Comissão discute em Ipatinga possível ação de grupo de
extermínio
Um dossiê que relata o aumento da criminalidade em
Ipatinga, bem como indícios de ação de um grupo de extermínio na
cidade, leva a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia
Legislativa ao Vale do Aço, para audiência pública, na próxima
quinta-feira (3/7/08). O documento foi entregue por vereadores à
comissão no dia 29 de maio e já foi tema de debates no legislativo
local. A audiência, requerida pelo deputado Durval Ângelo (PT),
presidente da comissão, acontece às 9 horas, na Câmara
municipal.
A comissão quer ouvir os órgãos oficiais como a
Secretaria de Defesa Social, as Polícias Civil e Militar, promotores
e vereadores. O levantamento entregue aos deputados indica que de
2004 a 2007 ocorreram 113 assassinatos na cidade e somente oito
teriam sido solucionados. As suspeitas sobre a existência do grupo
de extermínio envolveria policiais e as denúncias foram feitas por
jornais locais, entregues pelos vereadores Agnaldo Bicalho e Lene
Teixeira, ambos do PT de Ipatinga. Para Bicalho, a forma de execução
de três jovens, que foram decapitados e cujos corpos tinham uma
esponja de aço na boca, indica "limpeza geral, símbolo utilizado por
policiais envolvidos com esquadrões de extermínio".
Segundo o presidente da Comissão de Direitos
Humanos, deputado Durval Ângelo, ainda hoje, há participação de
policiais em grupos de extermínio. "O pior bandido é o que se
esconde atrás de uma farda", afirmou.
Convidados - O secretário de Estado de Defesa Social,
Maurício Campos Junior; o chefe da Polícia Civil, Marco Antônio
Monteiro de Castro; o ouvidor de Polícia, Paulo Vaz Alkimim; o
coordenador do Centro de Apoio Operacional de Justiça de Direitos
Humanos (CAO-DH), Rodrigo Filgueira de Oliveira; os vereadores de
Ipatinga, Agnaldo Giovani Bicalho, Dário Teixeira de Carvalho e a
vereadora Lene Teixeira Souza Gonçalves; e o promotor de Justiça e
coordenador das Promotorias de Justiça da Comarca de Ipatinga, Fábio
Finotti.
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