ANTT autoriza obras de adequação de linhas férreas em Belo Horizonte

Representantes da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) anunciaram, ...

15/07/2008 - 00:01
 

ANTT autoriza obras de adequação de linhas férreas em Belo Horizonte

Representantes da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) anunciaram, em audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, a publicação da Resolução 2.780, de 10 de julho de 2008, que autoriza a duplicação e a retificação das linhas férreas que ligam o bairro do Horto, em Belo Horizonte, à região de General Carneiro, em Sabará. O anuncio foi feito na reunião desta terça-feira (15/7/08), solicitada pelos deputados Padre João e Roberto Carvalho, ambos do PT, que debateu o projeto, obteve esclarecimentos dos órgãos responsáveis pelo licenciamento ambiental e discutiu o direito à indenização das vítimas de acidentes envolvendo trens da empresa. A reunião, de acordo com os parlamentares, teria sido fruto de uma manifestação da comunidade no dia 10 de junho, que fechou a passagem dos trens pela linha. Estiveram presentes também membros do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), do Ibama e dos moradores da comunidade atingida pelas ferrovias.

Segundo o coordenador de Relações Institucionais da FCA, José Osvaldo Cruz, após a publicação da resolução, foi definido, em reunião no último dia 2 de julho, com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que o orçamento para a execução da obra será apresentado pela empresa Vale no prazo máximo de três semanas. Depois disso, o Dnit, que é responsável pela avaliação técnica e de valor do projeto, irá se manifestar. "A única pendência, então, para que as obras tenham início passará a ser o licenciamento ambiental pelo Ibama", disse. Cruz disse ainda que o ministro solicitou ao governador Aécio Neves e o prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, que seja criado um grupo de trabalho para acompanhar as obras, assim como os processos de desapropriações e indenizações das famílias atingidas. Ainda em sua participação, o representante da FCA fez uma apresentação detalhada do projeto, que contemplará um trecho de 9km de ferrovia entre as cidades de Belo Horizonte e Sabará e irá promover a criação de 2.100m2 de área verde, o plantio de 1.200 árvores ornamentais e a construção de passarelas, viadutos, calçadas e praças na região.

Ibama e ANTT salientam pendências

O gerente técnico da ANTT, Adelino Freitas, lembrou que falta ainda o estudo de viabilidade socioeconômica a ser realizado pela Vale. De acordo com ele, é necessário que sejam listados os prejuízos, benefícios e impactos à comunidade atingida. Já o engenheiro da agência, Carlos Caldeira, afirmou que, além do orçamento, é preciso ainda que sejam feitas as desapropriações.

A coordenadora do Núcleo de Licenciamento Ambiental do Ibama, Ubaldina Costa, explicou que o projeto foi submetido à análise das prefeituras de Belo Horizonte e Sabará, que demoraram muito tempo para emitirem seu parecer. "Recebemos esse retorno há poucos meses, por isso o licenciamento ainda não está pronto". Segundo ela, no entanto, os processos estão em fase final e devem sair em pouco tempo, mas alertou para o fato de que os executivos municipais deveriam ter ouvido as reivindicações da população.

Comunidade - O coordenador dos representantes da comunidade da Região Leste, atingida pelas linhas férreas, padre Cássio Ferreira, afirmou que população não foi considerada e outras manifestações teriam sido proibidas judicialmente. Para ele, há diálogo entre a Vale e a comunidade, mas é preciso que haja mais agilidade na execução das obras e respeito à vida dos moradores.

Representantes da comunidade também cobraram mais rapidez na realização do projeto, assim como na indenização das pessoas que tiveram casas danificadas e sofreram acidentes causados pelos trens. "Essa luta já dura mais de 20 anos e o problema nem era o da modernização, mas o da transposição das linhas. Espero que agora a coisa saia do papel", pediu o morador Wágner dos Santos.

Para o deputado Wander Borges (PSB), o melhor caminho é o da valorização do diálogo e da convergência de idéias. "Temos que continuar a discussão e acabar com a angústia da população, que fica sem saber do andamento do processo", disse. O deputado Roberto Carvalho também manifestou sua preocupação com o problema e disse que a urgência na condução das obras passa pelo risco da ocorrência de tragédias com os moradores.

Ao final da reunião, o deputado Padre João sugeriu que sejam incluídos representantes da comunidade no grupo de trabalho formado pelo executivo estadual e a prefeitura municipal. "Além disso, iremos cobrar celeridade por parte do governador para que essa equipe inicie suas atividades o quanto antes", concluiu.

Requerimentos - Durante a reunião, foram aprovados quatro requerimentos, todos de autoria do deputado Almir Paraca (PT), que solicitam ao Governo do Estado e à Copasa a apresentação do planejamento de indenização e assentamentos dos atingidos pelo barramento do Rio Sapucaí; do projeto de contenção de enchentes da bacia do mesmo rio; de projetos alternativos para a contenção de enchentes; e do projeto de barramento propriamente dito, para que seja conduzido à análise dos órgãos de meio ambiente, ao Ministério Público e à Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da ALMG. Foram aprovados ainda outras três proposições que dispensam a apreciação do Plenário da Assembléia.

Presenças - Deputados Weliton Prado (PT), presidente; Padre João (PT); Wander Borges (PSB); Roberto Carvalho (PT); Gil Pereira (PP); e Gustavo Valadares (DEM); além dos convidados citados na matéria.

 

 

 

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