Ministério Público investigará parcerias da Polícia Militar

A Promotoria de Justiça Especializada na Defesa do Patrimônio Público irá instaurar um procedimento para confirmar a ...

12/05/2008 - 00:01
 

Ministério Público investigará parcerias da Polícia Militar

A Promotoria de Justiça Especializada na Defesa do Patrimônio Público irá instaurar um procedimento para confirmar a existência e averiguar a natureza de convênios firmados entre a Polícia Militar (PM) e a iniciativa privada. O anúncio foi feito pelo promotor Eduardo Nepomuceno de Souza durante reunião realizada pela Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais nesta segunda-feira (12/5/08). A reunião foi realizada a requerimento do presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PDT), a fim de discutir parceria que teria sido firmada entre a PM e empresários do setor de combustíveis de Montes Claros.

O chefe do Estado Maior da PM, coronel Renato Vieira de Souza, que havia sido convidado para a reunião, enviou ofício ao presidente da comissão informando que não existe convênio firmado pela corporação em Montes Claros. Por essa razão, não compareceu à audiência. O convênio entre a PM e o sindicato dos postos (Minaspetro) de Montes Claros foi noticiado pelo jornal Hoje em Dia no dia 24 de abril, na página 21 do caderno Minas. De acordo com a reportagem, cada posto de gasolina colocaria uma sala informatizada à disposição dos policiais, que assim permaneceriam mais tempo nesses estabelecimentos registrando as ocorrências. Os policiais também instruiriam os funcionários dos postos sobre como agir para evitar assaltos.

Apesar da negativa do chefe da PM, o deputado Sargento Rodrigues chamou atenção para o fato do diretor regional da Minaspetro em Montes Claros, Vítor Veloso, ter afirmado à reportagem que o convênio na cidade seguiria o modelo de um projeto semelhante implantado em Belo Horizonte. "Talvez estivesse sendo firmada uma parceria e foi abortada", afirmou Rodrigues, defendendo ainda que seja investigado se existe algum convênio firmado pela Polícia Militar em Belo Horizonte.

Deputado questiona convênios firmados em Belo Horizonte

O próprio deputado Sargento Rodrigues disse ter visitado um posto de apoio da PM que funciona dentro do hipermercado Carrefour da Pampulha. Também disse ter notícia de entendimentos feitos com postos de gasolina e a Drogaria Araújo para um policiamento especial nas proximidades desses estabelecimentos em Belo Horizonte. Ele alertou que nada tem contra estas empresas, mas é preciso verificar se esses acordos não resultam em um atendimento privilegiado da polícia a setores da iniciativa privada, em prejuízo da população. Por esse motivo, em conjunto com o deputado Délio Malheiros (PV), Rodrigues elaborou novo requerimento para realização de mais uma audiência pública para discutir os convênios firmados pela PM na Capital. O requerimento deverá ser votado ainda esta semana.

O deputado Délio Malheiros citou matéria publicada pela Agência Minas, do Governo do Estado, para comprovar que os convênios da PM com a iniciativa privada existem. A matéria produzida pela Secretaria de Comunicação do Governo informa que, em 17 de agosto de 2007, foi firmada uma parceria entre a Secretaria de Estado de Defesa Social, Polícias Militar e Civil e representantes dos taxistas, empresas de ônibus e proprietários de postos de gasolina da Capital. Entre outros pontos, a parceria prevê um policiamento reforçado nas proximidades dos postos de gasolina. "Precisamos discutir o aspecto operacional dessa parceria e quem suporta esse ônus", afirmou Malheiros.

O promotor Eduardo Nepomuceno considerou que as informações repassadas pela Comissão de Segurança Pública eram suficientes para a instauração de procedimento investigativo. "Não vejo possibilidade jurídica para estabelecer parceria desse tipo", afirmou Nepomuceno. O promotor argumentou que a atividade policial não pode privilegiar nenhum setor da sociedade. A mesma posição foi defendida pelos deputados Rodrigues e Malheiros. "Temos que tomar muito cuidado para que o interesse privado não suplante o interesse coletivo", afirmou Délio Malheiros.

Presenças - Deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente; e Délio Malheiros (PV).

 

 

 

 

 

 

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