude de convênio, acordo ou instrumento congênere", o seguinte inciso: "0,5% para as transferências voluntárias destinadas às áreas especiais de interesse social".

Histórico - O maior número de sugestões à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) foi apresentado em conjunto pela bancada do PT e pelo deputado Carlin Moura (PCdoB). Foram 28 emendas em bloco. Individualmente, a deputada Elisa Costa (PT) foi a que mais apresentou emendas, um total de 24. O projeto da LDO, que tramita em turno único, será votado antes do recesso parlamentar, que começa em 19 de julho.

A tramitação do projeto da LDO começou no dia 20 de maio, com o recebimento da mensagem em Plenário. No dia 26 daquele mês, a proposição foi recebida pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária e em seguida distribuído, em avulso, aos deputados e às comissões permanentes relacionadas à matéria. Pelo Regimento Interno da ALMG, a FFO tem 60 dias para emitir seu parecer. Da discussão e votação do parecer nessa comissão podem participar, com direito a voz e voto, dois membros de cada uma das comissões permanentes às quais tenha sido distribuído o projeto.

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715