Deputados rejeitam declarar Orquestra Sinfônica como patrimônio

A Comissão de Cultura da Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou, nesta terça-feira (29/4/08), parecer de 1º t...

29/04/2008 - 00:00
 

Deputados rejeitam declarar Orquestra Sinfônica como patrimônio

A Comissão de Cultura da Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou, nesta terça-feira (29/4/08), parecer de 1º turno contrário ao Projeto de Lei (PL) 1.328/07, que visa declarar como patrimônio histórico e cultural a Orquestra Sinfônica do Estado de Minas Gerais, que pertence ao corpo artístico do Palácio das Artes. De autoria do deputado Paulo Guedes e da deputada Elisa Costa, ambos do PT, a proposição teve parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça. O projeto segue para o Plenário para apreciação dos pareceres.

Em seu relatório, a deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM) considerou que a orquestra não se enquadra em nenhum dos quatro livros de registros, que inscrevem os bens culturais de natureza imaterial ou intangível do patrimônio cultural de Minas Gerais. No Livro dos Saberes, conforme o relatório, estão registrados os conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades mineiras; no das Celebrações, estão os rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas sociais; no das Formas de Expressão, são inscritas as manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas; e no Livro dos Lugares, os mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços que concentram e reproduzem práticas culturais coletivas. "Não entendemos ser exeqüível a edição de uma norma legal que pretenda, por meio do registro, declarar uma orquestra sinfônica como patrimônio cultural de Minas Gerais", sentenciou.

De acordo com o relatório lido pela deputada, os autores pretendiam, com o projeto, salvaguardar a orquestra de uma privatização. O entendimento da relatora, no entanto, é de que o registro não garante a continuidade da existência desse bem. "É claro que a orquestra sinfônica deve ser reconhecida como de interesse cultural, mas não nos parece ser o instituto do registro o instrumento adequado para esse reconhecimento. Utilizar-se de uma forma de proteção inadequada abre espaço para a contestação judicial da lei que porventura resulte da proposição em análise".

Fundação - Na justificativa do projeto, os autores afirmam que a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, fundada em 1977, tem levado música à população pobre, por meio de apresentações gratuitas em cidades do interior. Salientam que é a única orquestra profissional do Estado e que tem ampliado seu trabalho com participações em óperas, balés e concertos ao ar livre, com repertório diversificado. "Notamos que a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais já se tornou um patrimônio cultural do Estado, patrimônio esse que deve pertencer ao povo mineiro, e não a uma elite empresarial, que passará a patrociná-la e dirigi-la para seus interesses próprios", expressa o documento.

Presenças - deputadas Gláucia Brandão (PPS), presidente, Maria Lúcia Mendonça (DEM) e Rosângela Reis (PV); e deputado Carlin Moura (PCdoB).

 

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