Projeto do Minas Comunica já está pronto para o 2o
turno em Plenário
Estão prontas para serem analisadas pelo Plenário
da Assembléia Legislativa de Minas Gerais três proposições
importantes para a administração pública. Uma delas é o Projeto de
Lei (PL) 1.973/07, do governador, que reajusta o vencimento básico
das carreiras do Grupo de Atividades de Saúde e altera regras da
jornada de trabalho, em 1º turno. O reajuste será retroativo a 1º de
janeiro de 2008. A outra, em 2º turno, é o PL 2.096/08, que autoriza
o Executivo a contratar empréstimo de US$ 50 milhões com o Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID) para financiar o programa
Minas Comunica, que pretende universalizar o acesso à telefonia
móvel no Estado. Ambos passaram pela Comissão de Fiscalização
Financeira e Orçamentária nesta quarta-feira (7/5/08).
Também está pronto para Plenário, em 1º turno, o PL
1.959/07, do deputado Ivair Nogueira (PMDB), que autoriza o
Executivo a alienar imóveis de propriedade do Instituto de
Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), com
reversão dos recursos decorrentes da alienação à àrea de saúde da
autarquia.
Protesto - Servidores da
Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) acompanharam
a análise do PL 1.973/07 e protestaram com faixas e palavras de
ordem contra o parecer. Eles são contrários a dispositivo que
faculta ao auxiliar de enfermagem dos hospitais da Fhemig a opção
pela jornada de 40 horas semanais, com maior remuneração. A jornada
atual é de 30 horas. A deputada Elisa Costa (PT) apresentou, em
reunião anterior, proposta de emenda para retirar do texto essa
previsão, mas a comissão rejeitou a proposta nesta quarta (7/5/08),
com voto contrário do deputado Antônio Júlio (PMDB). A parlamentar
também havia pedido vista do parecer na semana passada. Entre os
servidores estavam, entre outros, representantes do Sind-Saúde e da
Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais
(Asthemg).
O relator do PL 1.973/07, deputado Lafayette de
Andrada (PSDB), opinou favoravelmente ao projeto com as emendas nºs
1 a 4, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e com a emenda
nº 5, que apresentou. Ele trouxe dados sobre o impacto financeiro,
informados pelo Executivo. O impacto financeiro mensal decorrente
dos reajustes propostos para a saúde será de R$ 2.769.807,52 e o
anual, de R$ 36.800.681,89, ou seja, 8% das despesas com pessoal e
encargos sociais da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e entidades.
Disse também que, além de não haver obstáculos de ordem financeira e
orçamentária, a proposição representa contribuição não apenas para
os servidores mas também para a sociedade, que anseia por serviços
de melhor qualidade.
Aumentos são diferenciados
Os aumentos para a área da saúde são diferenciados
para as diferentes categorias, de acordo com o nível de
escolaridade. Exemplificando: o reajuste, no âmbito da Secretaria de
Saúde, para o auxiliar de apoio à gestão e atenção à saúde, com
carga horária de 30 horas semanais e nível de escolaridade
fundamental, médio ou fundamental incompleto, será de 8%. O
especialista em políticas de gestão de saúde, com carga horária de
40 horas e nível superior de escolaridade, com pós-graduação, terá
reajuste de 42,86%. Na Fhemig, o profissional de enfermagem de nível
fundamental ou médio, com carga horária de 20 ou 30 horas, terá um
reajuste de 8%. Já para o profissional de enfermagem de nível
superior, com pós-graduação, o índice será de 17,85%. O médico da
rede Fhemig terá um reajuste de 3%, segundo o projeto.
Vantagem Temporária Incorporável - Para os servidores que recebem a Vantagem
Temporária Incorporável (VTI), será deduzido do seu valor, no todo
ou em parte, o acréscimo ao vencimento básico decorrente do
reajuste, nos termos do artigo 3º da Lei 15.787, de 2005, que
instituiu a vantagem. As modificações propostas no PL 1.973/07
atingem servidores da SES, Fhemig, Fundação Ezequiel Dias (Funed),
Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemominas) e Escola de
Saúde Pública (ESP).
O projeto traz outras mudanças. O artigo 5º cria
1.725 cargos da carreira de profissional de enfermagem. Com isso, o
número de cargos de provimento efetivo da carreira de profissional
de enfermagem, constante no item I.2.4 do Anexo I da Lei 15.462, de
2005, passa a ser de 5.634.
O artigo 4º extingue, no quadro de pessoal da
Fhemig, 590 cargos da carreira de analista de gestão e assistência à
saúde e 1.135 cargos da carreira de técnico operacional de saúde,
criadas pela Lei 15.462, de 2005, que institui as carreiras do grupo
de atividades de saúde do Executivo. Desta forma, o quantitativo de
cargos efetivos da carreira de analista passa a ser de 1.280 e da
carreira de técnico operacional, 2.276. Conforme a Secretaria de
Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), essa extinção tem o
objetivo de compensar a criação dos cargos de enfermagem.
A proposição contempla, ainda, a regularização da
jornada de trabalho dos médicos designados para funções gratificadas
na Funed, Fhemig e Hemominas, bem como a inclusão das funções de
chefia e supervisão no rol de atribuições das funções gratificadas
hospitalares da Fhemig. Outra modificação é a criação das carreiras
de técnico em educação e pesquisa em saúde e de analista em educação
e pesquisa em saúde, destinadas à ESP.
Normas modificadas - As
leis alteradas pelo projeto são: 15.462, de 2005; 15.786, de 2005, e
a Lei Delegada 175, de 2007. A Lei 15.786 estabelece as tabelas de
vencimento básico das carreiras do grupo de atividades de saúde e
dispõe sobre a VTI. A Lei Delegada 175 dispõe sobre o grupo de
direção e assessoramento do quadro geral de cargos de provimento em
comissão e as funções gratificadas da administração autárquica e
fundacional do Executivo.
Conteúdo das emendas
A emenda nº 1 altera o artigo 12, estabelecendo um
acréscimo de 15% sobre o vencimento básico, pago a título de abono
de serviços de emergência aos servidores das carreiras de analista
de gestão e assistência à saúde que exerçam na Fhemig as funções de
psicólogo, assistente social, fisioterapeuta, bioquímico, biólogo e
odontólogo com especialização em cirurgia buco-maxilo-facial; de
técnico operacional da saúde, nas funções de técnico de radiologia,
técnico de patologia clínica e auxiliar administrativo; de auxiliar
de apoio da saúde, nas funções de auxiliar técnico de radiologia,
auxiliar de patologia clínica e porteiro; de médico e de
profissional de enfermagem.
O artigo 12 do texto original ampliava as
categorias profissionais contempladas com o abono, no âmbito da
Fhemig, mas não especificava o valor nem fazia referência à sua
previsão legal, vinculando-o apenas a um regulamento específico. A
CCJ entendeu que o abono deve ser tratado no texto da lei, e não em
decreto. Hoje não são contemplados com o abono o analista de gestão
e assistência à saúde nas funções de bioquímico, biólogo e
odontólogo com especialização em cirurgia buco-maxilo-facial; o
técnico operacional da saúde nas funções de técnico de patologia
clínica e auxiliar administrativo; e o auxiliar de apoio da saúde
nas funções de auxiliar de patologia clínica e porteiro.
A emenda nº 1 determina, ainda, que decreto
especificará as unidades que farão jus ao abono em virtude da
sazonalidade dos serviços de emergência da área de saúde. Corrige
também erro de redação do dispositivo que tratou as carreiras de
médico e do profissional de enfermagem como funções da carreira de
auxiliar de apoio à saúde.
As emendas n°s 2 e 3 pretendem adequar o projeto à
técnica legislativa. A emenda n° 2 altera a redação do artigo 13 e a
emenda n° 3 suprime o artigo 34, que revogava artigos da Lei
Delegada 135, de 2007, que dispõe sobre a estrutura orgânica básica
da ESP. A emenda n° 4 foi encaminhada pelo governador e seu objetivo
é acrescentar no texto do projeto as tabelas de vencimento básico
das carreiras a serem criadas. Já a emenda nº 5 muda a denominação
do cargo de analista de saúde e tecnologia da Fundação Ezequiel Dias
(Funed) para analista e pesquisador de saúde e tecnologia.
Autorização para contratar empréstimo para o Minas
Comunica passa em 2º turno
Também está pronto para o Plenário, mas em 2º
turno, o PL 2.096/08, do governador, que autoriza o Executivo a
contratar operação de crédito até o limite de US$ 50 milhões com o
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), destinada ao
financiamento do Minas Comunica (Programa de Universalização do
Acesso a Serviços de Telecomunicações em Minas Gerais). O relator do
projeto na Comissão de Fiscalização Financeira, deputado Zé Maia
(PSDB), que também preside a comissão, opinou favoravelmente à
matéria na forma proposta.
De acordo com o projeto, os recursos decorrentes da
operação de crédito serão depositados em instituições financeiras
que centralizem a receita do Estado. O Executivo poderá oferecer,
como garantia, as cotas de repartição tributária e de suas receitas
tributárias. Além disso, o Orçamento do Estado consignará,
anualmente, os recursos necessários ao cumprimento da contrapartida
financeira do Estado em projeto integrante do Minas Comunica e das
despesas relativas a amortização, pagamento de juros e demais
encargos.
Conforme consta no Plano Plurianual de Ação
Governamental (PPAG) 2008-11, o Minas Comunica tem como objetivo
disponibilizar, até 31 de dezembro de 2008, o acesso aos serviços de
telecomunicações, especialmente ao serviço móvel com capacidade de
prover telefonia e transmissão de dados; proporcionar
infra-estrutura para acesso aos serviços governamentais por meio
eletrônico em todo o Estado; e permitir à população o acesso ao
serviço móvel, com capacidade de prover telefonia e transmissão de
dados, de forma universal, em igualdade de condições. O relator
lembra, em seu parecer, que o contrato de empréstimo será analisado
pelo Ministério da Fazenda, por ocasião do envio do pleito ao Senado
Federal.
Crítica - Referindo-se ao
Minas Comunica, o deputado Antônio Júlio (PMDB) voltou a criticar o
bloqueio de telefones celulares instalados em cidades do interior
pelo programa. O bloqueio se dá no momento de efetivar ligações para
aparelhos de operadoras diferentes daquela que presta os serviços na
comunidade. O parlamentar cobrou uma solução para o problema, sendo
apoiado pelo deputado Lafayette de Andrada (PSDB), que avaliou como
injusta a exclusividade e defendeu um acordo entre as empresas
vencedoras da licitação para resolver o assunto.
Autorização para venda de imóveis do Ipsemg está
pronta para Plenário em 1º turno
Também está pronto para Plenário o PL 1.959/07, do
deputado Ivair Nogueira (PMDB), que autoriza o Executivo a alienar
imóveis de propriedade do Ipsemg, com reversão dos recursos
decorrentes da alienação à área de saúde da autarquia. O relator,
deputado Antônio Júlio (PMDB), opinou pela aprovação da matéria na
forma do substitutivo nº 1, da CCJ, com as emendas nºs 1 e 2, que
apresentou.
O projeto dá autorização legislativa para que
possam ser alienados, por venda, os seguintes imóveis: um terreno
rural com 50.416 m² situado em Contagem; oito lotes, com área total
de 4.120 m², situados em Betim; 22 salas com área total de 808,95
m²,no Edifício Caxias, situado na Avenida Amazonas, 115, em Belo
Horizonte; e um terreno rural com 554.216,45 m² situado em Betim. As
alienações serão precedidas de avaliação, a cargo de comissão a ser
designada pelo presidente do Ipsemg. Os recursos serão destinados à
área de saúde da autarquia, principalmente para ampliação do
Hospital Governador Israel Pinheiro, na Capital, e aquisição de
equipamentos.
O relator lembra que o substitutivo nº 1, da CCJ,
foi apresentado para que a autorização legislativa seja concedida à
autarquia, que é autônoma, e não ao Executivo, conforme consta do
projeto original. O novo texto também acrescenta a previsão de
licitação. As emendas nºs 1 e 2 foram apresentadas por Antônio Júlio
para suprimir trechos, acrescentados no substitutivo, que incluem
outros dois imóveis a serem alienados: um com 1.476 m², situado na
Avenida do Contorno, em Belo Horizonte, e outro com área de 360 m²
em Araxá.
O relator informa que esses imóveis acrescentados
estão sendo utilizados para atendimento aos servidores. No imóvel da
Contorno funciona uma drogaria do Ipsemg e, na área situada em
Araxá, existe uma edificação que abriga a unidade regional da
autarquia. "É imprescindível a transferência desses serviços antes
do início do processo de alienação dos bens", orienta o relator.
Desta forma, a emenda nº 1 suprime o inciso V, e a emenda nº 2, o
inciso VI do artigo 1º.
Justificativa do Executivo - De acordo com a CCJ, a vice-presidência do Ipsemg
manifestou-se favoravelmente às alienações, informando que os
terrenos de características rurais não têm utilidade para o
instituto e correm o risco de serem invadidos; o conjunto de salas
do Edifício Caxias está ocioso há mais de cinco anos; a área da
Avenida do Contorno está sendo parcialmente utilizada por drogaria
cujas atividades poderão ser transferidas para outro local; e o lote
em Araxá possui uma edificação que necessita de benfeitorias de
custo elevado e que sua alienação não prejudicará as atividades da
unidade regional instalada na cidade.
Prazo para emendas - A
presidência informou, também na reunião desta quarta (7), que está
aberto o prazo para apresentação de emendas aos projetos que
autorizam a abertura de crédito suplementar em favor do Ministério
Público (PL 2.302/08) e do Tribunal de Justiça Militar (PL
2.316/08). O prazo referente ao primeiro projeto é 14 de maio e, ao
segundo, dia 19.
Conscientização sobre drogas
A comissão também aprovou parecer favorável ao PL
1.489/07, do deputado Leonardo Moreira (DEM), que originalmente
dispõe sobre campanhas publicitárias de combate ao tabagismo, drogas
ilícitas e alcoolismo. Agora esse projeto também pode ir a Plenário,
em 1º turno.
O relator, deputado Antônio Júlio (PMDB), opinou
pela aprovação na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Saúde.
O novo texto inclui parágrafo 2º ao artigo 1º da Lei 11.544, de
1994, que regulamenta a Constituição no sentido de promover a
prevenção do uso indevido de drogas, substâncias entorpecentes e
afins. Desta forma, o parágrafo 2º acrescentado determina que, nas
campanhas de divulgação governamental, serão incluídas informações
sobre a prevenção e o combate ao uso de drogas.
O substitutivo retira, portanto, do projeto
original dispositivos sobre contratos de publicidade já realizados
pelo Executivo, tendo em vista que o Supremo Tribunal Federal (STF)
tem reconhecido que o legislador não pode interferir em contratos
administrativos vigentes. Originalmente, o projeto determina ainda
que o Executivo reserve 5% do tempo ou do espaço usado em suas
campanhas por radiodifusão ou meio impresso para as de combate às
drogas lícitas e ilícitas.
Imóveis - A comissão
também aprovou parecer favorável ao PL 2.133/08, do deputado
Adalclever Lopes (PMDB), que autoriza o Estado a reverter imóvel ao
município de Caiana, e que tramita em 1º turno. O relator, deputado
Antônio Júlio (PMDB), opinou pela aprovação na forma de
substitutivo, que apresentou, para alterar a forma de transmissão
(de reversão para doação) e para incluir cláusula de reversão. O
imóvel será destinado à instalação de uma unidade de saúde.
Também foi aprovado parecer favorável ao PL
1.402/07, em 2º turno, que agora está pronto para Plenário. Ele
altera a Lei 16.566, de 2006, que autorizou o Executivo a doar um
terreno edificado ao município de Pavão, para implantação de uma
unidade de ensino profissionalizante em agroindústria e pecuária. Da
forma aprovada em Plenário, a proposição autoriza o donatário a
ceder temporária e onerosamente a parte do imóvel não utilizada, com
o objetivo de custear a implantação da unidade de ensino, tendo em
vista suas dificuldades para custear o empreendimento.
Do deputado Dinis Pinheiro (PSDB), o projeto foi
relatado pelo deputado Sebastião Helvécio (PDT), que opinou por sua
aprovação na forma como foi votado em 1º turno (na forma do
vencido).
Retirados de pauta - Foram
retirados de pauta os PLs 392/07, 1.566/07 e 1.949/07.
Requerimento - O deputado
Lafayette de Andrada (PSDB) foi designado relator de requerimento do
deputado Antônio Júlio (PMDB) sobre leilão administrativo da
Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab). O
requerimento é de informações sobre o leilão, realizado para alienar
área denominada Parque das Mangabeiras, em Contagem.
Presenças - Participaram
da reunião os deputados Zé Maia (PSDB), presidente; Jayro Lessa
(DEM), vice; Antônio Júlio (PMDB), Lafayette de Andrada (PSDB) e
Sebastião Helvécio (PDT).
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