Sindicato questiona atuação do Ministério do Trabalho em hospitais

O presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Casas de Saúde do Estado, Castinaldo Santos, reclamou da atuação ...

09/04/2008 - 00:00
 

Sindicato questiona atuação do Ministério do Trabalho em hospitais

O presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Casas de Saúde do Estado, Castinaldo Santos, reclamou da atuação do Ministério Trabalho aos deputados da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas Gerais nesta quarta-feira (9/4/08). Ele explicou que a fiscalização trabalhista tem autuado diversas instituições de saúde por causa da presença de cooperativas que substituem o vínculo empregatício com os médicos.

Segundo ele, a justificativa do ministério é de que as cooperativas, sistema adotado na quase totalidade dos hospitais em Minas, estariam burlando as relações trabalhistas. Santos argumenta, no entanto, que os hospitais remuneram as cooperativas e estas pagam os médicos. "Essa relação de trabalho é uma peculiaridade do setor de saúde. Se os hospitais forem obrigados a assumir esse contencioso, certamente irão à falência", alertou.

O advogado do sindicato, Luiz Roberto Capistrano, reforçou a necessidade de atuação do poder público nessa questão, por entender que o sistema de saúde, que já é precário, poderá sucumbir. "Há um furor fiscal contra as cooperativas, mas existem juizes que estão sensibilizados com a questão dos hospitais. Precisamos, então, de apoio político para que a situação dos hospitais e médicos não fique ainda mais complicada", disse.

Os deputados Carlos Mosconi (PSDB), Hely Tarqüínio(PV), Doutor Rinaldo (PSB) e Carlos Pimenta (PDT) se colocaram ao lado das cooperativas, considerando a atuação do Ministério do Trabalho insensível e contrária à realidade da saúde no País. "A causa é justa e nós repudiamos esse tipo de procedimento. A situação dos hospitais já é trágica, e se ainda forem taxados, a falência será inevitável", afirmou Mosconi.

Ainda sobre o tema, foi aprovado um requerimento, de autoria do deputado Doutor Viana (DEM), para enviar ofício ao presidente da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, deputado Pedro Fernandes (PTB-MA), e ao presidente da Frende Parlamentar de Saúde, deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), para que tenham ciência da relação entre o Ministério do Trabalho e as cooperativas médicas em Minas Gerais.

Projetos sobre vacina de catapora e brinquedoteca têm parecer pela rejeição

O Projeto de Lei (PL) 232/07, do deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT), que torna obrigatório o fornecimento, pelo Estado, de vacinas de catapora para adolescentes até 14 anos, teve parecer de 1o turno pela rejeição. O relator, deputado Carlos Pimenta (PDT), entendeu que, além de acarretar um custo de manutenção e operacionlização alto, a vacinação contra a catapora é de responsabilidade do Governo Federal, sendo portanto obrigatório o fornecimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Outro projeto que recebeu parecer de 1o turno pela rejeição foi o PL 1.762/07, do deputado Gilberto Abramo, que dispõe sobre a instalação de brinquedoteca em hospitais, clínicas, unidades de saúde e outros estabelecimentos similares, para atendimento pediátrico em regime de internação. O relator, deputado Doutor Rinaldo, entendeu que as instituições de saúde têm carências básicas, tais como estrutura, pessoal e equipamentos, que devem ter prioridade no que se refere a aportes financeiros do Estado. "Não há espaço físico para a instalação das brinquedotecas nesses locais, assim como pessoal capacitado. Os hospitais têm necessidades mais prementes que devem ser atendidas em primeiro lugar", disse em seu parecer.

Finalmente, o PL 1.950/07, do deputado Célio Moreira (PSDB), que institui a Semana Estadual de Luta contra o Câncer de Pele, teve parecer favorável de turno único. O relator, deputado Hely Tarqüínio, opinou pela aprovação do projeto na forma do substitutivo no 1, da Comissão de Constituição e Justiça, que faz adequações quanto às técnicas de redação legislativa.

Requerimentos - Durante a reunião, foram aprovados outros seis requerimentos, além de sete proposições que dispensam a apreciação do Plenário. O deputado Dinis Pinheiro (PSDB) solicitou a realização de reunião conjunta com a Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte para debater o aumento dos preços de 208 medicamentos, conforme denunciou o jornal Estado de Minas no dia 5 abril. A deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM) pediu envio de ofício à Secretaria de Estado da Saúde, solicitando justificativas para as falhas no fornecimento de insulina para diabéticos em Cataguazes, na Zona da Mata.

O deputado Carlos Mosconi, motivado pelo debate público sobre residência médica, realizado na ALMG na última segunda-feira (7), apresentou dois requerimentos, que foram aprovados. O primeiro é para o envio de ofício à Fhemig, em que solicita aumento no número de vagas de residência nos hospitais da rede. O segundo pede envio de ofício ao Conselho Nacional de Residência Médica, solicitando alteração na Resolução no 8, de 5 de agosto de 2004, que dispõe sobre a seleção pública dos candidatos aos programas de residência médica, tornando obrigatória a prova prática naquele processo.

E o deputado Hely Tarqüínio solicitou a realização de audiências públicas, sendo uma para avaliar e prestar esclarecimentos sobre o setor de transplante renal do hospital Felício Rocho, e outra para debater a ortotanásia.

Presenças - Deputados Carlos Mosconi (PSDB), presidente; Hely Tarqüínio (PV), vice; Carlos Pimenta (PDT) e Doutor Rinaldo (PSB).

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715