Reajuste de servidores da saúde já pode voltar ao Plenário

Está pronto para ser votado pelo Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em 1º turno, o Projeto de Lei (P...

21/05/2008 - 00:00
 

Reajuste de servidores da saúde já pode voltar ao Plenário

Está pronto para ser votado pelo Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em 1º turno, o Projeto de Lei (PL) 1.973/07, do governador, que reajusta o vencimento básico das carreiras do Grupo de Atividades de Saúde e altera regras da jornada de trabalho. O projeto passou pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária nesta quarta-feira (21/5/08), quando foi aprovado parecer pela rejeição de quatro emendas apresentadas pelo PT e PCdoB, na discussão em Plenário. Uma delas, a de nº 6, suprimia trecho que prevê a opção pela jornada de trabalho de 40 horas semanais para o auxiliar de enfermagem dos hospitais da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). A reunião foi acompanhada por servidores que protestaram contra o resultado.

Antes de ser votado o parecer, cujas cópias (avulsos) haviam sido distribuídas em reunião anterior, os parlamentares discutiram as emendas. A deputada Elisa Costa (PT) e os deputados Carlin Moura (PCdoB), Padre João (PT) e Sebastião Helvécio (PDT) defenderam a aprovação da emenda nº 6. O relator, deputado Lafayette de Andrada (PSDB), explicou os motivos técnicos para não acatar a emenda e se colocou à disposição dos sindicalistas para nova rodada de negociações. Já outro projeto importante na pauta da reunião, o que institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos, teve a análise adiada em função de pedido de vista do parecer feito pelo deputado Jayro Lessa (DEM). A deputada Elisa Costa reforçou a necessidade de analisar mais a matéria, relatada pelo presidente da comissão, deputado Zé Maia (PSDB).

O reajuste previsto no PL 1.973/07, diferenciado para as várias categorias por nível de escolaridade, será retroativo a 1º de janeiro de 2008. Exemplificando: o reajuste, no âmbito da Secretaria de Saúde, para o auxiliar de apoio à gestão e atenção à saúde, com carga horária de 30 horas semanais e nível de escolaridade fundamental, médio ou fundamental incompleto, será de 8%. O especialista em políticas de gestão de saúde, com carga horária de 40 horas e nível superior de escolaridade, com pós-graduação, terá reajuste de 42,86%. Na Fhemig, o profissional de enfermagem de nível fundamental ou médio, com carga horária de 20 ou 30 horas, terá um reajuste de 8%. Já para o profissional de enfermagem de nível superior, com pós-graduação, o índice será de 17,85%. O médico da rede Fhemig terá um reajuste de 3%, segundo o projeto.

Vantagem Temporária Incorporável - Para os servidores que recebem a Vantagem Temporária Incorporável (VTI), será deduzido do seu valor, no todo ou em parte, o acréscimo ao vencimento básico decorrente do reajuste, nos termos do artigo 3º da Lei 15.787, de 2005, que instituiu a vantagem. As modificações propostas no PL 1.973/07 atingem servidores da SES, Fhemig, Fundação Ezequiel Dias (Funed), Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemominas) e Escola de Saúde Pública (ESP).

Deputados discutem projeto antes da aprovação do parecer

A deputada Elisa Costa voltou a defender a manutenção das 30 horas de jornada semanal para os auxiliares de enfermagem, alegando que esses servidores trabalham nos hospitais da rede Fhemig e, por isso, são submetidos a uma rotina de estresse. Na avaliação dela, para se ter humanização do atendimento aos doentes e prestação de serviço de qualidade, é preciso, além de salário digno, horas adequadas de trabalho. Lembrou, ainda, o problema social e para a área da saúde que significará a demissão de 6 mil profissionais contratados, que hoje fazem 40 horas.

Os deputados Padre João e Carlin Moura reforçaram as palavras da parlamentar. Segundo Padre João, no final de 2007 houve entendimento entre a secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, e servidores para não alterar a tabela quanto às horas trabalhadas e para aumentar o reajuste para a enfermagem de 8% para 12%. Esse entendimento, acrescentou Padre João, é que determinou o fim da obstrução feita pelo PT em Plenário, àquela época.

O deputado Sebastião Helvécio lembrou que o próximo concurso vai estipular uma jornada obrigatória de 40 horas. E disse que, depois de ouvir profissionais do setor, iria votar a favor da emenda nº 6. Segundo ele, muitos servidores aproveitam o período de descanso após os plantões, na jornada atual de 30 horas, para exercerem outras jornadas de trabalho - e essa liberdade de opção deveria ser mantida.

O deputado Lafayette de Andrada ponderou que elaborou seu relatório com base na exposição de motivos do governo e no parecer da Comissão de Constituição e Justiça. Alertou também para a necessária obediência aos prazos regimentais. O parlamentar revelou, ainda, que somente nesta quarta (21) pela manhã foi procurado por representantes dos servidores para discutir o projeto. Ele se disse aberto à conversa e se colocou à disposição dos servidores para negociar. Desta forma, acrescentou, será possível avaliar onde se pode ou não avançar. Sobre a emenda nº 6, ele disse que, da forma como foi redigida, com a supressão de uma tabela inteira, não poderia ser acatada.

O deputado Carlin Moura avaliou, então, que "ainda há luz no fim do túnel", apesar de ressaltar que o Executivo "rasgou" o acordo. Lembrou, por outro lado, que o PT e o PCdoB já haviam explicitado, em audiência pública e em conversas com os líderes do Governo e da Maioria, a posição dos trabalhadores.

Emendas - O parecer pela rejeição é justificado por vício de origem e inconstitucionalidade, já que todas as emendas aumentam despesas, o que é proibido pela Constituição do Estado. A emenda no 7, do deputado Carlin Moura, determina que, no caso de rescisão de contrato que havia sido prorrogado por mais de uma vez, o trabalhador terá direito a indenização no valor de uma remuneração e meia por cada ano trabalhado. A emenda no 8, do deputado André Quintão (PT), modifica as tabelas salariais do Grupo IV, Atividades de Saúde, cargos: médico da área de hematologia e hemoterapia; e médico da Fhemig. A emenda no 9, do deputado Carlos Pimenta (PDT), institui uma carreira separada para os médicos da Secretaria de Estado da Saúde. Hoje, esses profissionais estão incluídos na carreira de analista de atenção à saúde.

Projeto que cria Política Estadual de Resíduos Sólidos tem análise adiada

Outro projeto importante na pauta da reunião, o que institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos, teve a análise adiada em função de pedido de vista do parecer feito pelo deputado Jayro Lessa (DEM). É o PL 1.269/07, do governador. A deputada Elisa Costa reforçou a necessidade de analisar mais a matéria, relatada pelo presidente da comissão, deputado Zé Maia (PSDB). Depois que passar pela comissão, a proposição estará pronta para o Plenário, em 1º turno.

O relator opinou pela aprovação da matéria na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais, com as emendas 17 a 19, que apresentou, e pela rejeição das emendas nºs 1 a 16, da Comissão de Constituição e Justiça.

A emenda nº 17 suprime o artigo 57. O relator considera que parte do artigo estabelece critérios que são típicos de imposto, parte fere a autonomia municipal e parte é dispensável, pois a competência para instituir taxas já está compreendida nas prerrogativas constitucionais asseguradas aos municípios. O artigo 57 determina que a implantação e a operação de serviços de limpeza urbana e de coleta de lixo serão custeadas preferencialmente por tarifas e taxas. Determina que os municípios poderão fixar critérios para mensurar os serviços, para efeitos de cobrança, com base em vários indicadores.

A emenda nº 18 suprime o parágrafo 2º do artigo 33, que trata das obrigações dos geradores de resíduos sólidos. O parágrafo determina que o poder público municipal deverá instituir formas de ressarcimento pela prestação efetiva dos serviços públicos de coleta, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos. Segundo o relator, esse trecho também interfere na autonomia municipal. Pondera, ainda, que a intenção de garantir a sustentabilidade dos sistemas municipais de limpeza urbana já está assegurada em vários outros pontos do substitutivo.

A emenda nº 19 substitui, no artigo 51, a expressão "repasse de recursos" por "transferência voluntária de recursos" por entender que as transferências constitucionais são obrigatórias e não devem ser condicionadas por uma lei ordinária. O artigo originalmente determina que a existência de política de resíduos sólidos no âmbito do município é fator condicionante para repasse de recursos e concessão de financiamento por parte do Estado para a implementação e a manutenção de projetos de destinação final ambientalmente adequada.

Instituição financeira terá que emitir documento em braile, se solicitado

Também está pronto para Plenário, em 1º turno, o PL 1.875/07, do deputado Walter Tosta (PMN). O relator, deputado Sebastião Helvécio, opinou pela aprovação na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça, e com a emenda nº 1, da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social.

O substitutivo, que atende ao princípio da consolidação das normas, determina que as instituições financeiras e as administradoras de cartões de crédito e de cartões de afinidade estabelecidas no Estado ficam obrigadas a emitir, mediante solicitação, correspondência e documentos em braile, assim como a instalar equipamentos de informática adequados ao atendimento dos deficientes visuais. O infrator estará sujeito às penalidades do Código de Defesa do Consumidor. O substitutivo revoga, ainda, a Lei 13.738, de 2000. A emenda nº 1 determina que os serviços a serem oferecidos pelos prestadores não acarretam custos adicionais para o consumidor.

Regime especial de tributação - A comissão opinou por ratificar, por meio de um projeto de resolução, regime especial de tributação concedido ao setor de industrialização de máquinas e equipamentos pesados para indústrias siderúrgicas. O deputado Zé Maia apresentou parecer favorável sobre a Mensagem 211/08, do governador.

Terras devolutas - A comissão aprovou pareceres favoráveis a projetos de resolução que aprovam a alienação de terras devolutas que especifica, todos da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial e relatados pelo deputado Jayro Lessa. Agora estão prontos para Plenário, em 1º turno. São eles: PREs 2.150/08, 2.207/08 e 2.211/08.

Doações de imóveis - Estão prontos para Plenário os seguintes projetos de doação de imóveis: PL 1.440/07, do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), que tramita em 2º turno e altera lei que autoriza o Executivo a doar a Frutal imóvel, relatado pelo deputado Zé Maia (PSDB), que opinou pela aprovação na forma do vencido em 1º turno; e 2.299/08, do governador, que tramita em 1º turno e autoriza o Executivo a doar a Pitangui imóvel, relatado pelo deputado Lafayette de Andrada, que opinou pela aprovação na forma proposta.

Retirados de pauta - Foram retirados de pauta os PLs 578/07, 1.364/07, 1.447/07 e 2.064/08.

Requerimentos - Também foram aprovados pareceres do deputado Lafayette de Andrada a dois requerimentos do deputado Antônio Júlio (PMDB). Um deles solicita que a comissão encaminhe ao Tribunal de Contas e à Secretaria de Estado de Defesa Social cópia de representação enviada ao Ministério Público, para apuração de irregularidade em licitação realizada pelo Governo do Estado para a aquisição de software de identificação balística e comparação automática.

O relator lembra que, em audiência promovida recentemente sobre o assunto, foram repassadas informações que, na avaliação dele, comprovam a lisura do processo. Mas destaca que tanto a secretaria quanto o tribunal podem prestar contribuição ao esclarecimento da denúncia, por isso opinou favoravelmente ao requerimento.

O outro requerimento solicita à Cohab, a companhia de habitação do Estado, informações sobre leilão administrativo para alienação da área denominada Parque das Mangueiras, localizada em Contagem, bem como cópia de documentos. O relator informa, no entanto, que foi à Cohab, onde obteve os dados e esclarecimentos solicitados por Antônio Júlio. Assim, opinou pela rejeição do requerimento.

Presenças - Deputados Zé Maia (PSDB), presidente; Jayro Lessa (DEM), vice; Lafayette de Andrada (PSDB), Sebastião Helvécio (PDT), Padre João (PT) e Carlin Moura (PCdoB) e deputada Elisa Costa (PT).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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