Governo esclarece atrasos nos cronogramas ambientais do Vetor Norte

O Governo do Estado vai gastar até 2010 a quantia de R$ 200 milhões para cumprir as condicionantes referentes ao impa...

21/05/2008 - 00:01
 

Governo esclarece atrasos nos cronogramas ambientais do Vetor Norte

O Governo do Estado vai gastar até 2010 a quantia de R$ 200 milhões para cumprir as condicionantes referentes ao impacto ambiental das obras do chamado Vetor Norte, compreendendo a Linha Verde, o Aeroporto de Confins, o Rodoanel e o Centro Administrativo. O compromisso foi assumido pelo secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos de Carvalho, em audiência pública realizada nesta quarta-feira (21/5/08) na Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.

Carvalho disse que o governo adota nova abordagem para o assunto, superior à das condicionantes, que é a gestão ambiental do território Carste, compreendendo as obras de despoluição da bacia do Rio das Velhas, incluindo a proteção à biodiversidade, o que seria uma novidade nesse tipo de plano. "Costuma-se eleger o Centro Administrativo como a grande obra deste governo, porque custará R$ 900 milhões, mas estamos investindo R$ 1,2 bilhão na despoluição da bacia do Rio das Velhas, a maior obra ambiental em execução no País", comparou.

A audiência pública foi requerida pelo deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), a pedido da superintendente da Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda), Maria Dalce Ricas. A líder ambientalista, juntamente com os representantes do Instituto Hou para a Cidadania e do Projeto Manuelzão, desejavam cobrar do Governo do Estado o atendimento a todas as condicionantes ambientais de compensação pelos impactos ambientais dos quatro grandes projetos do Vetor Norte, que, segundo eles, estariam atrasados.

O governo enviou autoridades de todas as secretarias e órgãos envolvidos com o projeto para prestar os esclarecimentos necessários. Adriano Magalhães, da Vice-Governadoria, informou que já foram atendidos, no licenciamento corretivo do Aeroporto de Confins, os aspectos ligados à drenagem superficial, esgotos, abastecimento de água e disposição de resíduos. Na Linha Verde, os passeios das áreas urbanizadas já foram atendidos e o plantio de ipês está em andamento. Para a construção do Centro Administrativo, haverá diretrizes para o desmatamento, os aqüíferos serão protegidos, bem como as dolinas (lagoas típicas da região). O governo propõe proteger 15 mil hectares na região, incluindo 400 cavernas, 120 sítios arqueológicos e 30 sítios paleontológicos, e também instalar cinco parques naturais.

Proteção de 15 mil hectares seria insuficiente, diz a Amda

Maria Dalce Ricas esclareceu que a Amda, em princípio, não é contra as obras de infra-estrutura e as atividades econômicas, mas luta para preservar os atributos ambientais e o patrimônio natural. "Onde vem o bicho-homem, vem o fogo, o lixo, o esgoto, a destruição da cobertura vegetal e a captura de animais silvestres", disse ela, que considera insuficiente a proteção de 15 mil hectares. Ricas elogiou a grande mobilização do governo após o pedido da audiência e criticou o Ibama por ter autorizado loteamentos dentro da área do antigo Parque do Sumidouro. Eduardo Machado Tavares, do Instituto Hou, disse que o projeto do Rodoanel foi retomado por causa do Programa de Aceleração do Crescimento, e também porque oferecerá oportunidade de grandes negócios imobiliários.

O secretário José Carlos Carvalho adiantou que sua pasta, antecipando-se às solicitações da entidades ambientais, colocou quatro novas áreas de proteção na fase de licenciamento da obra do Rodoanel. O deputado Domingos Sávio (PSDB) disse que o desenvolvimento do Vetor Norte não pode trazer poluição e aumento da violência. Disse que as áreas a serem preservadas, embora descontínuas, terão corredores para interligá-las.

O deputado Fábio Avelar (PSC), que presidia a reunião, revelou que a comissão já realizou audiência pública buscando soluções para evitar a contaminação das lagoas em torno do Aeroporto de Confins. "O esgoto ali gerado precisa ser retirado dali. Já pedimos à Copasa que entre ali para resolver o problema", informou o deputado. O prefeito de Confins, Celso Antônio, disse que a população não está preparada para essas mudanças, e pediu assistência para educação ambiental. "Queremos ser uma cidade pioneira. Temos muitas lagoas ainda para serem preservadas", disse ele.

José de Castro Procópio, do Projeto Manuelzão, disse que o Ribeirão da Mata tem três aterros em suas cabeceiras, e que a região já tem quatro rios mortos. Dezesseis pessoas da platéia, entre líderes comunitários, militantes ambientais, empresários e funcionários públicos, foram ao microfone apresentar queixas ou prestar esclarecimentos. Alguns relataram a poluição causada pela extração de areia, outros denunciaram a escalada de violência nos bairros Serra Verde e Morro Alto após o anúncio das obras do Centro Administrativo.

Presenças - Deputados Fábio Avelar (PSC), que presidiu a reunião; Inácio Franco (PV), Célio Moreira (PSDB), Weliton Prado (PT), Domingos Sávio (PSDB) e Vanderlei Jangrossi (PP). Também participaram da reunião Marcelo Arruda Nassif, da Codemig; e Ilmar Bastos Santos, subsecretário da Semad.

 

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