Reajuste para servidores da saúde é aprovado em 1º turno

A Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou, em 1º turno, o Projeto de Lei (PL) 1.973/07, do governador, que rea...

04/06/2008 - 00:03
 

Reajuste para servidores da saúde é aprovado em 1º turno

A Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou, em 1º turno, o Projeto de Lei (PL) 1.973/07, do governador, que reajusta o vencimento básico dos servidores estaduais da saúde, com valores diferenciados para cada categoria, e muda regras da jornada de trabalho. O projeto foi aprovado com as emendas nºs 1 a 5. A votação foi feita na Reunião Extraordinária da manhã desta quarta-feira (4/6/08). O Plenário também aprovou em 1º turno, na forma do substitutivo nº 1, o PL 523/07, do deputado Carlin Moura (PCdoB), que cria o Bolsa-Atleta.

Servidores da saúde lotaram as galerias do Plenário e vaiaram a rejeição da emenda nº 6 ao PL 1.973/07, que teve votação destacada, a requerimento da líder do PT, deputada Elisa Costa. A emenda, de autoria do deputado Padre João (PT), previa a supressão do artigo 1º artigo do projeto, que cria a ampliação opcional da jornada de trabalho para profissionais da enfermagem de 30 para 40 horas semanais, com aumento da remuneração. As emendas nºs 7 a 9 também foram rejeitadas. Todas elas haviam sido apresentadas em Plenário durante a discussão do projeto, e recebido parecer pela rejeição da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO).

Conteúdo - O projeto muda as Leis 15.462 e 15.786, de 2005, e a Lei Delegada 175, de 2007, e atinge servidores da Secretaria de Saúde (SES), Fundação Hospitalar (Fhemig), Fundação Ezequiel Dias (Funed), Fundação Hemominas e Escola de Saúde Pública (ESP). Os aumentos são diferenciados para as diferentes categorias, conforme o nível de escolaridade. Exemplos: para auxiliar de apoio à gestão e atenção à saúde, com jornada de 30 horas semanais e níveis de escolaridade fundamental, médio ou fundamental incompleto, será de 8%; e para especialista em políticas de gestão de saúde, com jornada de 40 horas e nível superior de escolaridade e pós-graduação, reajuste de 42,86%.

Na Fhemig, o profissional de enfermagem de nível fundamental ou médio, com jornada de 20 ou 30 horas, terá reajuste de 8%. Já para o profissional de enfermagem de nível superior e pós-graduação, o índice será de 17,85%. O médico da Fhemig terá reajuste de 3%. Servidores que recebem a Vantagem Temporária Incorporável (VTI) terão deduzido o acréscimo decorrente do reajuste desse valor, no todo ou em parte, conforme prevê a Lei 15.787, de 2005, que criou a VTI.

O PL 1.973 também extingue cargos e cria carreiras nas instituições. O artigo 4º extingue, no quadro de pessoal da Fhemig, 590 cargos da carreira de analista de gestão e assistência à saúde e 1.135 cargos da carreira de técnico operacional de saúde, criadas pela Lei 15.462. Dessa forma, o quantitativo de cargos efetivos da carreira de analista passa a ser de 1.280 e da carreira de técnico operacional, 2.276. O projeto regulariza, ainda, a jornada dos médicos designados para funções gratificadas na Funed, Fhemig e Hemominas e inclui as funções de chefia e supervisão no rol de atribuições das funções gratificadas hospitalares da Fhemig. Também cria as carreiras de técnico em educação e pesquisa em saúde e analista em educação e pesquisa em saúde, destinadas à ESP.

Emendas aprovadas - Das emendas aprovadas, as quatro primeiras são de autoria da Comissão de Constituição e Justiça. A emenda nº 1 muda o artigo 12 do projeto, que acrescenta 15% sobre o vencimento básico, pago a título de abono de serviços de emergência aos analistas de gestão e assistência à saúde que exerçam na Fhemig as funções de psicólogo, assistente social, fisioterapeuta, bioquímico, biólogo e odontólogo com especialização em cirurgia buco-maxilo-facial; aos técnicos operacionais de saúde, nas funções de técnico de radiologia, técnico de patologia clínica e auxiliar administrativo; aos auxiliares de apoio à saúde, nas funções de auxiliar técnico de radiologia, auxiliar de patologia clínica e porteiro; aos médicos e profissionais de enfermagem.

No projeto original, o artigo 12 ampliava as categorias da Fhemig contempladas com o abono, mas não especificava valor ou sua previsão legal, vinculando-o apenas a regulamento específico. Hoje não são contemplados com o abono o analista de gestão nas funções de bioquímico, biólogo e odontólogo (com a especialização); o técnico operacional nas funções de técnico de patologia clínica e auxiliar administrativo; e o auxiliar de apoio nas funções de auxiliar de patologia clínica e porteiro. A emenda nº 1 muda ainda dois pontos: determina que decreto especificará as unidades que farão jus ao abono em virtude da sazonalidade dos serviços de emergência da área de saúde; e corrige erro de redação do artigo que tratou as carreiras de médico e profissional de enfermagem como funções da carreira de auxiliar de apoio à saúde.

As emendas n°s 2 e 3 ajustam o projeto à técnica legislativa. A n° 2 muda a redação do artigo 13 e a n° 3 suprime o artigo 34, que revogava artigos da Lei Delegada 135, de 2007, que trata da estrutura orgânica da ESP. Já a emenda n° 4 acrescenta, no projeto, as tabelas de vencimento básico das carreiras a serem criadas. A emenda nº 5, da FFO, muda a denominação do cargo de analista de saúde e tecnologia da Funed para analista e pesquisador de saúde e tecnologia.

Deputados se manifestam

Depois da votação do projeto, o deputado André Quintão (PT) afirmou que o aumento de jornada proposto pelo Executivo vai na contramão dos avanços trabalhistas que vêm sendo obtidos e discutidos no Congresso. Para ele, o Governo do Estado se mostrou inflexível à negociação. A deputada Elisa Costa destacou ainda o empenho da categoria da saúde nas discussões sobre o projeto.

O deputado Carlin Moura (PCdoB) afirmou que o aumento da jornada é um desrespeito ao trabalhador, e lembrou que o salário líquido de muitos é menor que o salário mínimo. O deputado Padre João destacou que o chamou de incoerência do governo e lembrou projeto do Ministério Público que tramita na ALMG e reduz a jornada dos servidores do órgão de 40 para 35 horas semanais. O deputado Weliton Prado (PT) também criticou o que considera falta de isonomia entre os servidores, e cobrou melhorias salariais para o funcionalismo.

Outros deputados também se pronunciaram sobre a aprovação do projeto. Para o deputado Sargento Rodrigues (PDT), os profissionais que lidam com a saúde humana precisam ter carga horária compatível com os cuidados, a atenção e até mesmo o carinho com que necessitam trabalhar. Ele lembrou a situação dos policiais e bombeiros, que não possuem carga horária máxima definida por lei e que tem uma PEC nesse sentido. O deputado Vanderlei Miranda (PMDB) afirmou que o aumento da jornada traz prejuízos para os servidores e representa um retrocesso, e defendeu mais investimentos públicos em saúde.

Emendas rejeitadas - Além da emenda nº 6, foram rejeitadas as emendas nºs 7 a 9. A nº 7, do deputado Carlin Moura, acrescentava parágrafo ao artigo 11 do projeto, determinando indenização no valor de uma remuneração e meia para cada ano trabalhado no caso da rescisão de contrato administrativo. A no 8, do deputado André Quintão, mudava o Anexo 1, sobre a carga horária dos profissionais da Hemominas e Fhemig. A no 9, do deputado Carlos Pimenta (PDT), acrescentava artigos e os Anexos V e VI ao item 1.1 do Anexo I da Lei 15.462, de 2005, mudado pelo Anexo I do projeto.

Criação do Bolsa-Atleta é aprovada no 1º turno

O PL 532/07 foi aprovado em 1º turno na forma do substitutivo nº 1, da CCJ. O projeto institui a Bolsa Atleta, destinada a desportistas que não recebam patrocínio de empresas e a praticantes do desporto de rendimento em modalidades olímpicas e paraolímpicas. Da forma como foi aprovado, não serão contemplados os atletas de reconhecido destaque - conforme previa o projeto original, modificado pelo substitutivo.

 

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