Operadoras de celular são questionadas sobre novas regras da Anatel

Representantes das operadoras de telefonia móvel que atuam no Estado foram questionados pelos deputados da Comissão d...

29/04/2008 - 00:04
 

Operadoras de celular são questionadas sobre novas regras da Anatel

Representantes das operadoras de telefonia móvel que atuam no Estado foram questionados pelos deputados da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembléia Legislativa de Minas Gerais e Ministério Público sobre a aplicação das novas regras trazidas pela Resolução 477 da Anatel, que trata da regulação do Serviço Móvel Pessoal. A reunião, realizada na manhã desta terça-feira (29/4/08), recebeu ainda, representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e dos Procons Assembléia e Estadual.

Segundo o presidente da comissão, deputado Délio Malheiros (PV), autor do requerimento que solicitou o debate, as principais reclamações dos consumidores no que se refere ao trabalho das operadoras passa pela venda de aparelhos celulares bloqueados, a dificuldade de cancelamento de contratos de prestação de serviço, a ausência de devolução em dobro de cobranças irregulares, a falta de informação a respeito da tarifação e a ineficiência do programa Minas Comunica, com relação à exclusividade de atuação de empresas em determinadas regiões do Estado. O coordenador do Procon Assembléia, Marcelo Barbosa, reforçou as palavras do parlamentar ao alegar o alto número de reclamações recebidas pelos consumidores, desde a entrada em vigor das novas regras, em fevereiro deste ano.

O promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, José Antônio Baeta, alertou ainda que há excesso e abuso das operadoras de telefonia móvel no que se refere aos contratos de fidelização dos clientes, que além de obrigá-los a permanecer na empresa por tempo determinado, está vendendo aparelhos bloqueados. "São aparelhos defeituosos, pois não funcionam para outras operadoras. Isso é bloqueio travestido de fidelização", diz. O promotor de Justiça do Procon Estadual, Amauri da Matta, disse ainda que o consumidor está tendo sua liberdade de escolha cerceada.

Operadoras alegam cumprir as normas trazidas pela Resolução 477

Questionados pelo deputado Délio Malheiros sobre as principais fontes de reclamação dos consumidores, os representantes das operadoras de telefonia móvel se disseram cumpridoras das normas trazidas pela resolução. Mais que isso, salientaram a preocupação com a satisfação do cliente, que é seu principal gerador de receita.

De acordo com o consultor Regulatório da Oi, José Carlos Pícolo, a empresa só vende aparelhos desbloqueados desde maio de 2007. Ele disse também que a fidelização do cliente seria feita pelo beneficio concedido em contrapartida do cliente permanecer na operadora por um período mínimo e não pelo bloqueio. Ainda segundo Pícolo, a devolução em dobro já seria aplicada antes da resolução; a tarifação seria informada ao consumidor no contrato de prestação de serviço; e a empresa faria o cancelamento do contrato por telefone e internet. Sobre o cancelamento por mensagem de texto do próprio celular, ele afirmou que a empresa estaria desenvolvendo mecanismos de segurança para que essa forma também seja adotada.

Os representantes da Tim, Ho Chuch; da Vivo, Rafael Perpétuo; da Claro, Cássio Maia Amim; e da CTBC, Cristiene Abadia, deram respostas semelhantes às apresentadas pela Oi, sendo que as três primeiras divulgaram os números de contato para o consumidor que deseja cancelar seus contratos. A Vivo disse ainda que está desenvolvendo um Manual do Cliente, que pretende detalhar a nova resolução, assim como as adequações feitas pela empresa.

O fornecimento de informações aos clientes no que se refere à tarifação e desbloqueio de aparelhos variou de empresa para empresa. Todas disseram que as informações constam de contrato expresso, mas apenas a Tim e a Claro afirmaram que tais esclarecimentos constam em seu site.

Minas Comunica - O deputado Antônio Júlio (PMDB) questionou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e a Anatel sobre a atuação do Minas Comunica em alguns municípios do Estado. Segundo o parlamentar, diversos prefeitos reclamaram da exclusividade de atuação de operadoras em algumas regiões. "Em Rio Preto, por exemplo, só se fala pela Oi. Há dinheiro público investido e os consumidores estão sendo obrigados a trabalhar com empresas específicas, sem liberdade de escolha", argumentou.

Em resposta, o representante da secretaria, Gilberto Morais Pimenta, disse que o Minas Comunica é um programa de fomento que teve, inicialmente, a intenção de promover a chegada da telefonia móvel aos municípios que não contavam com o serviço. Ele lembrou ainda que o chamado roaming, que abre o sinal para as demais operadoras, é um acordo feito entre as próprias empresas prestadoras de serviço. Sobre essa adequação, todos os representantes das operadoras que venceram a concorrência no programa disseram que as negociações para o roaming já foram autorizadas e estão adiantadas.

Anatel - O gerente regional da Anatel, José Dias Coelho, disse que as novas regras impostas às operadoras foram construídas com base em ampla consulta aos procons e com base no Código de Defesa do Consumidor. De acordo com ele, a fiscalização tem sido feita e o índice de reclamações desde a implantação do regulamento vem caindo. Para José Dias Coelho, o tema que ainda vem recebendo mais questionamento é o bloqueio de aparelhos, mas, para ele, os planos oferecidos pelas prestadores de serviço estão atendendo às normas e dando ao consumidor o livre direito de escolha.

A representante da Associação Nacional das Operadoras de Celulares (Acel), Margareth de Almeida Cadete, disse que um pesado investimento vem sendo feito pelas operadoras para a adequação às novas normas, assim como para a melhoria dos serviços de atendimento ao consumidor. Para ela, no entanto, é preciso que as operadoras e os clientes tenham um período de adaptação ao novo regulamento. "A Anatel está fiscalizando e a tendência é que os problemas sejam minimizados ao longo do tempo", afirmou.

Presenças - Deputados Délio Malheiros (PV), presidente; e Antônio Júlio (PMDB). Além dos convidados citados na matéria, estiveram presentes o fiscal da Anatel, Jefferson Correia Andrada; o responsável por assuntos corporativos da Tim, Mauricio Bianco; o gerente de Relações Institucionais da Oi, José Luiz Gattás; a advogada da Vivo, Janaína Moura; e o gerente Regulatório da Vivo, Andrey do Vale.

 

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