Clube do Choro recebe homenagem e faz show na Praça da
Assembléia
O Clube do Choro de Belo Horizonte completou dois
anos com uma homenagem no Plenário da Assembléia Legislativa de
Minas Gerais, por iniciativa do 1º-secretário, deputado Dinis
Pinheiro (PSDB), e um show na Praça Carlos Chagas, na noite da
última sexta-feira (25/4/08). O discurso de saudação de Dinis
Pinheiro foi feito através de um vídeo exibido no telão do Plenário,
porque o autor do requerimento se submetera a uma cirurgia de joelho
na manhã do evento.
Em sua mensagem, Dinis Pinheiro disse que a ALMG
está sempre atenta às manifestações agregadoras e culturais, e que
"o choro é a verdadeira geografia cultural do povo brasileiro".
Citou Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga e Pixinguinha como os
precursores desse estilo musical tipicamente brasileiro, e
acrescentou que antigamente o choro era apenas uma maneira mais
emotiva e chorosa de interpretar as canções.
Jonas Cruz, presidente do Clube do Choro de Belo
Horizonte, acrescentou que o choro nasceu na segunda metade do
século 19, entre as camadas mais pobres do Rio de Janeiro, e se
desenvolveu a partir do minueto, da valsa e da polca, estilos
europeus, mesclados com o lundu africano. "O dia 23 de abril foi
escolhido como Dia Nacional do Choro em 1997, por ser a data do
centenário de nascimento de Pixinguinha", informou.
Por sua complexa elaboração, o choro pode ser
considerado rico em três vertentes: na melodia, na harmonia e no
ritmo. "O objetivo do Clube do Choro é transmitir às novas gerações
a riqueza de ritmos desse estilo musical, e para isso realiza
eventos mensais com patrocínio da Prefeitura de Belo Horizonte, no
projeto BH no Choro", disse Jonas Cruz.
Semente plantada em terra fértil
O deputado Roberto Carvalho (PT), que presidiu a
solenidade, disse que "quando Beethoven compunha músicas, conversava
com Deus", e destacou a importância de conservar o patrimônio
musical do Brasil, para mostrar ao povo que temos passado e futuro.
"Em 1970 diziam que o choro havia morrido mas isso é um erro, porque
nossa alma não morre nunca. O Clube do Choro é semente nova, mas
fincada em terra fértil", declarou. Em seguida Carvalho fez elogios
a vários músicos mineiros, e destacou o incentivo do jornalista Acir
Antão, como "trincheira da cultura e da MPB".
Dois grupos musicais se apresentaram durante a
solenidade: O Flor de Abacate, composto por Sílvio Carlos, Rubim do
Bandolim, Marcos Flávio, Dudu e Ramon Braga, que executaram Na
Glória, de Raul de Barros; e a Ária da 4ª Corda de Johann
Sebastian Bach. O mesmo conjunto acompanhou o grupo vocal Carona
Brasil, composto por Cássia Mattielo, Rosana Tunes, Ana Mafra,
Branca de Castro e Sílvia Zappulla, nas canções Flor Amorosa,
de Joaquim Callado, e Um a Zero, de Pixinguinha.
Depois da solenidade, o Clube do Choro realizou um
espetáculo na Praça Carlos Chagas, para centenas de pessoas. Além do
Flor de Abacate e do Carona Brasil, apresentaram-se os músicos do
Sarau Brasileiro e do Belo Choro.
|