Amig defende aumento da alíquota de royalties da mineração

O aumento da alíquota da Contribuição Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), ou simplesmente royalti...

02/06/2008 - 00:01
 

Amig defende aumento da alíquota de royalties da mineração

O aumento da alíquota da Contribuição Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), ou simplesmente royalties da mineração, de 2% do faturamento líquido, para 4% do faturamento bruto, é a principal bandeira da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (Amig), que será apresentada no Seminário Legislativo Minas de Minas. O seminário é uma realização da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em parceria com diversas entidades e visa discutir os amplos aspectos da cadeia produtiva da mineração, com o objetivo de elaborar uma política minerária estadual e colher sugestões para aprimorar a política nacional. Depois de 11 encontros regionais, a etapa final acontece em Belo Horizonte, de 9 a 12 de junho. Em cada reunião do interior, foram eleitos 12 delegados, que participarão das votações do documento final na capital mineira.

"Esse é um setor fundamental para o desenvolvimento do nosso Estado, gerador de empregos e de riquezas", destacou o presidente da Assembléia, deputado Alberto Pinto Coelho (PP). "O seminário vai trazer sugestões para aprimorar as atividades econômicas e para as iniciativas de proposições de lei", complementa ele. O presidente lembrou que os segmentos de extração e transformação representam mais de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual. O que se espera, segundo ele, é que ao fim do seminário sejam apresentadas propostas que possam assegurar avanços nas políticas públicas e na gestão da atividade minerária, apontando soluções para o desenvolvimento do setor com sustentabilidade.

Propostas envolvem um contexto mais amplo

Segundo o presidente da Amig e da Associação dos Municípios Mineradores do Brasil (Amib) e prefeito de Itabirito, Waldir Salvador de Oliveira, o Brasil é hoje o país com um dos menores índices de royalties aplicados ao setor extrativo mineral. "Na Austrália, por exemplo, a alíquota sobre o minério de ferro varia de 5 a 7,5%", afirma o prefeito que será um dos participantes da abertura do seminário em Belo Horizonte. A CFEM gerou impostos de R$ 548 milhões no ano passado em todo o País e de R$ 266 milhões só em Minas Gerais, segundo relatório do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Além do aumento dos royalties, a Amig deverá pedir mais fiscalização do DNPM nas mineradoras; mais autonomia dos municípios na fiscalização da CFEM; e maior apoio às ações do DNPM que resultem em fiscalização às mineradoras. A entidade, que representa 34 dos 250 municípios mineradores, quer ainda a aplicação obrigatória de compensações ambientais onde a atividade ocorre e a prévia disponibilização das plantas industriais aos municípios, antes de sua instalação, para estudos de impacto sócioeconômico e ambiental.

E ainda: a destinação de parte da planta industrial ao município, imediatamente após o fechamento da mina, a ampliação dos programas de apoio ao pequeno minerador; a ampliação dos projetos de fomento à regularização da mineração clandestina; e a criação de linhas de crédito para financiar os processos de regularização, entre outros.

Legislação defasada - O prefeito Waldir Salvador lembra que, apesar da expansão da atividade, devido à demanda mundial por commodities, a legislação, fiscalização e regulamentação não estão acompanhando a nova realidade, gerando um grande desequilíbrio no segmento, "onde a iniciativa privada consegue resultados cada vez mais espetaculares, em detrimento dos poucos ganhos que os verdadeiros detentores da riqueza mineral brasileira auferem".

E a sustentabilidade é uma das principais preocupações dos prefeitos dessas cidades, segundo Waldir Salvador. "Dentro das possibilidades tentamos inibir o descumprimento da legislação ambiental mineira e brasileira. Mas é importante frisar que a atividade de mineração tem como seu principal fiscalizador as secretarias estaduais de Meio Ambiente e a elas compete o direito dessa fiscalização" acrescenta.

AMDA - Enquanto a Amig defende o aumento da alíquota da CFEM, a Associação Mineira de Defesa do Meio Ambiente (Amda) tem outra preocupação: que o empreendimento minerário não seja avaliado somente pelo número de empregos e volume de impostos gerados, mas da perspectiva dos impactos no local onde será implantado, considerando-se que a biodiversidade, água, patrimônios cultural, natural e científico são tão ou mais valiosos. Já o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Extração do Ferro e Metais de Base (Metabase) preocupa-se com o processo de terceirização da mão-de-obra, com reflexos negativos nas condições de trabalho, sobretudo nas salariais, de segurança e de saúde.

 

 

 

 

 

 

 

 

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