Plenário já pode votar reajuste da saúde em 2º turno

Está pronto para ser discutido e votado em 2º turno, no Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, o Projeto...

10/06/2008 - 00:03
 

Plenário já pode votar reajuste da saúde em 2º turno

Está pronto para ser discutido e votado em 2º turno, no Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, o Projeto de Lei (PL) 1.973/07, do governador, que reajusta o vencimento básico das carreiras do Grupo de Atividades de Saúde e altera regras da jornada de trabalho, modificando as Leis 15.462 e 15.786, de 2005, e a Lei Delegada 175, de 2007. Depois da distribuição de cópias (avulso) do parecer em reunião realizada na tarde desta terça-feira (10/6/08), a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária aprovou o texto à noite, opinando pela aprovação do projeto na forma do substitutivo nº 1 ao que foi aprovado no 1º turno.

O substitutivo foi apresentado pelo relator do projeto, deputado Lafayette de Andrada (PSDB), e incorpora dez emendas do governador, que foram encaminhadas por meio de mensagem ao Plenário no dia 27 de maio, e outras alterações relativas à área da saúde. Entre elas, está proposta de emenda apresentada pelo deputado Durval Ângelo (PT) e assinada também pelos deputados Ruy Muniz (DEM) e Carlos Mosconi (PSDB). O objetivo, segundo o parecer, é corrigir a situação de servidores transferidos da Secretaria de Estado de Saúde e da Funed para a Fhemig, no período compreendido entre 1990 e 1992, posicionando-os em cargo ou função da Fhemig correspondente às atribuições por eles exercidas. O assunto foi tema de uma reunião da Comissão de Direitos Humanos no dia 5 de junho (leia mais sobre o caso ao final).

Além do reajuste do vencimento, o PL 1.973/07 cria carreira de 40 horas semanais para o profissional de enfermagem, extingue 1.725 cargos de analista e técnico na Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e cria cargos de carreiras específicas para a Escola de Saúde Pública.

Conheça as modificações propostas pelo substitutivo apresentado na comissão:

* criação da Superintendência de Gestão de Pessoas e Educação em Saúde;

* possibilita ao servidor em exercício no cargo de secretário de escola a opção pela remuneração de seu cargo efetivo, acrescida de 30% do vencimento do referido cargo de provimento em comissão;

* inclui as hipóteses de ampliação de jornada de trabalho para os servidores da Fhemig, de 16 para 40 horas semanais, e de 12 para 20 horas semanais;

* regulariza o pagamento do Adicional de Dedicação Integral (ADI) no período entre a publicação da Lei 17.351 e sua respectiva regulamentação, preservando o valor da remuneração dos servidores que fazem jus à ampliação de jornada no âmbito da Fhemig;

* estende aos servidores da Fhemig que exercem as funções de farmacêutico ou técnico de farmácia e aos auxiliares de apoio de saúde, atualmente lotados nos serviços de urgência e no Centro de Terapia Intensiva do Hospital João XXIII, o direito ao abono de serviços de emergência.

* amplia o quantitativo de cargos de provimento efetivo da carreira de analista em educação e pesquisa em saúde da Escola de Saúde Pública, mediante redução proporcional de cargos vagos da carreira de especialista em políticas e gestão de saúde;

* amplia o percentual de reajuste proposto para o vencimento básico dos cargos de níveis fundamental e médio da carreira de enfermagem, devido a acordos firmados entre o Executivo e representantes dos servidores. Segundo o Executivo, isso eleva o impacto financeiro previsto no projeto original, uma vez que a alteração será compensada com a redução de despesas com contratos administrativos no âmbito da Fhemig.

O substitutivo também incorpora alterações necessárias na legislação relativa à área de saúde, entre elas a correção de posicionamento na carreira de alguns servidores da Fhemig.

Emenda convalida pagamentos

A modificação sugerida pelo deputado Durval Ângelo (PT) visa resolver a situação do ex-superintendente-geral da Fundação Hospitalar do Estado (Fhemig), Francisco de Assis Machado, conhecido como Chicão (que participou, no dia 5 de junho, de audiência pública da Comissão de Direitos Humanos). Ele responde na Justiça pelo pagamento de adicional de remuneração para servidores da instituição, numa ação que se desdobrou em cerca de 340 processos movidos pelo Ministério Público (MP) em diversas localidades. A sugestão de emenda, incorporada ao parecer, convalida os pagamentos, benefícios e adicionais efetuados a servidoes da Fhemig, a título de complementação de jornada de trabalho, a partir de dezembro de 1992.

Conforme relatado na reunião da Comissão de Direitos Humanos, em 1990, o regime de trabalho na Fhemig era de 40 horas semanais, mas foi reduzido para 30 horas com a homologação de lei orgânica estadual, o que prejudicou o serviço de saúde. Porém, a lei que criou o SUS determinava o cumprimento de jornada integral de trabalho para dirigentes, o que fez com que muitos se recusassem a trabalhar em cargos de chefia, por não concordarem em aumentar a jornada recebendo apenas adicional de 20% para o exercício da função gratificada.

Segundo o deputado Durval Ângelo, em 1992 uma greve paralisou o atendimento do setor de saúde no Estado. Como solução provisória, o governo passou a pagar um adicional na remuneração proporcional à carga de trabalho para quem optasse por voltar aos cargos de chefia. Em 1994, lei estadual regularizou a questão, incorporando as vantagens retroativas a 1º de março - e não a 1º de janeiro, quando elas começaram a ser pagas. Ao final de 1994, o MP moveu a ação contra quem exerceu funções de chefia entre janeiro e março, para devolução dos valores referentes às vantagens. Para o MP, o pagamento foi indevido, pois a lei do SUS já obrigava o cumprimento da jornada integral. Machado é citado nas ações porque estava à frente da Fhemig à época.

Francisco de Assis Machado afirmou que o objetivo do pagamento do adicional foi interromper o movimento grevista e retomar o atendimento de saúde à população. Segundo ele, a decisão do pagamento do adicional foi tomada por todo o governo à época. Ele garantiu que possui diversos documentos comprobatórios, como publicações no Minas Gerais e ofícios de secretários de Estado.

Presenças - Deputados Zé Maia (PSDB), presidente; Agostinho Patrús Filho (PV), Lafayette de Andrada (PSDB), Sebastião Helvécio (PDT) e deputada Elisa Costa (PT).

 

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