Escolas estaduais em áreas de risco desenvolvem atividades
artísticas
Projetos de arte e cultura nas escolas estaduais
foram explicados nesta terça-feira (8/4/08) na Comissão de Cultura
da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, entre eles os de música,
dança, teatro e artes plásticas nas unidades que abrigam o projeto
Escola Viva Comunidade Ativa, desenvolvido em áreas de risco social.
A audiência foi requerida pela deputada Gláucia Brandão (PPS),
presidente da comissão, para dar seqüência às reuniões de divulgação
de ações culturais nas áreas pública e privada.
A disciplina de artes faz parte do conteúdo
obrigatório dos ensinos fundamental e médio, conforme exposição da
subsecretária Estado de Desenvolvimento da Educação Básica, Raquel
Elizabeth de Souza Santos. Por meio de diferentes projetos, a
matéria vem sendo privilegiada em diversas ações, muitas delas em
parceria com a iniciativa privada.
Ela citou entre os principais projetos aqueles
desenvolvidos no Projeto Escola Viva. "São 509 escolas em todo o
Estado, que já contam com atividades que visam trabalhar todas as
linguagens artísticas e culturais e permitir o acesso a espaços
muitas vezes restritos às elites econômicas", informou. Como
exemplo, Raquel Elizabeth falou da parceria com o Servas, Rede
Minas, Palácio das Artes, Radio Inconfidência, Amigos da Escola,
TIM, V&M (Valourec Mannesmann), Banco do Brasil e Grupo Sílvio
Santos.
Nesses projetos são feitos cursos de agentes
culturais, oficinas técnicas de produção cultural, visitas a
teatros, exposições, cinemas e cidades históricas; cursos de
atualização para professores; banda mirim, formação de professores
para canto coral; oficinas de literatura e de circo. Cada um dos
parceiros oferece um tipo de atividade. Há ainda um espetáculo anual
desenvolvido no projeto Valores de Minas. Com o Amigos da Escola, os
alunos fazem visitas a museus, salão do livro e ao Centro de Arte
Contemporânea Inhotim, entre outros.
Entre as escolas beneficiadas pelos diversos
projetos, a Secretaria de Estado de Educação apresentou a Escola
Estadual Padre João Botelho, do Bairro das Indústrias, região do
Barreiro, cuja diretora, Eliana Geralda França, destacou os projetos
de feira da cultura, festival da canção, teatro na escola e mostra
literária. Ele enfatizou a importância do ensino de artes como
instrumento pedagógico e informou que em breve será apresentada a
orquestra Embaixadores da Paz, formada por alunos de sua escola e da
Escola Estadual Francisco Bicalho, também do Barreiro.
Instituto de Educação quer mais
investimentos
Mesmo reconhecendo ser uma escola de localização
privilegiada, com grande acervo artístico, o que inclui seu prédio,
a representante do Instituto de Educação, Ângela Machado Teles,
pediu mais atenção da Secretaria de Educação, "principalmente para
concretização da nossa orquestra". Ela informou, depois da
apresentação de violino do aluno do instituto, Eiko Marconi, que a
orquestra foi formada, os alunos treinados, mas falta alguém para
dirigi-la. "Nós gostaríamos de ter acesso a todos os programas que a
Escola João Botelho tem e isso não é egoísmo, mas uma necessidade de
todo educador: o de querer sempre mais e o melhor para sua escola",
disse.
Deputadas elogiam - A
deputada Gláucia Brandão destacou a importância da arte para o
desenvolvimento das potencialidades do aluno. "A arte e a cultura
têm potencial não só social, mas como geradores de emprego e renda,
além de formadores de cidadania". As deputadas Rosângela Reis (PV) e
Maria Lúcia Mendonça (DEM) elogiaram a Secretaria de Educação.
Rosângela Reis destacou o desafio da secretaria "de levar essas
ações a todas as escolas de Minas, porque já é perceptível a
satisfação dos professores, como observamos em nossa região, no Vale
do Aço". Maria Lúcia Mendonça lembrou sua condição de educadora e
falou com entusiasmo da educação mineira, concordando com a diretora
da Escola Estadual Padre João Botelho de que "o conhecimento é o
maior capital da humanidade".
Foram aprovados dois requerimentos que dispensam a
apreciação do Plenário.
Presenças - Deputadas
Gláucia Brandão (PPS), presidente; Rosângela Reis (PV), Maria Lúcia
Brandão (DEM) e deputado Chico Uejo (PSB). Também participaram da
audiência a gerente e a consultora do projeto Escola Viva Comunidade
Ativa, Maria Cristina de Pinho e Mabel de Melo Faleiro,
respectivamente; e a professora do Instituto de Educação, Rosa Maria
Vicente Ribeiro.
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