População de Rio Preto cobra melhorias nas estradas e na
telefonia
Melhoria das estradas que dão acesso ao município e
às pousadas e aos atrativos naturais localizados na região rural e
do sistema de telefonia foram as principais reivindicações feitas
pelas autoridades locais, empresários e pela população do município
de Rio Preto, durante audiência pública da Comissão de Turismo,
Indústria, Comércio e Cooperativismo da Assembléia Legislativa de
Minas Gerais, realizada nesta terça-feira (8/4/08). Os deputados
Antônio Júlio (PMDB), autor do requerimento para a reunião; e
Lafayette de Andrada (PSDB) estiveram no município e conheceram na
audiência pública os atrativos históricos e naturais da região.
O prefeito de Rio Preto, Inácio de Loyola Machado
Ferreira, destacou que a condição das estradas é o grande empecilho
para o desenvolvimento do turismo na região. Ele contou que, em
2005, o Governo do Estado calculou que a melhoria das estradas de
terra e de asfalto da região custaria mais de R$ 1 milhão. "Estou
solicitando recursos para que sejam melhorados pelo menos os trechos
mais críticos", destacou. Inácio de Loyola Machado pediu apoio dos
parlamentares para conseguir os recursos junto ao governo do Estado.
O secretário de Turismo do município e dono da pousada Fazenda Mato
Limpo, Paulo Crivano de Morais, afirmou que atualmente a prefeitura
não possui recursos para resolver os problemas emergenciais das
estradas durante o período das chuvas.
Já o vice-presidente da Câmara Municipal, Leonardo
Machado, destacou que, além dos recursos, também é necessário que a
população e as autoridades locais tomem as medidas necessárias para
solucionar os problemas. "Antes da época das chuvas, por exemplo,
era necessário alocar corretamente os recursos e fazer um trabalho
de prevenção nas estradas", afirmou. Para ele, Rio Preto possui
grandes atrativos naturais e históricos para atrair o turismo e
perdeu uma grande oportunidade quando o Governo Estadual lançou o
projeto da Estrada Real.
Telefonia - Outra
dificuldade levantada durante a audiência pública e que estaria
dificultando o turismo na região seria a precariedade do sistema de
telefonia do município. O ex-prefeito de Rio Preto, Agostinho
Ribeiro, afirmou que atualmente apenas uma operadora de telefonia
celular opera na região, sendo que o sinal é restrito à parte urbana
do município, não alcançando a zona rural, onde estão localizados os
atrativos naturais.
Turismo pode contribuir para o desenvolvimento
sustentável
Vários empresários presentes na reunião defenderam
o incentivo ao turismo como uma solução para o desenvolvimento
sustentável de Rio Preto. O presidente da Associação Pró-Turismo de
Rio Preto e Parapeuma, José Antônio Maia, afirmou que o turismo vai
chegar na região e que é necessário que a população compreenda a sua
importância e apóie o seu desenvolvimento. Para ele, esta é uma
forma de desenvolvimento sustentável já que contribui para a
preservação da natureza.
Já o proprietário da pousada Mirante Santo Antônio,
Cristiano Ramos de Almeida, destacou a necessidade da população
valorizar o turismo. "Ele não polui", considerou. O vice-presidente
da Câmara Municipal, Leonardo Machado, também defendeu que o
desenvolvimento sustentável, impulsionado pelo turismo, trará muitos
benefícios para o município.
Diante das reivindicações da população e das
autoridades locais, deputado Antônio Júlio destacou que é necessário
que o Poder Público Estadual contribua para a melhoria das estradas
que chegam até as pousadas e da telefonia na região. "Essa audiência
é um ponto de partida para que outras ações sejam tomadas no sentido
de viabilizar o turismo em Rio Preto", destacou. Já o deputado
Lafayette de Andrada lembrou que a cidade tem todo o potencial para
ser um local de grande atrativo turístico. Ele afirmou que é
importante encaminhar o resultado da audiência pública para a
Secretaria de Estado de Turismo. "Vamos inserir Rio Preto no
calendário de turismo de Minas Gerais", destacou.
Rio Preto possui atrativos naturais e passado
histórico
Localizado na divisa entre os Estados de Minas
Gerais e do Rio de Janeiro, o município de Rio Preto possui diversas
cachoeiras, rios e montanhas, além de uma grande área de Mata
Atlântica, ainda preservada. Mas além das riquezas naturais, a
região também possui um interessante passado historio. Na audiência
pública, o presidente da Associação Pró-Turismo de Rio Preto e
Parapeuma, José Antônio Maia, contou aos parlamentares um pouco da
história da região.
Segundo ele, durante o período colonial, o Vale do
Rio Preto era habitado pelos índios coroados e servia de caminho de
passagem para os bandeirantes, sendo que as ruínas de uma de suas
habitações, conhecida como "casa de pedra", pode ser visitada na
zona rural do município. Com a colonização branca, por volta de
1780, os índios foram perdendo sus terras e sendo escravizados.
Nesta época, o vale fazia parte de uma extensa região entre o Rio de
Janeiro e Minas Gerais, denominada pela coroa portuguesa como "Áreas
proibidas", que deveria permanecer inculta, a fim de se evitar o
extravio de ouro.
Ainda de acordo com José Antônio Maia, a partir de
1781, um caminho foi construído às margens do Rio Preto, com o
objetivo de manter a vigilância na região. Por decisão imperial,
foram distribuídas várias sesmarias, que tinha como base econômica o
cultivo do café e da cana com mão-de-obra escrava e que deram origem
ao povoado de Rio Preto. José Antônio Maia explicou que vários dos
casarões dos barões de café podem ser visitados na região, entre
eles, o casarão da Fazenda Santa Clara.
Presenças - Deputados
Antônio Júlio (PMDB) e Lafayette de Andrada (PSDB); além das
autoridades citadas na matéria.
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