Audiência em Brazópolis vai discutir contenção de
enchentes
As populações dos municípios de Brazópolis,
Cachoeira de Minas, Maria da Fé, Piranguçu e Piranguinho, no Sul de
Minas, terão a oportunidade de conhecer e debater o projeto de
construção de um sistema de barramentos para a contenção de
enchentes, ao longo do curso do Rio Sapucaí. A pedido do deputado
Almir Paraca (PT), será realizada uma audiência pública da Comissão
de Assuntos Municipais e Regionalização em Brazópolis, na próxima
quarta-feira (9/7/08), às 10 horas, no Clube Wenceslau Braz (Praça
Sagrados Corações, 67).
"Alguns administradores públicos municipais têm
buscado informações junto ao nosso mandato, trazendo a preocupação
de seus munícipes com relação ao empreendimento, que causará
grandiosos impactos ambientais, sociais e econômicos na
microrregião, sem a certeza de que solucionará os problemas vividos
pelos municípios de Itajubá, Santa Rita do Sapucaí e Pouso Alegre,
beneficiários diretos da intervenção no curso do rio", justifica o
parlamentar, no requerimento da reunião. Segundo informações de sua
assessoria, a última grande enchente registrada na região ocorreu no
ano de 2000.
Na época, o resultado da chuva, que durou
aproximadamente 72 horas e fez o rio transbordar, foi uma vazão de
580 metros cúbicos por segundo, "contrastando com a vazão normal de
11 metros cúbicos por segundo, o que elevou o nível do rio em nove
metros. O saldo deixado pelo fenômeno foi de cinco mortes, 1.600
desabrigados e 20 mil residências atingidas".
Histórico - O tema já foi
discutido na Assembléia. "Em novembro de 2003, a Comissão de Meio
Ambiente e Recursos Naturais desta Casa, sob a presidência da
companheira Maria José Haueisen e atendendo solicitação do também
companheiro, ex-deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores,
Laudelino Augusto, reuniu-se em Itajubá", lembra Paraca. Na época,
foi discutido um projeto que pretendia debelar as enchentes
recorrentes. A construção de barragens de pequeno porte ao longo do
rio chegou a ser apresentada como uma das alternativas, além da
revitalização das margens e da mata ciliar, o reflorestamento e a
instalação de um sistema de alarme de enchentes.
A Copasa tem um projeto para a construção de quatro
barragens de contenção. O estudo foi apresentado à Universidade
Federal de Itajubá. Os avaliadores manifestaram-se contrários ao
projeto, dizendo ser necessário pensar em outras alternativas antes
de se falar na construção de barragens, como o reflorestamento, o
controle da ocupação do solo e a revitalização das encostas como
alternativas para se evitar novas enchentes, como a de 2000.
Inúmeras reclamações foram registradas, dentre elas, a falta de
detalhamento do projeto e o fato de os membros do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Sapucaí não terem sido consultados durante a sua
elaboração.
Convidados - Foram
convidados a participar da audiência o prefeito de Conceição das
Pedras e presidente da Amasp, Sebastião Edicácio Raimundo; o reitor
da Universidade Federal de Itajubá, Renato de Aquino Faria Nunes; o
secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável,
José Carlos Carvalho; o diretor-presidente da Copasa, Márcio Augusto
Vasconcelos Nunes; o presidente da Fundação João Pinheiro, Ricardo
Luís Santiago; e o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio
Sapucaí, Renato de Oliveira Aguiar.
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