| Moradores de Nova Contagem reclamam de odor gerado por 
            ETE Moradores de bairros próximos à Estação de 
            Tratamento de Esgoto (ETE) Nova Contagem, no município de Contagem 
            (Região Metropolitana de Belo Horizonte), reclamaram, nesta 
            terça-feira (29/4/08), de problemas ocasionados pelo mau cheiro das 
            instalações. As queixas foram feitas aos parlamentares da Assembléia 
            Legislativa de Minas Gerais, que estiveram no local para uma visita 
            da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas. 
            Participaram os deputados Gustavo Valadares (DEM), presidente da 
            comissão; e Carlin Moura (PCdoB), que solicitou a visita, além de 
            representantes da Copasa, Câmara Municipal, e comunidade local. Moradora do bairro Retiro, próximo à ETE, a 
            costureira Marlene Alves disse que seu filho está com bronquite e 
            freqüentemente sofre com náuseas e vômitos, que seriam provocados 
            pelo odor. Já Jordelina de Assis, dona-de-casa, reclamou que vem 
            sofrendo com problemas respiratórios, principalmente no pulmão, que 
            também teriam como causa o mau cheiro vindo da estação de 
            tratamento. Jordelina relatou aos deputados que esse problema a 
            teria obrigado a levar os filhos para a casa da avó, pois eles 
            estavam adoecendo. "Saí do Eldorado e, depois que eu vim para cá, 
            minha vida virou um inferno", disse a mulher, emocionada.  Passeio - Outros membros 
            da comunidade denunciaram que o cheiro forte ocorre principalmente 
            às 11 horas e após as 18 horas, horários próximos, justamente, das 
            principais refeições. Além do odor, esses moradores questionaram a 
            inexistência de passeio na rua onde fica a ETE, o que já teria 
            causado atropelamento de pedestres. Copasa já aplica produto para conter mau 
            cheiro O superintendente de Tratamento de Esgoto da 
            Copasa, Ronaldo Matias de Souza, respondeu que a empresa está ciente 
            do problema e engajada na busca de soluções. Souza informou que já 
            estão sendo aplicados produtos para reduzir o mau cheiro em pontos 
            da ETE onde foram detectados focos do odor. O executivo disse ainda 
            que, no dia 5 de maio, será testado um novo produto com essa 
            finalidade, que já vem sendo utilizado com sucesso em estações de 
            tratamento de São Paulo. Se a medida não for suficiente, Ronaldo Matias 
            afirmou que, em último caso, será feita uma visita a ETEs européias. 
            De acordo com ele, a Europa é pioneira no uso de câmaras fechadas 
            para tratamento de gás gerado no tratamento de esgoto, processo que 
            acabaria com o mau cheiro em definitivo. Por último, o 
            superintendente anunciou que o pessoal da área de ação comunitária 
            irá marcar encontros com a comunidade, com o objetivo de facilitar o 
            diálogo entre a Copasa e os moradores do entorno. Ao final, o deputado Carlin Moura pediu à 
            comunidade que desse um voto de confiança à Copasa, "empresa que tem 
            técnicos competentes e tecnologia suficiente para dirimir a 
            questão". Ele destacou que a demanda foi trazida a seu gabinete pelo 
            vereador de Contagem, Lucas Cardoso, também presente à visita. O 
            deputado Gustavo Valadares declarou acreditar em uma solução por 
            parte da empresa. "Hoje, aqui, somos todos de um mesmo partido, o da 
            busca da resolução dos problemas dessa comunidade e da melhoria de 
            suas condições de vida", concluiu.  ETE - Durante a visita, o 
            superintendente Ronaldo Matias, acompanhado de técnicos, explicou o 
            tratamento de esgoto na unidade, processo efetuado totalmente de 
            forma orgânica. Segundo ele, a ETE Nova Contagem recebe esgotos de 
            rios e córregos da bacia da Várzea das Flores, retirando 90% da 
            sujeira e devolvendo a água tratada ao Córrego do Meloso. Depois de 
            recebido em um equipamento que retira o lixo misturado, o esgoto vai 
            para uma caixa de areia, onde passa por tratamento primário. Após o 
            bombeamento para um reator, o esgoto é tratado com lodo, o que 
            consome 70% das impurezas, "tudo isso sem adição de produtos 
            químicos e sem consumir energia elétrica", enfatizou Matias. Numa segunda etapa, o esgoto vai para um filtro 
            biológico, onde outras camadas de lodo retêm mais 20% da poluição. 
            Segue então para um decantador secundário, onde o lodo fica suspenso 
            e a água passa, já tratada. Todo o lodo utilizado é então retirado 
            dos equipamentos, desidratado e recolhido para o aterro 
            sanitário. Complementando as informações, o engenheiro de 
            Operações do Distrito de Contagem, Marco Antônio Pimenta, destacou 
            que atualmente há 210 quilômetros de ramais de canalização ligando 
            os esgotos de 5 mil domicílios à estação. Com os 11 milhões 
            liberados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), serão 
            feitas as cerca de 4 mil ligações restantes, nos próximos meses. 
             Presenças - Deputados 
            Gustavo Valadares (DEM), presidente da comissão; e Carlin Moura 
            (PCdoB).      
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