| Buracos da BR-040 deixam deputados 
            indignados Asfalto em péssimas condições, veículos de carga 
            trafegando com velocidade e peso acima do permitido, muitos 
            acidentes e risco permanente para os motoristas. Este é o resumo da 
            situação encontrada pela Comissão de Transporte, Comunicação e Obras 
            Públicas da Assembléia Legislativa de Minas Gerais na BR-040, no 
            trecho entre Belo Horizonte e Conselheiro Lafaiete. O 
            vice-presidente da comissão, deputado Juninho Araújo (PRTB), os 
            deputados João Leite (PSDB), Fábio Avelar (PSC), Padre João (PT) e a 
            deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM) percorreram o trecho nesta 
            segunda-feira (12/5/08).  Acompanhados pelo superintendente da Polícia 
            Rodoviária Federal em Minas, Waltair Vasconcelos, eles constataram o 
            estado precário da rodovia e prometeram cobrar ações emergencias do 
            Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit). A 
            visita serviu para obter mais dados, que serão levados à audiência 
            pública que a comissão realiza nesta terça-feira (13). Os deputados 
            vão para a audiência munidos de imagens dos problemas considerados 
            mais graves nesse trecho da BR. O vice-presidente da comissão, 
            deputado Juninho Araújo (PRTB), ressaltou a importância da visita: 
            "Não somos Poder Executivo, não podemos fazer obras. Nosso papel é 
            este: fiscalizar, propor ações. Se preciso, vamos acionar o 
            Ministério Público". Prefeitos e vereadores da região também 
            acompanharam a comissão. Logo na saída de Belo Horizonte, o estado do 
            viaduto da Mutuca chamou a atenção dos deputados. Além dos buracos 
            na pista, as juntas de metal para dilatação do asfalto estão todas 
            danificadas. Alguns pedaços foram retirados e não foram 
            substituídos. Segundo os deputados, o vão de mais de um metro entre 
            as duas pistas também não deveria existir. "Já houve um entendimento 
            com o Dnit, que prometeu fechar esse espaço, mas até hoje isso não 
            foi feito", disse o deputado João Leite. A deputada Maria Lúcia 
            Mendonça afirmou que já enviou ofício ao órgão pedindo providências. 
            A resposta teria sido que o número de mortes no local não é 
            considerado preocupante, para espanto da parlamentar. "É inconcebível que uma rodovia desse porte esteja 
            em condições tão ruins", afirmou o deputado Fábio Avelar. Ele 
            recebeu recentemente denúncia do Movimento pela Vida, de Conselheiro 
            Lafaiete, alertando para a não realização da operação tapa-buracos, 
            apesar de já ter sido concluído o processo de licitação para as 
            obras. Empresas usam duas notas fiscais para ocultar 
            excesso de peso A situação da BR-040 fica pior no trecho entre 
            Congonhas e Belo Vale, especialmente no chamado "Viaduto da 
            Ferteco". Lá, onde os buracos são maiores e a pista está 
            constantemente cheia de fragmentos de minério deixados pelas 
            transportadoras, a Polícia Rodoviária parou três caminhões para 
            comprovar o que já era sabido: a maioria deles trafega sem o 
            ticket de pesagem da carga e sem nota fiscal do produto. Dos 
            três, o único que estava com a nota fiscal tinha 5,9 toneladas a 
            mais do que o permitido pelo fabricante do veículo. O caminhão, que 
            levava minério para a Gerdau-Açominas em Ouro Branco, foi multado e 
            levado para um posto policial próximo. Já na viagem de volta, na altura do Km 575, no 
            município de Itabirito, os deputados fizeram a última parada no 
            posto da Receita Federal, onde há uma das poucas balanças de pesagem 
            da região. Na opinião do auditor fiscal da Receita Estadual, Marcelo 
            Impelizzieri de Moura, que trabalha no posto, as mineradoras são as 
            grandes destruidoras das estradas. "Não temos condições de pesar 
            todos os caminhões, mas se fizéssemos isso, certamente veríamos que 
            quase 100% trafega com sobrepeso", afirmou. Segundo Impelizzieri, é comum as empresas - as que 
            tiram nota - emitirem duas notas fiscais para a mesma carga; uma com 
            o peso permitido e outra indicando o peso real. Para os fiscais da 
            Receita, apresentam a nota com o peso real da carga; para os 
            patrulheiros da Polícia Rodoviária, que na maioria das vezes 
            conseguem identificar o excesso de carga mesmo sem o ticket 
            de pesagem, mostram a nota onde está registrado apenas o peso 
            permitido.  O deputado Padre João (PT), autor do requerimento 
            pela audiência que será realizada nesta terça-feira (13), também 
            acredita que o transporte de minério é o maior responsável pela 
            deterioração da via. "Os buracos se acentuam no local onde passam as 
            carretas, é fácil ver isso", observou. O deputado afirmou que, na 
            audiência, serão cobrados os desdobramentos de uma outra reunião, 
            realizada em setembro de 2007, na qual representantes do sindicato 
            das empresas extrativas, o Sindiextra, prometeram construir uma 
            rodovia paralela para transportar minério.  Presenças - Deputado Juninho 
            Araújo (PRTB), vice presidente da comissão; deputados João Leite 
            (PSDB), Padre João (PT), Fábio Avelar (PSC) e deputada Maria Lúcia 
            Mendonça (DEM)   
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