Comissão busca esclarecer causas da morte de jovem no Sul de
Minas
A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia
Legislativa de Minas Gerais realiza nesta quinta-feira (10/4/08), às
9 horas, no Auditório, audiência pública para obter esclarecimentos
sobre a morte de Thiago Zanin de Lima, após ser preso por PMs em São
José da Barra, no Sul do Estado. O caso foi encaminhado pelo
Escritório de Direitos Humanos, órgão do governo do Estado e a
reunião foi solicitada pelo presidente da comissão, deputado Durval
Ângelo (PT).
Está confirmada a presença de Gilberto de Lima, pai
de Thiago; do delegado de Alpinópolis, Paulo Queiroz, que deverá
apresentar as conclusões do inquérito policial que apurou as causas
da morte; do delegado da 24ª Delegacia Regional da Polícia Civil,
Fábio de Oliveira; do corregedor da PM, coronel Cezar Romero Machado
Santos; e da coordenadora do Escritório de Direitos Humanos, Mariana
Septimio. Esse escritório foi criado por meio de parceria da
Defensoria Pública com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Social e Esportes (Sedese).
Segundo denúncia da família, recebida pelo gabinete
do parlamentar, o rapaz, de 24 anos, morreu em decorrência de brutal
espancamento por policiais militares, que o prenderam no dia
9/12/2007, em um bar, após uma discussão de trânsito. Thiago teria
sido preso por volta das 21h20, pelo sargento José do Patrocínio
Oliveira e os cabos Evandiu Gonçalves Vilela e Luiz Carlos Pereira,
e levado ao batalhão da PM, em Furnas, onde teria sido espancado.
Depois, teria sido conduzido pelos policiais ao hospital de São José
da Barra, para sutura no supercílio. Após o atendimento, teria sido
levado a um local conhecido como "Lixão", onde os policiais teriam
prosseguido com as agressões. Somente por volta das 4 horas teria
sido levado à delegacia de Alpinópolis.
O rapaz ficou preso até o dia seguinte, sendo
libertado sob pagamento de fiança. Ele se queixava das agressões,
contando que sentia fortes dores na garganta, onde um dos policiais
teriam enfiado o cano do revólver. No dia 11/12, foi levado ao
hospital de São José da Barra e depois à Santa Casa da cidade de
Passos, sendo diagnosticadas fraturas em duas clavículas, perfuração
do pulmão e lesões nos órgãos genitais, nas costas, pernas e
barriga. Morreu no dia 14 de dezembro. O laudo de necrópsia apontou
como causa da morte fratura na base do crânio e mediastinite,
inflamação da cavidade que separa os pulmões, cujo foco de infecção
primário é a boca ou a faringe. Além do brutal espancamento, a
família do rapaz denuncia ter havido alteração de prontuários
médicos.
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