Alunos e ex-professores da Fumec denunciam perseguição
política
Professores demitidos da Fundação Mineira de
Educação e Cultura (Fumec) e alunos da instituição apresentaram
denúncias de perseguição política por parte dos dirigentes da
universidade à Comissão de Direitos Humanos da Assembléia
Legislativa de Minas Gerais nesta quinta-feira (15/5/08). Na fase do
"pinga-fogo" da reunião, o ex-professor da Fumec e ex-presidente da
universidade por quatro mandatos, Antônio Pereira dos Santos, disse
que foi demitido sem justificativa, por telefone, e que hoje
responde por cinco processos criminais e um processo cível por ter
feito "críticas muitos ásperas" aos dirigentes da instituição.
O ex-professor dos cursos de Psicologia e Pedagogia
explicou que cerca de cem demissões ocorreram no final de 2007
depois de uma auditoria feita na universidade que, segundo ele, é
suspeita. "Formalizamos uma denúncia no Ministério Público (MP)
contra a arbitrariedade das demissões", acrescentou. Segundo ele,
uma ação civil pública que pede intervenção na Fumec e afastamento
dos curadores está tramitando no MP e deve ser julgada na próxima
semana. "O relatório da auditoria feriu a honra pessoal e
profissional dos professores", afirmou a ex-professora da Fumec,
Renata Guerra.
Outro ex-professor da fundação, Getúlio Neuremberg,
acrescentou que a Fumec alegou que as demissões ocorreram para
atender a uma determinação do MEC de que 30% do corpo docente seja
formado por mestres e doutores com 40 horas semanais de dedicação.
"Eles justificam que precisavam reformular o quadro de professores,
mas entre os demitidos havia mestres e doutores", afirmou.
Alunos se queixam de intimidação
As atitudes de intimidação sofridas pelos alunos
foram relatadas pelos presidente e vice-presidente do Diretório
Acadêmico (DA) de Comunicação Social, Lucas de Mendonça Morais e
Júlio César Cardoso. Júlio, que também responde a queixa-crime
movida pela Fumec e pelo presidente do Conselho Curador, Emerson
Tardieu, disse que foi feito um cordão de isolamento policial em
frente à reitoria para impedir que os estudantes participassem de
uma reunião do Conselho Universitário. Ele afirmou ainda que, no
processo aberto contra ele, as notas taquigráficas da audiência
pública ocorrida na ALMG em abril foram usadas como prova de
acusação. Lucas Morais também citou outros episódios de intimidação,
como a instalação de câmera em frente ao DA e a voz de prisão dada
aos alunos que fizeram uma manifestação na diretoria da Fumec.
O deputado Luiz Tadeu Leite (PMDB), que presidiu a
reunião, sugeriu a realização de uma outra audiência sobre o
assunto, reunindo professores, alunos, dirigentes e o Ministério
Público para buscar novos entendimentos. Ele também disse que
apresentará requerimento para o envio das notas taquigráficas da
reunião desta quinta (15) para o Ministério Público.
Outras denúncias - Durante
a reunião, os deputados ouviram também denúncias contra um promotor
do Juizado Especial Criminal de Belo Horizonte, que teria
envolvimento com drogas e casas de prostituição, e que responde a
processos por abuso de autoridade. Outra queixa levada à comissão
refere-se a irregularidades e abuso de poder da administração do
Conjunto JK.
Presenças - Deputados Luiz
Tadeu Leite (PMDB), vice-presidente; João Leite (PSDB); e Ronaldo
Magalhães (PSDB).
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