Deputados vão ouvir governos sobre a dengue, na quarta-feira
(23)
A Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de
Minas Gerais volta a discutir os planos de ação dos governos
estadual e municipais de prevenção e combate da dengue. A reunião
será nesta quarta-feira (23/4/08), às 9h15, no Plenarinho I. O
requerimento é dos deputados Délio Malheiros (PV) e Carlos Pimenta
(PDT). Foram convidados para o debate representantes do governo
estadual, das prefeituras de Belo Horizonte, Pedra Azul e Águas
Formosas e de entidades médicas, além do Colegiado de Secretários
Municipais de Saúde (Cosems).
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, nos
três primeiros meses de 2008, foram 13.122 casos notificados; duas
mortes por dengue hemorrágica e uma por complicações decorrentes da
doença. Segundo o jornal Hoje em Dia, a Secretaria Municipal
de Saúde de BH contabilizava, até a última quinta-feira (17), 2.243
casos. O maior número de doentes está na região Nordeste: 1.432.
O deputado Délio Malheiros quer saber o que está
sendo feito para impedir uma possível epidemia no início de 2009.
Segundo informações do gabinete do deputado, relatório do Ministério
da Saúde atesta que Minas é um dos estados que podem sofrer com a
epidemia da doença no próximo verão. Na opinião do parlamentar, esse
é o momento de agir. "Os milhares de casos de dengue dos últimos
meses são conseqüência do que foi feito ou não durante o ano
passado. É fundamental agirmos a partir de agora para reduzir os
índices em 2009 e, principalmente, impedir que pessoas morram por
causa da doença", defende.
O deputado Carlos Pimenta, também autor do
requerimento da reunião, pretende cobrar das autoridades ações para
conter o avanço da dengue. Ele esteve na região de Pedra Azul em
março, representando a Comissão de Saúde, e constatou centenas de
notificações. O parlamentar quer saber quais são os números da
doença em Minas.
Ao participar de um debate na Comissão de Saúde, em
fevereiro deste ano, o gerente de Vigilância Ambiental da SES,
Francisco Lemos, reconheceu que erradicar o mosquito transmissor,
Aedes aegypti, é hoje uma missão impossível. O importante é
controlá-lo e reduzir sua infestação. Falta de saneamento básico e
aquecimento global foram alguns dos fatores apontados por ele para
explicar esse quadro. Eliminado em 1955, o mosquito reinfestou o
Brasil em 1976.
Dados de 2007 - Em
12/4/07, a comissão ouviu autoridades de saúde que garantiram ser a
dengue uma doença sob controle no Estado. Naquela época, havia
epidemias localizadas em algumas cidades do interior, mas a
constatação era de redução do número de casos em Minas graças à ação
das prefeituras e do governo estadual. No primeiro trimestre de
2007, foram notificados 12 mil casos da doença, contra 20 mil
ocorrências no mesmo período de 2006. Em março de 2007, o índice de
infestação domiciliar pelo mosquito era de 1,8% na Capital - acima
do índice ideal (1%), mas inferior à medição de janeiro daquele ano,
quando chegou a 4,7%. No verão de 1998, BH enfrentou uma epidemia de
dengue, com cerca de 90 mil casos.
Convidados - Os convidados
da reunião desta quarta-feira (23) são os secretários de Estado de
Saúde, Marcus Pestana, e de Saúde de Belo Horizonte, Helvécio
Miranda Magalhães Júnior; o presidente do Colegiado de Secretários
Municipais de Saúde (Consems), Mauro Guimarães Junqueira; os
prefeitos de Águas Formosas, Wellington Luz Abrantes, e de Pedra
Azul, Ricardo Mendes Pinto; os presidentes da Sociedade Mineira de
Infectologia, Carlos Ernesto Ferreira Starling, e da Associação
Médica de Minas Gerais, José Carlos Vianna Collares Filho; e o
superintendente de Epidemiologia da Secretaria de Estado de Saúde
(SES), Benedito Scaranci Fernandes.
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