Projeto sobre teleatendimento recebe mais um substitutivo

O Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais já pode analisar, em 1º turno, projeto que originalmente obriga ...

08/07/2008 - 00:01
 

Projeto sobre teleatendimento recebe mais um substitutivo

O Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais já pode analisar, em 1º turno, projeto que originalmente obriga todas as empresas de grande porte que desempenham atividade no Estado e mantêm serviço de atendimento ao cliente (SAC) a disponibilizarem, de forma gratuita, o teleatendimento. É o Projeto de Lei (PL) 2.230/08, do deputado Gilberto Abramo (PMDB), que passou pela Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte nesta terça-feira (8/7/08).

O substitutivo nº 2, apresentado nessa comissão, modifica o projeto original, obrigando as empresas que desempenham atividades no Estado e que não mantêm escritórios para atendimento in loco ao consumidor a disponibilizarem o serviço gratuito de teleatendimento. Estão excluídas da obrigação as microempresas. Caso o projeto seja aprovado na forma desse substitutivo, a futura lei entrará em vigor 90 dias depois de sua publicação. O relator do PL 2.230 na comissão foi o deputado Délio Malheiros (PV), presidente.

Já o substitutivo nº 1, apresentado pela Comissão de Constituição e Justiça, restringe o alcance da proposição às empresas de grande porte com receita bruta anual superior a R$ 12 milhões que não disponham de escritórios para atendimento in loco. Para Malheiros, no entanto, o alcance da futura norma deve ser ampliado em relação ao substitutivo nº 1, sendo conveniente excluir apenas as microempresas.

O relator ressalta que não é razoável que o consumidor pague para reclamar por um produto ou serviço nem para obter informação sobre sua utilização. O fato de o ônus das ligações recair integralmente sobre os usuários, destaca, desestimula a busca de esclarecimentos e impede o atendimento rápido e eficiente pelo fornecedor. "As ligações estendem-se muitas vezes por longos períodos, com infindáveis opções sendo oferecidas, uma após a outra, aumentando o tempo de espera para o atendimento e encarecendo o serviço", explica.

Operadoras de planos de saúde e seguradoras terão que fornecer livro ao consumidor

Outro projeto analisado pela comissão é o PL 2.352/08, também de Abramo, que originalmente obriga as operadoras de planos de saúde a fornecer ao usuário livro com a relação dos serviços credenciados e especialidades médicas, com o nome do médico, endereço, telefone e especialidade. Hoje, a legislação sobre esse assunto e os atos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não garantem ao consumidor o direito a esse tipo de informação, conforme pretende o projeto. Agora, a proposição segue para a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, antes de estar pronta para o Plenário, em 1º turno.

O relator do PL 2.352/08, deputado Antônio Júlio (PMDB), apresentou a emenda nº 1 ao substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça. O substitutivo foi apresentado para incluir as seguradoras e para ajustar a redação do projeto. Ele determina que, na assinatura do contrato, será obrigatório o fornecimento do livro, com a relação de médicos, hospitais, clínicas e demais entidades credenciadas ou referenciadas, com endereço e telefone. Qualquer alteração desses dados deverá ser formalmente comunicada ao contratante. O objetivo da emenda é que fazer com que o livro contenha o rol de profissionais catalogados por especialidade médica. Por isso, substitui o termo "médicos" pela expressão "médicos por especialidade", no artigo 1º.

Audiência pretende averiguar denúncia sobre cartel de combustível

A comissão aprovou, ainda, cinco requerimentos, sendo quatro de audiências públicas. Um deles, do deputado Délio Malheiros, trata de audiência para discutir as denúncias de cartelização na distribuição e no comércio de combustíveis na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), com base na operação Mão Invisível, deflagrada no último dia 3 pela Polícia Federal. Segundo o parlamentar, há tempos chegam ao gabinete denúncias de cartelização, tendo a comissão discutido o assunto em 2007 em audiência pública.

Também do presidente, foram aprovados outros dois requerimentos de audiência pública: para discutir as dificuldades enfrentadas pelos usuários do transporte coletivo municipal com deficiência e mobilidade reduzida, tendo em vista denúncias de que motoristas dos ônibus, em muitos casos, são impedidos de acionar o elevador; e para debater, em Ouro Preto, o PL 1.453/07, do deputado federal José Fernando, que propõe o aumento da alíquota dos royalties da mineração.

A comissão também aprovou requerimento do deputado João Leite (PSDB) para se discutir, em audiência, o acesso dos usuários de baixa renda aos estabelecimentos de paradas de ônibus intermunicipais e interestaduais em Minas. A reunião será com a Comissão de Direitos Humanos.

Propaganda enganosa motiva debate

Outro requerimento aprovado, dos deputados Padre João (PT) e Antônio Júlio, trata do envio das notas taquigráficas da reunião do último dia 3 ao Procon Estadual. O objetivo é reivindicar a suspensão da cobrança dos valores relativos à internet discada, em Acaiaca e região, tendo em vista a veiculação de propaganda enganosa por parte da empresa de telefonia Oi.

No dia 3, a comissão ouviu moradores de Acaiaca, que reclamaram da cobrança de valores elevados pelo acesso à internet e de propaganda enganosa pela Oi. Algumas contas de telefone chegam a R$ 2 mil. Segundo deputados e convidados, a propaganda no site da Oi é uma armadilha, pois leva o consumidor a pensar que terá acesso discado grátis e poderá falar e navegar sem limites na internet. O problema é que a Oi não disponibiliza provedor de acesso à internet em Acaiaca, por isso o custo da utilização da linha telefônica é o de uma ligação interurbana - e não de ligação local.

Na reunião desta terça (8), o deputado Antônio Júlio reforçou as críticas à empresa de telefonia e também às agências reguladoras que, na opinião dele, estão inertes e a serviço das operadoras. Ele antecipou queixas que, na sua avaliação, acabarão sendo feitas por consumidores lesados por serviços como o Lance Fácil. De acordo com o parlamentar, programas de televisão vêm estimulando as pessoas a darem lances, em dinheiro, a fim de adquirirem bens como carros. "Ganha quem dá o menor lance, e o consumidor acaba sendo induzido a telefonar e mandar mensagens diversas vezes, sempre no intuito de diminuir seu lance inicial", explicou.

As palavras de Antônio Júlio foram reforçadas pelo presidente da comissão e pelo deputado Ronaldo Magalhães (PSDB). O deputado Délio Malheiros lembrou decisão judicial recente que beneficiou consumidores, referente a serviços como 0900 e Disque Amizade, e defendeu audiência pública para discutir o tema dos lances virtuais. Para Magalhães, a "jogatina na TV" precisa acabar.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Délio Malheiros (PV), presidente; Antônio Júlio (PMDB) e Ronaldo Magalhães (PSDB).

 

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