Endividamento rural motiva ida de deputados a Brasília

O endividamento rural levou a Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia Legislativa de Minas G...

11/04/2008 - 00:00
 

Endividamento rural motiva ida de deputados a Brasília

O endividamento rural levou a Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembléia Legislativa de Minas Gerais a Brasília nesta quinta-feira (10/4/08). O presidente da comissão, deputado Vanderlei Jangrossi (PP), e o deputado Antônio Carlos Arantes (PSC) reuniram-se com a presidência da Sub-comissão de Endividamento da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados. A viagem foi mais uma ação dos deputados estaduais de apoio às reivindicações dos produtores rurais e de pressão política, a fim de que os poderes da União cheguem a um bom acordo para a renegociação dos débitos, segundo Jangrossi.

Como desdobramento da viagem, uma audiência pública deverá ser marcada na Assembléia, a fim de que a comissão discuta a proposta de renegociação das dívidas, que deverá ser divulgada em breve pelo Governo Federal, prestando esclarecimentos aos produtores rurais do Estado. Segundo a assessoria da comissão, a idéia é trazer deputados federais e consultores da Câmara dos Deputados para que eles informem em detalhes o conteúdo da proposta. O endividamento rural está sendo discutido por quatro ministérios (Fazenda, Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Integração Regional) e também na esfera legislativa. Segundo a Câmara dos Deputados, a dívida da agricultura empresarial seria de R$ 74 bilhões, e a da agricultura familiar, de R$ 13 bilhões, em âmbito nacional.

Para Vanderlei Jangrossi, a proposta em estudo não é a ideal, mas pode ajudar os produtores. Uma das medidas é o recálculo, em parâmetros menos rigorosos, dos débitos dos inadimplentes, com a redistribuição da dívida até 2025. Também está sendo discutido um mecanismo que poderá possibilitar ao produtor adiantar parcelas de pagamento, com desconto de juros futuros, aproveitando anos de boa colheita e bons preços. Isso daria condições para a administração da dívida, algo que hoje não acontece. Os adimplentes da chamada Securitização I teriam desconto de 40% a 62% para quitação do saldo devedor. Com a securitização, o Governo Federal pagou a dívida de produtores junto aos bancos, transformando o débito em títulos a vencerem ao longo do tempo, com pagamentos anuais pelos produtores.

Assembléia se preocupa com o tema

O tema já vem sendo discutido na ALMG há algum tempo. Em 26 de março de 2007, a comissão promoveu um debate público sobre a perda de renda do produtor rural. Relatos dramáticos sobre a transferência de renda do setor rural para o urbano, previsões de falência geral do agronegócio e conclamações à organização da categoria para pressionar o Governo Federal foram a tônica durante mais de cinco horas de debate, com o Plenário e as galerias lotados.

Em 13 de agosto de 2007, a comissão reuniu representantes de agricultores e de governos para discutir e propor soluções para a crise do setor agropecuário, a requerimento do deputado Antônio Carlos Arantes. Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária (Faemg), a renda do produtor rural caiu 33% em valores reais nos últimos dez anos. No entanto, o custo da mão-de-obra subiu 125%, enquanto o dos fertilizantes aumentou 130% no mesmo período. A tônica da reunião foi a reivindicação do alongamento da dívida. A Faemg apresentou uma lista de 22 itens, detalhando mecanismos bancários e governamentais que a federação defendia como justos para alongar a dívida e permitir que ela fosse saldada.

 

 

 

 

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