Inclusão do Espírito Santo na Estrada Real motiva
debate
O Estado do Espírito Santo integra a Estrada Real?
A indagação motiva audiência pública da Comissão de Turismo,
Indústria, Comércio e Cooperativismo da Assembléia Legislativa de
Minas Gerais nesta terça-feira (20/5/08). A reunião será às 10
horas, no Plenarinho I. O debate foi solicitado pela deputada
Cecília Ferramenta (PT), que pretende conhecer levantamento
histórico do professor João Eurípedes Franklin Leal, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que comprovaria a vinculação do
Espírito Santo com as minas de ouro de Mariana e Ouro Preto. O
professor é um dos convidados da reunião.
De acordo com o requerimento da deputada, o
levantamento histórico teria confirmado que rotas naquele Estado
também integraram a Estrada Real. O estudo teve como base documentos
constantes do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, e material
cartográfico do Arquivo Público do Espírito Santo. "A integração do
Espírito Santo à Estrada Real é uma proposta ousada e, a princípio,
nos parece benéfica para ambos os Estados", destaca Cecília
Ferramenta. Ela apresentou o requerimento atendendo à solicitação da
deputada capixaba Luzia Toledo, vice-presidente da Assembléia
Legislativa do Espírito Santo, que propõe a inclusão daquele Estado
no projeto turístico Estrada Real.
Convidados - Outros
convidados a participar o vice-governador e a vice-presidente da
Assembléia Legislativa do Espírito Santo, Ricardo de Rezende Ferraço
e Luzia Toledo; o secretário-executivo do Ministério do Turismo,
Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho; os secretários de Estado de
Turismo de Minas e do Espírito Santo, Érica Campos Drumond e Marcus
Antônio Vicente; o presidente da Federação das Indústrias do
Espírito Santo (Findes), Lucas Izoton Vieira; e o diretor-geral do
Instituto Estrada Real, Baques Vladimir Carvalho Sanna.
Saiba mais sobre o estudo
De acordo com o professor Franklin Leal, o Espírito
Santo no século XVIII era considerado área de proteção das minas de
ouro - "a barreira natural das Minas Gerais", conforme consta dos
documentos de época, e não havia permissão para ligações entre os
estados. No início do século XIX, em 1814, na época do Governo Real
chefiado por Dom João VI, foi iniciada a construção de uma estrada
ligando Vitória a Mariana e Ouro Preto. Documento oficial de
28/8/1816 fala, explicitamente, da conclusão da Estrada Real no
governo de Francisco Alberto Rubim - que, em seguida, recebeu o nome
de Estrada Real São Pedro de Alcântara. O trajeto, mais ou menos
coincidente com a atual BR-262, servia para o comércio entre as duas
regiões.
Ainda segundo o professor, a estrada percorria área
no Vale do Rio Castelo, onde se desenvolveu, em dado momento, a
exploração do ouro nos séculos XVIII e XIX. Também foi usada por
mineiros que, devido à decadência da exploração agrícola e do ouro
em Minas, migraram para o Sul do Espírito Santo, dando origem à
maioria de seus municípios.
Sobre a Estrada Real - O
circuito da Estrada Real é o principal projeto turístico do Governo
de Minas, com mais de 1,4 mil kms de patrimônio, com destaque para
natureza, cultura e arte. Tem reconhecimento nacional e
internacional e é atualmente coordenado pelo Instituto Estrada Real,
com o apoio da Fiemg, a federação das indústrias de Minas.
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