Remoção de condenados pode amenizar problema da cadeia de Patrocínio

A transferência de 22 condenados e cinco mulheres presas na cadeia pública de Patrocínio, no Alto Paranaíba, para a p...

12/06/2008 - 00:01
 

Remoção de condenados pode amenizar problema da cadeia de Patrocínio

A transferência de 22 condenados e cinco mulheres presas na cadeia pública de Patrocínio, no Alto Paranaíba, para a penitenciária da cidade, além do remanejamento de cinco agentes penitenciários para o reforço da guarda do local foram as medidas apontadas para amenizar o problema da superlotação. A unidade prisional com capacidade para 25 presos abriga 107, e foi visitada pela Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais nesta quinta-feira (12/6/08), a requerimento do deputado Deiró Marra (PR). A cadeia havia sido interditada no último dia 5, após ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público. No dia 8 de junho, o Tribunal de Justiça suspendeu a liminar por considerar que, com o fechamento da unidade, a situação prisional da região se agravaria.

O superintendente de Articulação Institucional e Gestão de Vagas, Murilo Andrade de Oliveira, durante a visita representou o subsecretário de Estado de Administração Penitenciária, Genilson Zeferino Ribeiro, e se comprometeu a tentar a transferência dos presos que já foram julgados e ainda aguardam recursos. Para o próximo ano, segundo ele, estaria garantida uma solução definitiva para o problema, com a construção de outra cadeia pública em um terreno anexo à Penitenciária Deputado Expedito Faria Tavares, inaugurada em março de 2006. O deputado Deiró Marra (PR) acrescentou que os recursos para a construção da unidade, da ordem de R$ 1,2 milhão, já estão assegurados, e que as obras devem começar em novembro deste ano, com término previsto para abril de 2009. No momento estão sendo feitas sondagens no terreno para a abertura do edital de licitação.

Desvio de função de policiais preocupa deputado

O deputado Sargento Rodrigues (PDT), presidente da comissão, manifestou sua preocupação com a utilização de policiais militares na guarda dos presos. "Estão sendo desviados de suas funções e retirados do policiamento das ruas 15 policiais, fora os agentes da Polícia Civil e o delegado", lamentou. Ele disse que vai tratar do assunto com o subsecretário de Administração Penitenciária.

Durante a visita, os presos queixaram-se, principalmente, da pouca comida e da falta de assistência médica. Vários deles mostraram marcas no corpo que diziam ser sarna. Eles reclamam que recebem apenas três refeições por dia, sendo a última às 17 horas. O deputado Sargento Rodrigues teve a oportunidade de ver uma porção do almoço que seria servido aos presos e disse que, embora com boa aparência, a quantidade parecia mesmo ser pequena. Os presos também reclamaram que os familiares não podem levar comida para eles. O delegado regional Márcio Siqueira respondeu que a alimentação está adequada e atende às normas. "Não há como ter alimentação suplementar porque não temos como vistoriar os alimentos", explicou.

O delegado também falou de sua preocupação com o comprometimento da estrutura da unidade. Os policiais militares que atuam na cadeia também têm suas reclamações. Segundo o comandante do 46º Batalhão, tenente-coronel José Wilson Lisboa, há constantes tentativas de fuga, trazendo insegurança para os policiais e a sociedade. As condições de trabalho dos policiais também foram lembradas pelos PMs que acompanharam a visita. O capitão Nestor disse que os muros estão caindo, as guaritas não têm segurança, as grades das celas estão cheias de soldas porque já foram cerradas em tentativas de fuga, o telhado está comprometido e o pátio inunda quando chove.

Presenças - Deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente; e Deiró Marra (PR). Também participaram da visita o diretor da penitenciária, major Saulo; e Agenor Lásaro Soares, que substituía o diretor da cadeia.

 

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