Visita ao Tribunal de Justiça discute conflito por terras em Turmalina

Uma disputa de terras que já dura quase 30 anos foi tema de visita da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legi...

02/06/2008 - 00:04
 

Visita ao Tribunal de Justiça discute conflito por terras em Turmalina

Uma disputa de terras que já dura quase 30 anos foi tema de visita da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) ao Tribunal de Justiça (TJMG) nesta segunda-feira (2/6/08). O presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), acompanhou ao TJMG o agricultor Antônio Luiz de Azevedo, de 75 anos, que acusa a empresa Acesita Florestal de ter ocupado com violência quatro propriedades suas no município de Turmalina, em um total de quase 20 hectares, destruído suas benfeitorias e feito ameaças de morte. O processo relativo à disputa está hoje na 13ª Câmara Cível do TJMG, aos cuidados do desembargador relator Adilson Lamounier.

Antônio de Azevedo mostrou documentos que indicam o registro legal das terras em disputa e afirmou que a Acesita Florestal não tem qualquer comprovação desse tipo. Ainda assim, a empresa utiliza as terras até hoje para o plantio de eucalipto. O proprietário disse que funcionários da Acesita derrubaram três casas e diversos fornos que utilizava para produzir carvão. Tanto ele quanto seus familiares, que o acompanharam a Belo Horizonte, relataram que foram ameaçados ao tentar reocupar a propriedade. A família inclui 12 filhos, sendo que quatro irmãs acompanharam o pai à Capital.

A atual ação de reintegração de posse e indenização foi apresentada em 2004. Outras tentativas anteriores de recorrer à Justiça, segundo Antônio Azevedo, terminaram com o arquivamento dos processos. O processo atual, na avaliação do deputado Durval Ângelo, está caminhando em um ritmo adequado. "Não viemos aqui para influenciar a Justiça, mas mostrar a dor que está por trás da letra fria do processo. A família enfrenta uma empresa poderosa, influente", afirmou o parlamentar. Segundo Durval, existem várias disputas semelhantes na região, mas em muitos casos as famílias não têm os documentos ou a perseverança de Antônio Azevedo.

O desembargador Adilson Lamounier afirmou que não poderia se pronunciar sobre o processo, mas garantiu que o caso será examinado com isenção.

Ouvida sobre o caso, a assessoria de imprensa da Acesita informou que Antônio Azevedo perdeu três ações judiciais apresentadas contra a empresa, tendo como objeto imóveis. Também afirmou que, além do processo enfocado, existe outro processo a ser julgado pela justiça de Turmalina, tratando do mesmo imóvel em disputa, e que a empresa se mantém disposta a acatar a decisão judicial transitada em julgado.

Presença - Deputado Durval Ângelo (PT), presidente da comissão.

 

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