Comissão debate suspensão de transplantes de rins no Felício Rocho

A suspensão dos transplantes de rins pelo Hospital Felício Rocho e o impacto da medida na vida dos pacientes que agua...

09/05/2008 - 00:01
 

Comissão debate suspensão de transplantes de rins no Felício Rocho

A suspensão dos transplantes de rins pelo Hospital Felício Rocho e o impacto da medida na vida dos pacientes que aguardam pela cirurgia serão debatidos em audiência pública da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, nesta quarta-feira (14/5/08). A reunião, que será realizada às 9h15, no Plenarinho I, atende a requerimento dos deputados Hely Tarqüínio (PV), Neider Moreira (PPS) e Antônio Carlos Arantes (PSC).

De acordo com informações do presidente da Associação dos Transplantados, Túlio Sérgio Gambogi Costa, os transplantes foram paralisados em julho do ano passado para verificação da causa das mortes de quatro pacientes que sofreram transplante duplo (rins e pâncreas). A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte realizou uma auditoria no hospital, que terminou em 18 de dezembro. Ao final dos trabalhos, o auditor Jorge Camponizzi concluiu que os óbitos não decorreram de imperícia ou negligência do hospital ou dos cirurgiões e recomendou o retorno dos transplantes o que, até o momento, não ocorreu.

Quatro hospitais de BH foram descredenciados para realizar tranplantes

Em março, as associações dos transplantados começaram a pressionar pela retomada dos transplantes e a Secretaria de Saúde alegou que precisavam ser feitas adaptações, sem informar quais seriam elas. Na mesma época, houve o descredenciamento dos hospitais da capital, Felício Rocho, Santa Casa, Hospital das Clínicas e São Francisco para qualquer tipo de transplante, o que agravou ainda mais a situação. Segundo Túlio Costa, a Secretaria de Saúde explicou que o descredenciamento foi determinado pelo Ministério da Saúde em função de atraso na apresentação de documentos. "Os pacientes que esperam pelo transplante não querem ser operados em outro hospital", afirmou o presidente da Associação dos Transplantados. "É uma cirurgia de alto risco e as pessoas querem fazer a cirurgia com o médico de sua confiança", acrescentou.

Túlio Costa disse que a fila de espera por transplantes de rins em Minas Gerais é de cerca de 3.500 pacientes. Aproximadamente 120 necessitam do transplante duplo. O deputado Hely Tarqüínio, que também é médico, vê com preocupação as dificuldades que os usuários do SUS vêm encontrando para a realização de transplantes de rins. "Espero que, do debate, possam surgir sugestões para melhorar o atual sistema", afirmou.

O deputado Antônio Carlos Arantes disse que apresentou o requerimento para a realização da reunião após ter sido procurado pela equipe médica do Hospital Felício Rocho. Segundo eles, os profissionais da instituição alegam que dificuldades burocráticas estariam impedindo a realização dos transplantes. "Eles dizem que o hospital tem estrutura e uma equipe preparada para atender às demandas por transplantes", afirmou o deputado, que espera que a audiência sirva para esclarecer o assunto.

Segundo o deputado Neider Moreira, a audiência servirá para esclarecer situação gerada entre a Comissão Municipal de Nefrologia e o Setor de Transplantes de Rim e Pâncreas do hospital. "Tais esclarecimentos visam a impedir que os pacientes fiquem prejudicados diante da estrutura altamente qualificada do hospital, enquanto o número de transplantes cai assustadoramente", afirma.

Convidados - Além de Túlio Costa, foram convidados para a reunião o secretário de Estado de Saúde, Marcus Pestana; o secretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, Helvécio Miranda Magalhães Júnior; o diretor-geral da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos de Minas Gerais do MG Transplantes, Charles Simão Filho; o cirurgião da equipe de transplantes do Hospital Felício Rocho, José Maria Grossi Figueiró; o presidente da Associação Nacional de Pacientes Doadores e Transplantados Renais; José Menezes Lourenço; e o transplantado Paulo Hipólito.

 

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