Comissão de Direitos Humanos visita Ceip Dom Bosco na segunda (30)

Nesta segunda-feira (30/6/08), às 14 horas, a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais ...

27/06/2008 - 00:01
 

Comissão de Direitos Humanos visita Ceip Dom Bosco na segunda (30)

Nesta segunda-feira (30/6/08), às 14 horas, a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais visitará o Centro de Internação Provisória Dom Bosco. De acordo com o requerimento do presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), o objetivo da visita é verificar as condições do local, em especial o problema de superlotação e a precariedade das instalações físicas.

Localizado no bairro Santa Tereza, o Ceip Dom Bosco foi visitado no dia 17 de abril pelos deputados da Comissão de Participação Popular. Na ocasião, as instalações abrigavam 140 adolescentes entre 12 e 17 anos, apesar de só terem capacidade para 67. Em fevereiro de 2008, um interno foi assassinado por colegas de cela adolescentes. Gangues que atuam nas ruas de Belo Horizonte determinam a formação de grupos dentro do Ceip. Os conflitos que acontecem ali reproduzem as rivalidades que existem fora das grades. Segundos dados do Estado, 20% dos internos são provenientes da Zona Oeste da Capital e outros 12% são da Noroeste. Atualmente, 64% dos menores são reincidentes.

Conforme verificado pelos deputados em abril, o ambiente do Ceip é pouco diferente de uma prisão comum. Os alojamentos têm a aparência de celas, que teriam capacidade para três pessoas. Cada uma abrigava, no entanto, de cinco a sete. Algumas salas de atividade reeducacional tiveram que ser transformadas em celas por causa da superlotação. Também por esse motivo, as atividades remanescentes haviam sido reduzidas, e a única atividade diária que todos os internos tinham era meia hora de futebol por dia. O tempo restante eles permaneciam trancados em suas celas. Alguns se queixavam que não tinham sequer um colchão. O motivo, segundo explicou a diretora-geral Maria Gleide Souza, é que alguns internos põem fogo em seus colchões, e nem todos podem ser substituídos. Por isso, quem põe fogo pode ficar sem.

De acordo com a lei, nenhum adolescente poderia permanecer no Ceip por mais que 45 dias, prazo para a Justiça decidir se o menor infrator deve ou não ser punido com privação de liberdade. Segundo os dirigentes do Ceip, a decisão vem saindo no prazo. O problema é que não há vagas suficientes em estabelecimentos para cumprimento de medida socioeducativa, que são de menor capacidade, e os menores acabam permanecendo no Ceip superlotado por 120 dias, em média.

 

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