Deputados pedem adequação da grade curricular nas escolas públicas

Uma manifestação que reuniu cerca de 350 estudantes da rede estadual de ensino, realizada na manhã desta terça-feira ...

08/04/2008 - 00:00
 

Deputados pedem adequação da grade curricular nas escolas públicas

Uma manifestação que reuniu cerca de 350 estudantes da rede estadual de ensino, realizada na manhã desta terça-feira (8/4/08) na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, motivou a visita de deputados e alunos da Escola Estadual Governador Milton Campos (Estadual Central) à Secretaria de Estado da Educação. A reivindicação dos estudantes, ouvida pela sub-secretária de Desenvolvimento da Educação Básica, Raquel Elisabeth Cristina dos Santos, e pela superintendente Metropolitana de Educação, Elci Pimenta, é de que a nova grade curricular das escolas estaduais seja revista.

Segundo os estudantes, liderados pelo presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Samuel Martins, a grade do ensino médio divide os alunos por área de atuação (Exatas, Humanas e Biológicas), deixando-os defasados em relação ao conhecimento cobrado nas provas do vestibular. De acordo com ele, há alunos que não têm acesso a disciplinas como Física e Língua Estrangeira, por exemplo, que caem nos processos seletivos mais disputados, como o da UFMG.

Como resultado do encontro, ficou agendada para o próximo dia 16 uma reunião dos representantes dos estudantes com a superintendente Metropolitana de Educação, Elci Pimenta, para que seja definida a pauta e a data de um debate com os professores e diretores que participaram das discussões sobre a nova grade curricular. A intenção é que se chegue a um consenso sobre a reivindicação dos alunos, assim como esclarecer o porquê de os estudantes não terem sido consultados nas escolas durante o processo que reviu a grade curricular. A pedido dos estudantes, foi aprovado requerimento do deputado Weliton Prado (PT) para audiência pública na Assembléia, com o objetivo de debater a nova grade curricular e outras reivindicações estudantis.

Abaixo-assinado - Na manifestação na ALMG, que começou com a ocupação do Plenário e teve seqüência com uma reunião com os deputados no Teatro, os estudantes entregaram aos parlamentares um abaixo-assinado contra o modelo da grade curricular implantado pela Secretaria de Educação. Para o deputado Weliton Prado (PT), que acompanhou os estudantes à secretaria, a questão é antiga e problemática. De acordo com ele, é preciso que o poder público atue mais intensamente no que vem sendo feito nas escolas do Estado. Os deputados Doutor Viana (DEM), presidente em exercício da Assembléia, e Dinis Pinheiro (PSDB), 1o-secretário, também se mostraram sensíveis à causa dos alunos. "A reivindicação é legítima, justa e adequada. Espero e acredito que a secretaria vá encontrar uma solução para o problema", disse Viana.

Sub-secretária acha que problema é pontual

A sub-secretária Raquel Elisabeth afirmou, na reunião com os estudantes e parlamentares, que a mudança na grade curricular vem sendo trabalhada desde 1996 e que os professores e diretores da escolas sempre foram chamados ao debate. Para ela, a insatisfação é pontual, mas pode ser resolvida com as escolas. "Estou surpresa com essa reivindicação, uma vez que os professores do Estadual Central, por exemplo, sempre participaram das definições da secretaria. A adequação da grade pode ser feita pontualmente nas escolas, pois a resolução que trata o tema é flexível", argumentou.

O professor Joaquim Antônio Gonçalves, superintendente do Ensino Médio da secretaria, responsável pela implantação da nova grade nas escolas, reafirmou que as definições foram feitas com base em discussão, experimentação e revisão das regras. Ele também acredita que faltou comunicação da escola com os alunos. "A dinâmica dos trabalhos indica um repasse das discussões aos estudantes, mas esse é um papel das escolas", alertou.

Para o presidente do Grêmio do Estadual Central, Gladson Deivid, a realidade da escola é diferente daquela que foi apontada na secretaria, mas ele acha que a união dos estudantes está dando resultado. "Temos que manter a combatividade e a pressão, pois, somente assim, iremos conseguir alcançar nosso objetivo que é ter um ensino de qualidade no Estado", concluiu.

 

 

 

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