Homenagem destaca papel do Grupo Galpão na cultura de
MG
Fusão ímpar do erudito com o popular. Referência em
Minas Gerais e no Brasil. Símbolo maior da persistência e do talento
mineiros. Essas são algumas das citações ao Grupo Galpão, feitas
durante Reunião Especial no Plenário da Assembléia Legislativa de
Minas Gerais, na quinta-feira (24/4/08). O grupo está comemorando 25
anos, o que motivou o deputado Rômulo Veneroso (PV), a solicitar a
homenagem. Ele destacou o desafio de preservar um grupo teatral
durante tanto tempo, "um trabalho que resignificou o teatro
popular", disse em seu discurso. Entre os convidados, também
compareceu à solenidade a secretária de Estado da Cultura, Maria
Eleonora Santa Rosa.
Compuseram a mesa, ainda, o 2º-vice-presidente da
ALMG, deputado José Henrique (PMDB); o ator do Grupo Galpão Beto
Franco; o diretor administrativo da Fundação Artístico-cultural de
Betim (Funarbe), Sérgio Siebler; e o gerente de comercialização da
Regap, Antônio José Mota Lopes. A Petrobras é patrocinadora oficial
do grupo há oito anos. Após seu discurso, Rômulo Veneroso entregou,
com José Henrique, a placa em homenagem ao Grupo Galpão. Logo
depois, o ator Beto Franco, que representou os outros 12 colegas
presentes ao evento, ocupou a tribuna.
"Sabemos da responsabilidade que nos impõe esse
reconhecimento", disse Beto Franco. "Chegar a esta marca de 25 anos
é, por si só, motivo para comemorar. Continuamos revestidos da mesma
integridade e vigor". Ele agradeceu ao público e a todo povo mineiro
pelo reconhecimento. "O Grupo Galpão é símbolo maior da persistência
e do talento mineiros", afirmou a secretária de Cultura Eleonora
Santa Rosa. "Eles conseguiram unir talentos e capacidade realizadora
rara." Santa Rosa lembrou, ainda, das ações do Galpão Cine Horto,
"uma verdadeira usina de formação e produção cultural".
José Henrique observou: "na contramão da tendência
do riso fácil", o grupo preserva o cuidado de continuar inteligente.
O deputado salientou que, mesmo sendo um grupo teatral de destaque
no cenário nacional, o Galpão "não perdeu a essência local". Durante
a solenidade, foi apresentado um vídeo institucional, com referência
aos 25 anos do grupo. O violonista clássico da Funarbe Webert
Almeida executou as canções Baião Barroco, de Juarez Moreira, e
Flor, Minha Flor, do folclore, que integra a trilha sonora de um dos
espetáculos mais conhecidos do Grupo Galpão, "Romeu e
Julieta".
História - O Grupo Galpão
foi criado por cinco atores mineiros em 1982, após uma experiência
de trabalho com o diretor George Frosher e o ator Kurt Bildstein,
ambos do Teatro Livre de Munique, durante o Festival de Inverno da
UFMG, em Diamantina (MG). A opção de trabalhar nas ruas deu origem
ao primeiro espetáculo do grupo: "E a noiva não quer casar".
Encenada na Praça 7, a peça tinha inspiração na linguagem circense,
com destaque para a utilização de pernas-de-pau. Com a segunda
montagem, o infantil "De Olhos Fechados", começa a se delinear no
grupo a proposta de alternar o trabalho entre o palco e a rua. O
espetáculo recebeu vários prêmios importantes do teatro infantil da
época.
A fama do grupo veio em 1992, quando encenou Romeu
e Julieta de Shakespeare, com uma montagem típica de teatro de rua.
A peça ganhou o prêmio do júri popular do Festival Nacional de
Teatro de Curitiba, e, no ano seguinte, o prêmio Shell especial. O
Galpão também fez várias turnês nacionais e internacionais. Em 2000,
foi o primeiro grupo brasileiro a se apresentar no Globe de Londres,
famoso local onde são encenadas apenas peças de Shakespeare, com sua
versão de "Romeu e Julieta".
Memória & Poder - A
intensa trajetória de vida de uma das fundadoras do grupo de teatro
de rua Galpão, Teuda Bara, é contada pela própria atriz no programa
Memória & Poder, da TV Assembléia. Em entrevista de uma hora de
duração, que começa a ser exibida neste sábado (26/4/08), às 20
horas, ela narra com humor e emoção momentos marcantes de sua
história. O programa é reprisado no domingo (27), às 15h30; na
segunda-feira (28), à meia-noite; e na terça-feira (29), às 21
horas.
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