CCJ analisa projetos sobre incentivos a produtores familiares

Regras de acesso público à internet, aviso de recebimento aos consumidores sobre a retirada do nome em cadastros de p...

08/04/2008 - 00:01
 

CCJ analisa projetos sobre incentivos a produtores familiares

Regras de acesso público à internet, aviso de recebimento aos consumidores sobre a retirada do nome em cadastros de proteção ao crédito e incentivo aos agricultores familiares com propriedades em área de preservação ambiental. Esses são alguns temas de possíveis leis no Estado que deram o primeiro passo para aprovação em reunião, nesta terça-feira (8/4/08), da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. A CCJ concluiu pela legalidade dessas matérias, que seguirão agora para as comissões de mérito.

Dois projetos ligados aos agricultores familiares e à preservação ambiental receberam pareceres pela constitucionalidade em suas formas originais e foram relatados pelo deputado Delvito Alves (DEM). Um deles, do deputado Padre João (PT), é o Projeto de Lei (PL) 1.010/07, que trata da Política Estadual de Compensação e Proteção aos Agricultores Familiares cujas glebas possuam áreas de preservação permanente ou destinadas à preservação ambiental. No parecer, o relator destaca que essa política prevê apoio prioritário para projetos e atividades de assistência técnica, capacitação e pesquisa agropecuária; fornecimento de insumos agropecuários e mudas; acesso preferencial a programas de governo e subsídio financeiro proporcional à área com restrição econômica ou ambiental do imóvel.

O outro projeto, o PL 1.426/07, do deputado Paulo Guedes (PT), quer incentivar produtores rurais e agricultores familiares a delimitar, em suas propriedades, áreas para fins de preservação ambiental. Isso se dará com a criação de um instrumento de repasse de recursos financeiros, o Crédito Ambiental de Incentivo aos Produtores Rurais e Agricultores Familiares (Ecocrédito). Segundo o projeto, caberá ao Estado definir áreas prioritárias para preservação e fixar valores do incentivo, por hectare/ano. Também serão incluídas no Ecocrédito áreas de reserva legal e de preservação permanentes existentes na propriedade, a critério dos órgãos estaduais competentes.

No parecer do PL 1.010/07, o relator menciona que a CCJ pediu à Mesa a anexação desse projeto ao PL 952/07 (Bolsa Verde), o qual recebeu parecer pela constitucionalidade na forma de um substitutivo apresentado pela mesma comissão, de conteúdo que é similar ao do PL 1.010; e cita também que o PL 1.426/07 também trata de medida de natureza semelhante aos outros dois. Já no parecer do PL 1.426/07, o relator explica que o substitutivo proposto pela CCJ na análise do projeto sobre o Bolsa Verde também tem conteúdo similar ao 1.426. Ao final dos pareceres sobre o 1.010 e 1.426, o relator explicou que não há óbice à tramitação de tais proposições e que caberá aos parlamentares escolher entre as medidas apontadas.

Negativação de nome deve ser avisada com AR

Também foi aprovado parecer pela constitucionalidade ao PL 2.141/08, do deputado Délio Malheiros (PV), que obriga bancos de dados, cadastros de consumidores e serviços de proteção ao crédito a comunicar ao consumidor a negativação do seu nome por carta registrada com aviso de recebimento (AR). Segundo o autor da proposta, a medida vai garantir ao consumidor, além do direito à informação escrita sobre a existência de pedido de negativação de seu nome nesses bancos de dados, a certeza de que tal comunicação se dará a tempo e no modo devido. Isso porque, como explicou, tais empresas remetem cartas simples ao consumidor, que muitas vezes são extraviadas ou encaminhadas para endereços inexistentes.

O relator, deputado Hely Tarqüínio (PV), opinou pela aprovação da matéria com a emenda nº 1, que dá nova redação ao artigo 3o do projeto. O objetivo é uniformizar a legislação que trata das penalidades aplicadas a quem viola normas de proteção do consumidor.

Projeto cria regras para acesso público à internet

Foi aprovado parecer pela constitucionalidade, na forma do substitutivo nº 1, do PL 1.720/07, da deputada Elisa Costa (PT), que determina a identificação de usuário em estabelecimento de acesso público à internet. Em reunião anterior, o relator, deputado Neider Moreira (PPS), havia lido seu parecer, prevendo substitutivo que insere no texto as mudanças previstas na Lei 16.685, de 2007, que estabelece normas para estabelecimentos comerciais que oferecem serviço de locação de computadores para acesso à internet e prática de jogos eletrônicos. O objetivo do substitutivo é atender ao princípio de consolidação das leis. A norma atual é originada de projeto do presidente da comissão.

Na justificativa para apresentar o projeto, a deputada lembra que os computadores de estabelecimentos como lan houses e cibercafés têm sido usados para a prática de atividades ilegais pela internet, sem controle nem cadastro dos usuários, o que dificulta a identificação dos autores dos chamados cibercrimes.

O substitutivo acrescenta o artigo 2º-A à lei, obrigando os estabelecimentos a criar e manter atualizado cadastro dos clientes, contendo os seguintes dados: tipo e número do documento de identidade apresentado; endereço e telefone; equipamento usado com horários de início e término de utilização; e protocolo internet (IP) da máquina. O cadastro será mantido por, no mínimo, dois anos. O substitutivo determina que os dados serão armazenados por meio eletrônico, ficando proibida sua divulgação, exceto mediante expressa autorização do cliente, pedido formal de seu representante legal ou ordem judicial.

Em comparação com o substitutivo, o texto original determina que o proprietário do estabelecimento que comprovadamente descumprir a regra terá cassado o alvará de funcionamento dessa modalidade comercial. O projeto original não traz determinações sobre a divulgação dos dados.

Nascituro - Também teve parecer pela juridicidade o PL 1.956/07, do deputado Eros Biondini (PHS), que cria a política estadual de proteção ao nascituro. O projeto estabelece a garantia dos direitos do nascituro e a promoção de políticas públicas, entre outros objetivos, e determina que caberá ao Estado desenvolver programas de saúde sexual e reprodutiva, abordando gravidez precoce; e capacitar profissionais de saúde para dar apoio psicológico, médico e social às gestantes.

O parecer havia sido lido em reunião anterior e o relator, deputado Hely Tarqüínio (PV), opinado pela aprovação do projeto com a emenda n° 1, que apresentou. A emenda retira o artigo 4° do projeto, que estabelecia que as despesas da aplicação da lei serão custeadas com recursos provenientes da Lei Orçamentária.

Também recebeu parecer pela constitucionalidade o Projeto de Resolução (PRE) 2.207/08, da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial, que aprova alienação de 17 lotes de terras devolutas situados nos municípios de Fronteira dos Vales, Rio Pardo de Minas e Santo Antônio do Retiro, com áreas entre 100 e 250 hectares.

Imóveis - Outros dois projetos tiveram parecer pela constitucionalidade, sendo que ambos receberam substitutivo: o PL 1.959/07, do deputado Ivair Nogueira (PMDB), que autoriza a alienação de imóveis do Ipsemg; e o PL 2.165/08, do governador, que autoriza o Executivo a doar imóvel à União.

Outros - Foram retirados de pauta, por não cumprir pressupostos regimentais, o PRE 2.211/08; e os PLs 1.718/07, 2.158/08 e 2.179/08. Já os PLs 1.628/07, 1.898/07, 1.927/07, 1.968/07 e 1.981/08 receberam pedido de prazo para apresentação do parecer. Os PLs 2.163/08 e 2.174/08 foram baixados em diligência (enviados a órgãos competentes para que recebam mais informações). A CCJ também analisou vários projetos que dispensam a apreciação do Plenário.

Presenças - Deputados Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), presidente; Gilberto Abramo (PMDB), vice; Delvito Alves (DEM), Hely Tarqüínio (PV), Neider Moreira (PPS), Sebastião Costa (PPS), Ademir Lucas (PSDB) e Carlos Pimenta (PDT).

 

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