Pitangui cobra aumento do efetivo da Polícia Civil na
cidade
A necessidade de aumentar o efetivo e a estrutura
da Polícia Civil na comarca de Pitangui, que conta com apenas dois
delegados, dois agentes e um escrivão para atender cinco cidades,
foi uma das principais demandas ouvidas na audiência pública que a
Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa de Minas
Gerais fez na cidade nesta segunda-feira (5/5/08). Requerimentos
pedindo esta e outras providências foram lidos pelo vice-presidente
da comissão, deputado Paulo Cesar (PDT), que solicitou a audiência.
Eles devem ser votados na próxima reunião.
Os requerimentos serão encaminhados para a
Secretaria de Defesa Social e vão pedir, também, que a Subsecretaria
de Administração Prisional assuma a cadeia pública da cidade,
liberando os policiais civis e militares hoje deslocados para essa
função. Pedirão, ainda, que os presos condenados possam ser
transferidos para penitenciárias. Além disso, segundo o deputado
Paulo Cesar, um relatório sobre a reunião será enviado à Secretaria
de Defesa Social, como a comissão tem feito em outras audiências.
De acordo com o delegado regional da Polícia Civil
que abrange a região de Pitangui, Augusto Costa Neto, apesar dos
investimentos do Governo do Estado como um todo, o número de
policiais na comarca de Pitangui está muito aquém da necessidade. A
expectativa, segundo ele, é que o efetivo aumente após a nomeação de
novos agentes aprovados no concurso público da polícia. O delegado
regional ressaltou que, ao se analisar a situação de Pitangui, não
se pode desconsiderar o que acontece nos municípios vizinhos. Um
exemplo é Papagaios, cidade de 12 mil habitantes que pertence à
comarca de Pitangui e que, em 2007, ficou em 8º lugar no
ranking das cidades mineiras com maior número de mortes por
arma de fogo. "O que acontece em uma cidade reflete diretamente em
outra", afirmou, sugerindo à população que se mobilize para a
criação de um conselho de segurança (consep). "A falta de recursos é
pública e notória, não só aqui, mas em várias outras cidades. Mas
apesar da carência de recursos humanos, temos trabalhado com todo
empenho", considerou Raimundo Cançado, delegado de Pitangui.
Cidade deve receber novos PMs
Em relação ao efetivo da Polícia Militar, que conta
com 29 homens na cidade, o comandante do 7º Batalhão de Bom
Despacho, responsável pela região, José Luís Oliveira Nunes,
informou que novo efetivo deve chegar a partir de outubro. "Em Bom
Despacho temos 255 policiais militares que estão formando e
atenderão alguns batalhões", disse. O comandante destacou o trabalho
da PM e salientou o fato de que, em um ano, foram feitas 300 prisões
(referentes a maiores de idade), além de 80 apreensões de
menores.
De acordo com o comandante, a população pode e deve
colaborar com o trabalho da polícia, denunciando casos como tráfico
de drogas, homicídios e roubo a mão armada - mas muitas vezes não o
faz por medo. "As pessoas precisam ter coragem de denunciar",
lembrou.
O presidente da Câmara Municipal de Pitangui,
Messias Júlio de Abreu, lembrou que há dez anos a criminalidade não
era fonte de preocupação da população da cidade, mas hoje é
considerada questão prioritária. Para ele, o crime tem cada vez mais
migrado para o interior, sendo que falta pessoal, estrutura e
condições de trabalho para as forças de segurança pública no
município. "A população clama por socorro", afirmou. A representante
da prefeitura, Maria Isabel de Abreu, que é diretora municipal de
Agropecuária, Indústria, Comércio e Turismo, falou sobre algumas
ações sociais da administração municipal.
Presenças - Deputado Paulo
Cesar (PDT), vice-presidente da comissão, que presidiu a reunião; a
diretora municipal de Agropecuária, Indústria, Comércio e Turismo,
Maria Isabel de Abreu; o presidente da Câmara Municipal de Pitangui,
Messias Júlio de Abreu; o comandante do 7º Batalhão da PM de Bom
Despacho, José Luís Oliveira Nunes; o delegado Regional de Polícia,
Augusto Costa Neto; o delegado de Pitangui, Raimundo Cançado; o
defensor público Vanderlei Capanema; e o presidente da Amepe, Jânio
Francisco das Chagas.
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