Comunidade judaica prega paz na comemoração dos 60 anos de Israel
O compromisso de lutar pela paz no Oriente Médio e
pela coexistência pacífica entre israelenses e palestinos foi o
aspecto mais enfatizado nos pronunciamentos feitos na Reunião
Especial do Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais,
realizada nesta quinta-feira (15/5/08). A reunião foi solicitada
pelo deputado João Leite (PSDB) para comemorar os 60 anos de criação
do Estado de Israel. Tanto o deputado, como o presidente da
Federação Israelita de Minas Gerais, Sílvio Musman, fizeram questão
de enfatizar a luta pela paz, mas também o direito de Israel de ser
livre e de garantir segurança aos seus habitantes.
Também a deputada Gláucia Brandão (PPS), que
representou o presidente da Assembléia, deputado Alberto Pinto
Coelho (PP), destacou, na mensagem encaminhada por ele, os esforços
de Israel pela paz e pela solução dos conflitos com os árabes e
palestinos e ainda a superação do trauma dos sofrimentos do
holocausto e da dispersão pelo mundo, durante séculos.
O deputado João Leite destacou aspectos políticos,
históricos e religiosos da formação de Israel, reforçando o caráter
de tradição que marca os judeus. "Este povo de Deus nunca deixou de
orar, de sonhar com o retorno à sua terra de origem e isso foi
passado de geração a geração", enfatizou. Isso, segundo João Leite,
levou ao sucesso do novo Estado, "porque os judeus que se instalaram
lá, após a decisão da Organização das Nações Unidas (ONU) de criar o
Estado de Israel, fizeram o deserto florescer e reavivaram a língua
hebraica".
País é referência em tecnologia
A criação de Israel veio de uma decisão da ONU, em
reunião presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha, que determinou a
partilha do território palestino, então sob o domínio da Inglaterra,
em duas nações, uma árabe e uma judia, em 1947. Em 14 de maio de
1948, a mesma ONU reconheceu o direito de Israel como uma nação
livre e independente. Nessa ocasião, cerca de 800 mil judeus
residentes em países como Síria, Iraque, Líbia, Tunísia e Iêmem
estabeleceram-se no território recém independente. Hoje a população
é de mais de 7 milhões de pessoas, com múltiplas etnias e religiões,
como os 1 milhão de árabes israelenses muçulmanos, os 170 mil
beduínos árabes, os 117 mil árabes cristãos, os 120 mil drusos,
entre outros, segundo a Federação Israelita.
O presidente da Federação, Sílvio Musmam, destacou
os avanços tecnológicos de Israel, que contribuem para melhorias em
toda a humanidade. E exemplificou com as parcerias desenvolvidas com
o Brasil, na área de diminuição da seca no Nordeste, produção e
serviços de aeronáutica, informática e segurança. Musmam lembrou a
recente cooperação com Minas Gerais, na área de segurança, com a
aquisição pelo governo mineiro, das pulseiras de monitorização de
presos, de tecnologia israelense. De outro lado, o Brasil contribui
com o fornecimento de produtos agropecuários aos israelenses.
Ao final, a deputada Gláucia Brandão enfatizou o
desafio a ser enfrentado por Israel, diante da perspectiva real de
hegemonia da população árabe no território judeu: "o fim das
divisões internas entre os próprios judeus, por suas posições
religiosas ou laicas, para a manutenção do caráter democrático de
Israel".
A mesa da reunião foi composta pelo deputado Ademir
Lucas (PSDB), além de Gláucia Brandão e João Leite; pelo presidente
da Federação Israelita, Sílvio Musman; pelo representante da Câmara
Municipal de Belo Horizonte, vereador Paulo Lamac (PT); pelo cônsul
geral do Uruguai, Carlos Alberico Vidja e pelo diretor executivo da
Confederação Israelita do Brasil, Sérgio Steineck. Sílvio Musmam
recebeu a placa de homenagem da ALMG da mão dos três deputados e os
convidados puderam assistir a um vídeo institucional sobre aspectos
geográficos, culturais, econômicos e sociais de Israel.
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